domingo, 30 de novembro de 2014

Alma de Motociclista


Alma de Motociclista” é um texto de Tiago Pereira dos blogs  Seu Modesto e tiagopereiraBlog.



“O coração pulsa mais forte, bombeando para o resto do corpo uma mistura de óleo, gasolina e asfalto. O dia amanhece e as estradas da vida aguardam ansiosas por seus maiores amantes. Por dez, cem ou até mesmo mil quilômetros, a adrenalina e a brisa no rosto tomam conta daqueles que fazem do viver sobre duas rodas o seu estilo de vida. Um botão da inicio a aventura para aqueles que a buscam, seja debaixo de chuva ou com Sol a pino, o que faz de você um motociclista não são as cilindradas que você pilota, mas as suas atitudes quando está em cima delas.
A mão vira o acelerador e o motor ronca alto, jogando ainda mais alto todo o estresse e as preocupações do dia a dia. É no espaço de tempo entre a partida e a chegada que o motociclista faz o que mais ama, ou seja, percorrer o desconhecido atrás de novos lugares, novas amizades e novos rumos, sempre atento a sua segurança e a daqueles que, assim como ele, prezam muito pelo chegar bem e não pelo chegar mais rápido.
De brasão nas costas, alforjes carregados, capacete e tanque cheio, o que vale é a liberdade, o prazer de pilotar e a quantidade de mosquitos grudados na jaqueta ou no colete, misturados aos mais variados de inúmeros encontros e lugares visitados.
Não somos bandidos, não nos julguem injustamente, somos apenas aventureiros, muitos até pais de família, que fizeram de uma paixão o seu estilo de vida. Somos médicos, advogados, vendedores, programadores, publicitários e empresários de todos os ramos que você possa imaginar. Somos rock and roll e cerveja gelada, chuva fria, sol e praia, pilotos de motos, churrasqueiras e carrinhos de bebês.
Somos motociclistas, não tentem nos entender, nos ame ou nos odeie, não importa, seremos sempre assim, uns loucos outros corretos, caseiros e sem tetos, famílias e puteiros, som alto e som ainda mais alto. Não nos imponham regras, não delimitem nossos espaços, não somos pássaros, mas queremos, e vamos voar sempre.
Motor em ponto morto, a chave gira e as luzes se apagam, o pezinho sustenta agora aquilo que nos levou por tantos quilômetros. Por um breve momento o capacete é deixado de lado, apenas por um breve momento…”



(Retirei o texto do site do Bodes do Asfalto)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Florianópolis - SC


Sábado, dia 15 de Novembro de 2014. O destino é Florianópolis, SC, para encontrar o amigo Álvaro Mittelman, do Rio de Janeiro, que vem trazendo sua Yamaha XT 600 a qual deixará em Porto Alegre para, em dezembro, sairmos em viagem para o Uruguai e Argentina, junto com o Jorge e o Renan Moreira, de Pinheiro Machado (Honda CB 300). Esta viagem irei postar aqui no blog, também.
Saí de Porto Alegre às 9:45 h, pela Av. dos Estados até a BR 290 (Free Way). Desta vez sozinho. Aproveitei para testar um intercomunicador que ganhei do amigo e colega Diego. Conectei por Bluetooth com meu IPhone, emparelhando com muita facilidade. Já na saída de Porto Alegre o aparelho soltou do capacete devido ao atrito com meu protetor de pescoço. Necessitei parar e recolocá-lo antes mesmo de chegar à BR 290. Nos próximos quilômetros notei que, com o aumento da velocidade, o ruído do vento inviabilizava o som do aparelho, mesmo com aumento do volume tanto do intercomunicador como do telefone celular. Resultado: Mais uma breve parada à beira da estrada para retirar toda a parafernalha. Reavaliarei em outro momento o que se pode fazer para melhorar esta situação e, assim que obtiver um resultado definitivo, posto aqui no blog.
Após cerca de 15 quilômetros do ponto de partida, no Km 80 da BR 290,  no município de Gravataí, parei no paradouro Graal Posto Rota 80, onde fiquei por cerca de 20 minutos. O local é bem estruturado, com posto de combustível, restaurante e lanchonete.
Segui viagem pela BR 290, ao norte. Logo em seguida passei pelo primeiro pedágio (R$ 2,55, para motos), ainda em Gravataí. Continuando pela BR 290, no município de Santo Antônio da Patrulha tem outra praça de pedágio (R$ 5,15 para motos). Boa rodovia, com três pistas de cada lado e velocidade máxima de 110 Km/h. Logo após o pedágio de Santo Antônio da Patrulha a estrada passa ao lado da Lagoa dos Barros, o que nos proporciona um visual belíssimo, como melhor descrito em outras postagens aqui no blog.
Após 96 Km pela BR 290, cheguei à cidade de Osório, onde entrei na BR 101. A estrada está muito boa, duplicada porém com diversos controladores de velocidade. Velocidade máxima de 110 Km/h, porém com pontos de redução da velocidade para 80 Km/h sendo que nestes também podemos encontrar controladores de velocidade. Muita atenção! Após cerca de 4 Km na BR 101, à direita, há o paradouro Maquiné. Nesta região do litoral norte do Rio Grande do Sul existem, pelo menos, quatro paradouros desta mesma rede sendo este último quase em frente a outro da mesma rede, porém no sentido contrário da estrada. No município de Maquiné, na localidade de Morro Alto, existe um túnel com cerca de 1800 m de extensão, cuja velocidade é de 80 Km/h e com controladores de velocidade em seu interior.
Segui pela BR 101, passando pelo município de Torres, com 186 Km de viagem, onde havia programado a próxima parada.  A divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina está a 1 Km após o acesso à Torres. Neste ponto se percebe uma diferença bastante grande entre o asfalto da BR 101, com piora na qualidade da pavimentação, o que permanece por cerca de 20 Km, voltando a se ter uma qualidade muito boa. Cerca de 12 Km, após a entrada em Santa Catarina, existe um paradouro à direita da estrada, chamado Japonês, onde pensei parar. Porém, por uma distração, estava na pista da esquerda ao avistar a entrada, o que me impossibilitou acessar o local. Agora já com 200 Km rodados. Só me restou seguir viagem e procurar um novo ponto de parada. O problema é que após a duplicação da BR 101, os postos de combustíveis ficaram, em sua maioria, fora da estrada. Consegui parar no município de Maracajá, no Posto Mazzuco onde tem um restaurante e lanchonete (Restaurante Rizzotto). O local é simples e o restaurante serve comida a quilo pelo preço de R$ 31,90/Kg. Ali eu estava a cerca de 200 Km de Florianópolis. Após abastecer a moto, fazer um pequeno lanche e uma descansada sob a sombra de uma árvore, às 13:34 h reiniciei a viagem. O consumo médio da moto foi de 23 Km por litro de gasolina.
Entre os Km 340 e 337 da BR 101, no município de Tubarão, a estrada se torna de pista simples e duas mãos, além de um asfalto já bastante danificado. Logo em seguida volta ao normal.
No município de Laguna está sendo realizado uma obra na rodovia com construção de túneis e uma ponte, o que faz com que haja um grande congestionamento que, de carro se pode levar horas ali parado. A situação é tão crítica que ambulantes vendem diversos produtos em meio aos carros parados. Consegui continuar andando com a moto pelo corredor porém, é claro, com velocidade bastante reduzida, variando entre 20 e 40 Km/h. Chama a atenção que muitos motoristas, principalmente de caminhões, facilitam a passagem das motos.
Minha próxima parada se deu aos 383 Km de viagem, no município de Imbituba em um paradouro chamado Posto Simon. O local é muito bom e bastante amplo. Vale à pena chegar. Ali descansei um pouco mais, acredito que por uns 45 minutos, e ainda tive a oportunidade de conversar com um grupo de motociclistas de Blumenau (SC), que retornavam após uma viagem à Serra do Rio do Rastro. Fiz contato com o Álvaro, que já estava entrando em Florianópolis.
Deste ponto fui direto até Florianópolis. Logo em seguida deste local existe um outro paradouro (Graal) que apenas vi da estrada, porém me pareceu muito bom, também. Fica no Km 369 da BR 101. No Km 340 existe uma praça de pedágio com o valor de R$ 0,90 para as motos. Estava a cerca de 80 Km de Florianópolis.
Cheguei no hotel, em Florianópolis, pontualmente às 16:58 h, com 464 Km rodados desde minha saída de Porto Alegre, às 9:45 h da manhã.
Escolhi o hotel pelo aplicativo HOTELS.COM. Não tive nenhuma dificuldade em fazer a reserva. O escolhido foi o HOTEL VALERIM CENTER, localizado na rua Felipe Schmidt, número 554. Escolhi um quarto duplo com um preço de diária de R$ 147,00.  Ao chegar, fui atendido por duas recepcionistas e um outro funcionário, que me comunicaram que o Álvaro já havia chegado. Fui informado que não havia lugar para deixarmos as motos, pois a garagem do hotel já estava lotada. Perguntei o motivo de não haver a informação desta possibilidade quando da reserva, ao que alegaram  ser uma reserva do site e não do hotel, o que não seria de sua responsabilidade. Perguntei, então, onde encontrar um estacionamento, ao que uma das jovens indicou um em frente. Dirigi-me ao local indicado e percebi que estava aberto porém sem ninguém para cuidar. Voltando ao hotel perguntei sobre a situação e, a mesma funcionária informou que no sábado à noite não há guarda ali e que, ao sairmos pela manhã, caso ainda o guarda do domingo não houvesse chegado, poderíamos retirar as motos sem pagar. Não acreditei no tamanho absurdo que estava ouvindo. Além disso, o tom da conversa sempre foi com ar de “pouca vontade”. Três pessoas completamente despreparadas para atendimento em uma recepção de hotel, além de arrogantes. O quarto, bastante simples, tinha o conforto razoável dentro do esperado para o padrão do hotel e com boas condições de limpeza. Equipado com um frigobar, porém vazio. A TV a cabo tem uma péssima recepção, com os canais com imagem muito ruim. O chuveiro é elétrico o que, para esta época do ano não compromete muito.  É um hotel que eu não voltaria e tampouco recomendaria como hospedagem, já que Florianópolis é uma cidade turística e, certamente, com opções bem melhores em termos de atendimento. O café da manhã é bastante razoável e atendido por uma funcionária extremamente simpática e atenciosa.
Encontramos um estacionamento a uns 30 metros do hotel, coberto, com seguro contra roubo e recepção 24 horas. Pagamos R$ 12,00 por cada moto para deixar das 22:30 h até às 8 horas da manhã seguinte.
À noite fomos visitar uns familiares na praia dos Ingleses, ao norte da Ilha de Florianópolis. Fica cerca de 35 Km do centro, seguindo pela SC 401 até o trevo da SC 403, onde se entra à direita. Na SC 401 existe uma praça de pedágio desativada, porém com controladores de velocidade. Também se deve ter muita atenção, pois a velocidade ali é reduzida. Na volta aproveitei para reabastecer a moto. Fez uma média de 20 Km/l de gasolina. O aumento do consumo atribuo à velocidade um pouco mais elevada que o de costume.
Saímos de Florianópolis às 8:30 h de domingo, dia 16 de novembro, pela BR 101 em direção ao sul. Fizemos a primeira parada no município de Tubarão para o Álvaro reabastecer a moto. Seguimos viagem por mais alguns quilômetros quando encontramos a estrada bloqueada, pois iria ocorrer a destruição de uma ponte logo em frente e ali teríamos que permanecer por cerca de meia hora parados. Neste momento um morador local, em uma Honda Titan 125, nos conduziu por dentro da cidade de Tubarão, fazendo um desvio e novamente acessando a BR 101 além do ponto de bloqueio.
Seguimos viagem com mais uma breve parada para reabastecimento a cerca de 42 km de Torres. O consumo médio da minha moto ficou em 28 Km/litro de gasolina. Viemos em uma velocidade mais baixa em relação à que empreendi na ida para Florianópolis.
Chegamos em Torres em torno das 12:30 horas e fomos ao local do Moto Beach, encontro de motos que estava acontecendo na cidade,  onde encontramos os amigos do Na Estrada 100. Fomos almoçar no restaurante Mariskão, na beira da praia. O lugar é bastante simples e cumpre com o que se propõe, além de preço bom.
Saímos de Torres às 15:40, retornando junto com os amigos do Na Estrada 100. Fizemos mais uma parada em torno das 16:45 h no Paradouro Maquiné, próximo a Osório e, após um tempo de conversas e cafés, seguimos para Porto Alegre pela BR 290.
Chegamos em Porto Alegre às 19 horas, com 1018 Km rodados. Antes de ir para casa ainda passamos em um posto de lavagem para limpeza das nossas companheiras de viagem. O local fica na Rua Voluntários da Pátria, próximo à Av. São Pedro. Funciona 24 horas e cobra R$ 25,00 por moto. O serviço é muito bem feito.
Nesta viagem a minha NC completou os 10.000 Km rodados, me proporcionando muitos momentos de felicidade e prazer.
Em Maracajá

Saída de Florianópolis

Na Estrada 100 no restaurante Mariskão, em Torres - RS

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cambará do Sul



Mais um passeio do Na Estrada 100.
Dia 08 de Novembro de 2014. Nosso ponto de encontro, como sempre, foi no posto Shell da Edu Chaves. Lá estavam, além de mim e da Renata (Honda NC 700 X), os manos Antônio (Kawasaki Vulcan 750) e seu filho Willian (Honda CB 450 customizada), Mika e Denise (HD FX Standart), Gilberto e Eiko, de Canoas (Yamaha Super Ténéré 1200) e o Gaston e a Adriana (Honda CBR 600).
Saída de Porto Alegre pontualmente às 9:08 horas da manhã, pela BR 116 até o município de Novo Hamburgo, por 39 Km, até chegarmos ao trevo de acesso à RS 239, onde entramos à direita em direção à cidade de Taquara. No caminho entre Porto Alegre e o trevo da RS 239, na altura do município de São Leopoldo, se juntou a nós o Mário, em uma Camionete Mitsubishi L 200, personalizada.
A RS 239 é uma estrada também duplicada e com pavimentação excelente, com pedágio porém isento para motos. É necessário muito cuidado, pois no trajeto até Taquara existem vários controladores de velocidade (pardais), sendo a maioria 80 Km/hora, que é a velocidade máxima da via, porém em um pequeno trecho, no município de Sapiranga, existem duas lombadas eletrônicas com velocidade de 50 Km/h. Chegamos em Taquara às 10:10 horas, 38 Km rodados após termos deixado a BR 116 (cerca de 77 Km do nosso ponto de partida, em Porto Alegre), onde paramos em um posto de combustível na RS 020, para um cafezinho.

Grupo em Taquara
Seguimos pela RS 020 por mais 79 Km, passando pela cidade de São Francisco de Paula, distante 118 Km de Porto Alegre. Uma cidade pequena, com uma avenida principal que a atravessa em toda extensão, se continuando na mesma rodovia RS 020. De lá continuamos até a localidade de Tainhas, ainda no município de São Francisco de Paula, onde paramos no Café Tainhas, um paradouro de referência local. Lugar muito agradável, a cerca de 39 Km da sede do município. A RS 020 é uma estrada de duas vias com pista simples, com um asfalto em muito boas condições e algumas curvas. O visual que se tem, subindo a serra, é fantástico onde se pode observar uma paisagem belíssima. A combinação estrada e paisagem neste trecho é sensacional.
No café Tainhas encontramos o restante do  grupo que se juntou a nós: Kuze e Dagui (Super Tenéré 1200), Adão e Maria (Triumph Tiger 800), Cavion e Janice (BMW 1200 GS), Lobinho (BMW 1200 GS) e Lobinha (Triumph Tiger 800), Paulo (V Strom 650 DL), D’Ávila (BMW 1200 GS) e Sílvia (BMW 800 GS) e a Fátima Rossi (Yamaha XT 660). Foi formado um comboio de 15 motos, além da camionete L 200 do “Super” Mário, seguindo na direção de Cambará do Sul, por cerca de mais 32 Km, ainda pela RS 020. A estrada continua com as mesmas características de pavimentação, ou seja, muito boa. Apos cerca de 2 Km do Café Tainhas, a RS 020 chega à RS 453 onde se pega à direita por mais cerca de 1 Km até um trevo onde se retoma a RS 020, à esquerda, em direção à Cambará do Sul.

Na Estrada 100

Chegamos em Cambará do Sul em torno das 12:10 horas, com aproximadamente 189 Km de viagem. Ali se juntou a nós o Magno e a Lia que, desta vez, deixou em casa a BMW 1200 Touring e foi com sua camionete Ford puxando a sua “coisinha”, como carinhosamente é chamado o pequeno trailer que serve de quarto para o casal.
Fomos direto almoçar no restaurante Galpão Costaneira, um lugar muito rústico e com cozinha típica do Rio Grande do Sul, chamado de “comida campeira”, de boa qualidade e com diversos pratos e sobremesas, além de música tradicionalista gaúcha ao vivo. O valor por pessoa é R$ 27,00, sem bebidas, com comida e sobremesa à vontade. Por um pouco mais, se pode optar por carnes grelhadas servidas à mesa, o que me pareceu desnecessário visto à fartura que apenas o buffet oferece. O grupo aqui contava com 24 pessoas.

Chegada em Cambará do Sul

Cambará do Sul está localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, em uma região chamada de Campos de Cima da Serra onde existem diversos cânions, o que faz com que esta região também seja conhecida como Aparados da Serra. A população, segundo dados do IBGE, é de 6.542 habitantes. O clima da região tem as quatro estações do ano bem marcadas, sendo o inverno bastante frio e com geada podendo, até mesmo, nevar. A região era habitada, inicialmente, por tribos indígenas nômades. No século XVIII os jesuítas enviaram gado para a região, quando se iniciou a abertura de estradas para o comércio do gado surgindo, então, as primeiras propriedades. O início da cidade se deu em meados do século XIX, através de uma doação de terras para a igreja por uma moradora da região como pagamento de uma promessa a São José, de quem era devota, criando a Vila de São José de Campo Bom pertencente ao município de Santo Antônio da Patrulha. Com a emancipação de São Francisco de Paula, a vila passou a ser distrito do novo município e, no final dos anos de 1930, passou a se chamar Vila Cambará em alusão à vegetação da região, composta por muitas árvores com esta denominação. Em 1963 acontece a emancipação, surgindo o município de Cambará do Sul.
Após almoçarmos fomos para a pousada Bela Cambará, onde nos hospedamos. O local é simples, muito agradável e acolhedor. Composto por pequenas cabanas de madeira, é de propriedade da Dona Hilda, que comanda tudo com muito carinho e cuidado, trabalhando praticamente sozinha, sempre com um sorriso amável. A diária custa R$ 100,00 por casal, com café da manhã. Na pousada existe um quiosque com churraqueira que pode ser utilizado pagando apenas uma pequena taxa para limpeza, algo em torno de R$ 30,00.
Depois de nos instalarmos, fomos ao cânion do Itaimbezinho,, distante cerca de 18 Km da cidade onde 16 Km se dá por estrada de terra (RS 429). A minha NC passou muito bem, sem qualquer comprometimento, acompanhando as big trails com tranquilidade. A Vulcan do Antônio e a CB do Willian também foram bem, exceto por uma pequena intercorrência com a CB, que caiu a correia sendo prontamente consertada, na estrada, pelo Mário na sua L 200 de apoio.
O Itaimbezinho é um dos maiores cânions do Brasil, com uma extensão de 5.800 m, largura entre 200 e 600 m e profundidade de 720 m. Existem três trilhas que se pode percorrer, porém é necessário chegar cedo ao parque, pois o horário máximo para iniciar o percurso é às 15 horas. O horário para ingresso no parque é das 8 às 17 horas e valor é de R$ 7,00 por pessoa e R$ 3,00 o estacionamento para motos. Apesar de termos chegado tarde, ainda conseguimos fazer uma pequena trilha que proporciona uma vista geral do cânion. Passamos por um pequeno rio de águas muito limpas que convida a um banho.  O parque tem um local de informações, com jovens que ficam no atendimento ao turista que me passaram a impressão de serem um pouco tímidos para a função que exercem, o que compromete um pouco. Como nosso contato com eles foi breve, não posso afirmar que seja sempre assim. Ali nos despedimos do Lobinho e Lobinha, do Paulo e da Fátima, que retornaram no mesmo dia para sua cidade, Caxias do Sul.
Cânion do Itaimbezinho

Parte do Grupo no Itaimbezinho

Voltando do Itaimbezinho, paramos em uma lanchonete à beira da estrada, chamada Café do Rincão, que oferece pastéis, cachorro quente e outros lanches, além de produtos coloniais e, é claro, café. O atendimento é feito pelo proprietário e uma cozinheira. O cara é extremamente simpático, entrando no clima de brincadeira que o grupo institui onde chega.

Café do Rincão

Retomando o caminho de volta para a cidade, logo em seguida existe uma pousada de cabanas chamado Parador Casa da Montanha Ecovillage. Lugar fantástico, à beira de um rio lidíssimo. O local vale à pena ser conhecido e imagino que ficar hospedado ali deve ser uma experiência ímpar.
À noite, na pousada, nos reunimos para um churrasco quando se juntou a nós o Rolf e a Miriam, de Estância Velha que, embora atualmente esteja sem moto, também faz parte deste grupo de eternos aprendizes da estrada. Éramos 22 amigos, neste momento.
Domingo, dia 09 de novembro, levantamos cedo e, após o café da manhã organizado pela dona Hilda, fomos ao Cânion Fortaleza, distante 23 Km da cidade, pela rodovia CS 423, com 12 destes de estrada terrível, sem pavimentação, com muitas pedras, não sendo recomendado transitar de moto, até mesmo para as big trails, pois o risco de queda é bastante grande. Optamos pelo aluguel de taxis que, por R$ 80,00 levam até quatro pessoas cada um (R$ 20,00 por pessoa), aguardam fazermos o passeio e nos trazem de volta para a pousada. Existem também veículos com tração 4 X 4 que fazem este serviço.
Cânion Fortaleza
O cânion Fortaleza também é um local lindíssimo em meio à natureza. O nome foi dado por lembrar uma fortaleza. O cânion tem uma extensão de 5.800 m, 2.000 m de largura e profundidade que pode chegar a 900 m. Pode-se percorrer uma trilha de cerca de 1.700 m, de onde se pode ter uma vista de quase todo o cânion assim como, à leste, se pode observar o litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ali não existe qualquer infra-estrutura. Deve-se ter muito cuidado com as encostas, pois não existe proteção.

Cânion Fortaleza

Retornamos à pousada para almoçarmos, vindo nos encontrar o Sokabe e a Marlene (BMW 1200 GS Premium). Às 14:40 horas partimos de volta, porém optamos regressar pela Rota do Sol.
Fomos em um grupo formado agora por seis motos e as duas camionetes. Rumamos pela RS 020 por 28 Km até chegarmos à RS 453, onde se entra à esquerda e, após cerca de 14 Km, passa a ser a RS 486 sendo chamada Rota do Sol. Esta estrada é magnífica. São cerca de 20 Km de descida, com curvas muito fechadas e paisagem fantástica. O local é indescritível. Passa-se por viadutos em curvas dois túneis. A estrada é de duas vias de pista simples e de muito boa pavimentação. Após 21 Km na RS 486 paramos em uma das diversas tendas que existem à beira da estrada para um breve descanso. Seguimos por mais 19 Km, quando chegamos à BR 101.
Entramos na BR 101 em direção à Porto Alegre. É uma estrada excelente, duplicada, porém com vários controladores de velocidade. A velocidade máxima da rodovia é de 110 Km/h, porém existem trechos onde a velocidade máxima passa para 80 Km/h e, em alguns destes, também existem controladores de velocidade. Andamos por cerca de mais 37 Km e paramos para o último cafezinho com os amigos, em torno das 17 horas, desta vez no paradouro Maquiné, às margens da rodovia. Local muito bom, porém com atendimento um tanto atrapalhado.
Continuamos a viagem de regresso pela BR 101 até chegarmos na BR 290 (Free Way), no município de Osório, seguindo em direção sul até Porto Alegre. A BR 290 também é uma excelente estrada duplicada, com pedágio para motos (R$ 2,75). Neste ponto da viagem estávamos em apenas em quatro motos.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 19:30 horas, tendo percorrido uma distância de cerca de 476 Km desde a nossa partida na manhã de sábado. Um final de semana perfeito, entre amigos em meio à natureza do Rio Grande do Sul.


Rota