terça-feira, 19 de maio de 2015

Encontro Bodes do Asfalto (EBA) – 10 anos da Facção Coração do Rio Grande.


Nos dias 15 a 17 de maio de 2015 ocorreu na cidade de Santa Maria a comemoração dos 10 anos de fundação da facção Coração do Rio Grande do moto grupo Bodes do Asfalto.
A festa, coordenada pelo irmão Alonso, ocorreu nas dependências do Hotel Morotin.
Saí de Porto Alegre no Sábado, dia 16 de maio, em torno das 8 horas da manhã, juntamente com mais quatro membros da facção Porto Alegre do Bodes do Asfalto. O Jofre e esposa (Suzuki V Strom 650), De Angeli (Suzuki V Strom 1000), Flávio (Suzuki V Strom 650) e Malta (triciclo Spyder Can AM).  A viagem foi muito tranquila, exceto pela estrada RS 287 que, embora com duas praças de pedágio (isentos para motos), tem uma qualidade de pavimentação bastante ruim e perigosa. Foram aproximadamente 300 Km de estrada entre Porto Alegre e Santa Maria, no centro do Rio Grande do Sul.
Fomos recebidos fraternalmente em torno do meio-dia. A festa muito bem organizada, contou com um almoço em restaurante da cidade de Santa Maria, onde fomos em comboio acompanhados pela Policia Rodoviária Federal. À tarde tivemos  uma excelente palestra sobre direção defensiva, ministrada pelo Neto, motociclista com grande experiência.
À noite houve um jantar no próprio hotel, seguido de festa com muita música.
Parabéns ao moto grupo Bodes do Asfalto, facção Coração do Rio Grande e em especial ao Alonso, seu coordenador e meu conterrâneo riograndino.

 
Representantes da Facção Porto Alegre dos Bodes do Asfalto

Probleminha nas baterias de duas V Strom





segunda-feira, 4 de maio de 2015

17º Mar e Motos - Tramandaí

17º Mar e Motos - Tramandaí

Renan, André e eu - Nossas motos

Vista da Av. Emancipação

André, Jorge, eu e Renan

São Miguel das Missões

Encontro dos amigos Na Estrada 100 às 6:00 horas da manhã de Sábado, dia 25 de abril de 2015, no posto Shell da rua Edu chaves, na saída de Porto Alegre. O grupo:  Adão e Maria (Triumph Tiger 800), Gaston e Adriana (Honda CBR 600), Magno e Lia (BMW 1100 Touring), Kuze e Dagui (Super Teneré 1200) e eu e a Renata (Honda NC 700). Saímos precisamente às 6:33 horas pela BR 116 até a BR 290 e, em seguida, acessamos a BR 448 (Rodovia do Parque) até a BR 386, trajeto já detalhado em outras postagens aqui no blog. Seguimos pela BR 386 até o município de Lajeado, onde fizemos nossa primeira parada para abastecer no Km 347, no posto Fórmula, com cerca de 120 Km rodados. Ali nos esperavam o Cavion e a Janice (BMW GS 1200).
Na Estrada 100
A BR 386 é duplicada até o Km 363, sendo que após a localidade de Tabaí (79 Km de nossa saída), a estrada tem uma pavimentação espetacular por mais 25 Km. Nos próximos 10 Km a pista passa a ser simples, de duas vias, com poucos pontos de ultrapassagens. Depois temos apenas mais 2,5 Km de estrada duplicada após os quais a pista volta a ser simples. Seguimos por mais cerca de 100 Km onde entramos à esquerda na RS 332, rodando por mais 51 Km até a cidade de Espumoso, onde fizemos outra parada de abastecimento no posto do Selvino, com 269 Km de estrada.
Kuze, Gaston e Adão
Magno e Lia

Após a saída de Espumoso seguimos por mais cerca de 10 Km até a BR 377, onde entramos à esquerda e seguimos por mais 90 Km até a RS 342 onde rodamos por mais 136 Km até a BR 285 onde paramos para almoçar no Restaurante Novo Mundo, no Km 377, com 173 Km rodados depois de Espumoso. Ali estávamos no município de Entre Ijuís. O restaurante é muito bom com grande variedade de comidas no Buffet. O atendimento é feito com muita simpatia e o preço bastante em conta. O Buffet livre com um refrigerante saiu R$ 30, 00 por pessoa.
Continuamos pela BR 285 por cerca de 32 Km onde entramos na RS 536, a nossa esquerda. Esta estrada leva direto a São Miguel das Missões, por cerca de mais 16 Km, passando pelo pórtico de entrada, que é uma alusão às ruínas. Chegamos em São Miguel em torno das 15:30 horas, nos dirigindo direto à pousada Missões, com 492,5 Km rodados (223,5 Km desde nossa última parada, restaurante Novo Mundo).
Pórtico de São Miguel, com a frase de Sepé Tiaraju "Esta terra tem dono"em Guarani.
Logo que entramos em São Miguel das Missões dobramos à direita na avenida Antunes Ribas. Poucos metros à frente nos deparamos com as ruínas de São Miguel. Para mim foi uma grata e emocionante surpresa pois, não sei por qual motivo, sempre imaginei que as ruínas seriam longe da cidade, em alguma zona rural do município.
Eu e Renata - Pórtico de São Miguel das Missões
Após trocarmos de roupas e um breve descanso na pousada, fomos até às ruínas. O caminho foi feito a pé, já que a pousada está a cerca de 300 m do parque. O ingresso no parque custa R$ 5,00 por pessoa. Lá dentro podemos ver peças de arte sacra esculpidas em madeira da época das missões jesuíticas feitas, em sua maioria, pelos índios e expostas no Museu das Missões. Este museu, de arquitetura modernista, foi criado em 1940 por Lúcio Costa e está localizado a poucos metros da entrada do parque. Ao lado do museu está a cruz missioneira. Ao atravessar o parque se chega às ruínas da igreja de São Miguel. A construção imponente tem suas paredes resistente ao tempo e no seu interior se pode ter uma idéia do que foi nos séculos XVII e XVIII. As ruínas mostram bem o trabalho realizado pelos jesuítas e pelos índios. Peças daquela época ali ainda presentes, nos fazem fazer uma viagem imaginária no tempo. Caminhar por dentro das ruínas daquele templo e por seus arredores, imaginando os fatos ali acontecidos narrados em nossos livros de história, nos traz uma grande emoção lembrando que, naquele local e naquelas construções, se passou um momento muito importante da história da América do Sul e, em especial, do Rio Grande do Sul.
Igreja



Detalhe da Torre da Igreja
Após explorarmos todo aquele sítio histórico, retornamos à pousada não sem antes tomarmos um café em um bar próximo, muito simples porém com um pastel delicioso.
À noite retornamos às ruínas para assistir o famoso espetáculo de som e luzes, que ali ocorre há mais de 30 anos. O custo do ingresso é de R$ 5,00 por pessoa. Este conta a história das missões jesuíticas e a luta entre os índios contra os espanhóis e portugueses. O espetáculo é muito bem feito e, levando-se em consideração que já é apresentado há mais de 30 anos, não traz grandes efeitos tecnológicos, o que acho que poderia ser modificado com a tecnologia disponível nos dias de hoje. Mesmo assim, é bastante emocionante. A narrativa é feita com som de ótima qualidade e iluminação com teatralidade. O show inicia pontualmente às 20 horas e tem duração de 48 minutos.
Cruz Misioneira

Detalhe da Igreja

Sino da Igreja

Entre o final do século XVII e meados do XVIII, os padres jesuítas espanhóis fundaram aldeamentos chamados reduções, onde abrigavam os índios Guarani, com a finalidade de catequizá-los. Foram criados 30 povoados, dos quais sete ficam hoje em território brasileiro, sendo os demais distribuídos entre o Uruguai, Argentina e Paraguai.
Estas reduções eram organizadas ao redor de uma praça, onde a igreja era a principal construção. Junto à igreja, a sua direita,  estavam a residência dos padres, o colégio e as oficinas e, à esquerda, o cemitério e o hospital. Nos demais três lados da praça ficavam as casas dos índios. Nos fundos da igreja, desde o colégio e as oficinas até o cemitério, ficava a quinta dos padres, onde havia pomar, horta e jardim. Todas as construções eram circundadas por avarandados, permitindo a circulação de pessoas de maneira que sempre estavam abrigadas.
A Redução de São Miguel Arcanjo, fundada em 1637, foi a maior e mais próspera das sete reduções jesuíticas que compunham os Sete Povos das Missões (São Francisco de Borja, São Nicolau,  São Miguel Arcanjo,  São Lourenço Mártir,  São João Batista,  São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio), localizadas hoje em território brasileiro, no Rio Grande do Sul que, na época, por força do Tratado de Tordesilhas, de 1494, pertenciam à Espanha. Chegou a abrigar 6.000 índios.
A redução era dirigida por um conselho de caciques, em regime cooperativo, reunidos no cabildo (prefeitura), localizado em posição oposta à igreja.
A igreja da redução de São Miguel tem sua construção atribuída ao arquiteto jesuíta Gian Battista Primoli, de inspiração barroca, com data estimada de início da construção em 1735 e a conclusão entre 1744 e 1747, inspirada na igreja de Gesú, em Roma, que era a igreja central da Ordem dos Jesuítas. Sua construção ocorreu em partes, sendo a nave primeira parte, depois a torre e, finalmente, o pórtico, sendo este atribuído a José Grimau. Possuía ornamentação interna rica e colorida, com entalhes e pinturas sacras.
Igreja
Os padres jesuítas utilizavam a dança, a música, o canto, o teatro, a escultura e o desenho como forma de catequizar os nativos. Além de se tornarem cristãos, os índios aprendiam espanhol e noções de economia, arte, ciências, música e a confeccionar instrumentos musicais.
Em 1750, com a assinatura do tratado de Madri, a região dos Sete Povos das Missões foi trocada com Portugal pela Colônia do Sacramento, passando esta região ao domínio português e a Colônia do Sacramento ficando de domínio espanhol. Os Guarani se recusaram a entregar as reduções aos portugueses, oferecendo resistência. Ficou famosa a frase do líder Guarani Sepé Tiaraju “Essa terra tem dono!” (Co Yvy Oguereco Yara, em Guarani). Isto levou Portugal e Espanha a se unirem contra os índios, causando o conflito conhecido como Guerras Guaraníticas (1754 a 1756), que levou à matança dos índios e destruição das reduções, terminando com a morte de Sepé Tiaraju, em 1756.
Renata no interior da Igreja
 A ação do tempo e a depredação humana, levaram à destruição das construções. Em 1938 os remanescentes dos Sete Povos foram tombados como Patrimônio Nacional e, em 1983, juntamente com as Missões localizadas em território argentino de San Ignacio Mini, Santa Ana, Nuestra Señora de Loreto e Santa María La Mayor, São Miguel das Missões foi declarada patrimônio cultural mundial pela UNESCO.
Após o espetáculo nas ruínas, fomos jantar em um restaurante próximo chamado Aldeia Grill. O local é bom, com um Buffet de comida caseira com um custo de R$ 25,00 por pessoa, fora as bebidas.

Igreja
Na manhã seguinte, após o café da manhã, iniciamos a viagem de volta para casa. Antes de sairmos de São Miguel abastecemos as moto. Saímos às 9:45 horas. Chegamos em Espumoso às 12:30 horas e fomos direto ao posto de gasolina onde havíamos abastecido as motos no dia anterior e, qual nossa surpresa que, na cidade, não havia sequer um posto de combustível aberto. O local para abastecimento mais perto seria a cidade de Soledade, distante cerca de 40 Km de onde estávamos. Chegamos em Soledade às 13:05 horas e também encontramos diversos postos fechados. Após alguma procura, encontramos o Posto Bellenzier, já tendo rodado 265,5 Km desde São Miguel.
Almoçamos em Soledade no restaurante Genova, localizado na Av. Marechal Floriano Peixoto, 808, sala 13. O local é bastante amplo e serve uma grande variedade de comidas em seu buffet, incluído frutos do mar e iscas de jacaré à milanesa, todos com muita qualidade. O único ponto negativo é a acessibilidade a qual não é projetada em todo o prédio, não apenas no restaurante. O atendimento é muito bom e o preço bastante justo pelo que oferece, saindo por R$ 32,00 por pessoa o buffet livre ou R$ 48,00 / Kg. O proprietário nos informou que em dias úteis o preço é mais barato.
Soledade
Seguimos pela BR 386 até o município de Lajeado, onde paramos para mais um cafezinho no restaurante Charrua, com 103 Km rodados desde o abastecimento em Soledade. Neste ponto o Cavion e a Janice já não estavam mais conosco, pois seguiram em direção a Caxias do Sul através de outra estrada logo após Lajeado, no município de Estrela.
Continuamos pela BR 386 em direção a Porto Alegre, porém optamos por entrarmos por Canoas, através da  BR 116, ao invés de entrarmos pela BR 448, pois esta termina na BR 290 em frente à arena do Grêmio e era dia de Gre-Nal, sendo que  a hora prevista de chegada coincidiria com o término do jogo.
Chegamos em Porto Alegre às 18:30 horas, com 226,3 Km desde o abastecimento em Soledade e com um total de 995,6 Km rodados nestes dois dias de viagem.
Foram momentos maravilhosos, com amigos cuja companhia nos enche de alegria e faz com que tenhamos cada vez mais vontade de compartilhar novos momentos com este grupo, na estrada. Além do mais, cada viagem feita também nos traz novos conhecimentos e faz com que vejamos o mundo de forma que somente por trás da viseira é possível entender.
 
Rota