domingo, 22 de maio de 2016

De Taquara a Viamão


O passeio do sábado, dia 30 de abril de 2016, foi programado para almoçarmos na cidade de Taquara, no Vale do Paranhama, e retornarmos para Porto Alegre pelas cidades de Osório, no litoral, Capivari do Sul e Viamão.
Saímos de Porto Alegre em torno das 9:15 horas da manhã. O grupo estava composto pelos amigos Felipe (HD Road King), Carlos e esposa (Triumph Tiger Explorer 1200), Laerte e esposa (Suzuki V Strom 1000), Antônio (Kawasaki Vulcan 750), Willian (Yamaha MT 06), Adriana (Honda CB 300), Pacheco (Kawasaki Vulcan), Ricardo (Honda CBR 600) e Eu e a Renata (Triumph Tiger 800 XCX). Seguimos pela BR 116 por cerca de 39 Km, no município de Novo Hamburgo, onde entramos na RS 239, à direita. Continuamos por esta estrada até a cidade de Taquara, por cerca de 39 Km, até a RS 020. A RS 239 neste trecho é uma auto estrada de pista dupla, de excelente pavimentação, o que favorece acelerar um pouco mais, porém tem diversos controladores de velocidade fixos, assim como uma fiscalização bastante atuante por parte da polícia rodoviária, com radares móveis. Em Taquara seguimos pela RS 020 por mais 4,9 Km em direção norte até o Restaurante Topo Gigio, onde havíamos programado nossa parada para o almoço. Lá chegando encontramos os amigos Ítalo e esposa (de carro) e o PC , de Caxias do Sul (BMW  GS 1200).
O restaurante é bastante conhecido na região. Serve rodízio de comida caseira de excelente qualidade. A refeição, com refrigerante, sai por cerca de R$ 45,00 por pessoa.  Lugar, comida e atendimento sensacionais.
Após o almoço retornamos pela RS 020 até a RS 239, onde acessamos à esquerda, em direção à cidade de Rolante, por 13,3 Km até a RS 474. Nesta estrada andamos por mais 27 Km até a RS 030, em Santo Antônio da Patrulha, seguindo em direção leste até a BR 101, no município de Osório. Continuamos pela BR 101 em direção sul por mais 36,2 Km, até o município de Capivari do Sul. Esta estrada passa às margens da Lagoa dos Barros, proporcionando um visual muito bonito.
De Capivari do Sul seguimos pela RS 040 até Porto Alegre, por mais 68 Km, passando pelo município de Viamão. Neste caminho paramos para uma café na Casa das Cucas e Cia, na localidade de Águas Claras, em Viamão.
Chegamos em casa em torno das 17:15 horas, com 267,2 Km rodados com muita tranqüilidade. Todas as estradas percorridas foram de pista simples, exceto a RS 239, e em boas condições de pavimentação.







Travessia Cassino – Barra do Chuí: A Maior Praia do Mundo.




Sou natural da cidade do Rio Grande, RS, onde fica a praia do Cassino, a maior praia do mundo em extensão. Embora tenha saído da minha cidade natal aos 5 anos de idade, dos meus 51 anos de vida não houve um verão que eu tivesse deixado de ir ao Cassino. Lá é o meu refúgio onde, junto aos meus familiares, me sinto muito feliz. Porém, em todos esses anos, nunca andei mais do que 15 ou 20 Km pela orla. Sempre ouvi histórias de aventureiros e trabalhadores que faziam esse trajeto, o que me despertava o desejo de conhecer toda a extensão da maior praia do mundo.
No último verão, enquanto estava lá, veio a idéia de fazer o percurso de moto. Convidei, então, alguns amigos que possuem big trails e, o único que realmente resolveu encarar foi o Humberto.
Fui para a internet estudar o trajeto e planejar a viagem. Entrei em diversos sites e conversei com algumas pessoas que supostamente conheciam o trajeto. Dentre as variáveis a serem consideradas, o tempo e a direção dos ventos são bastante importantes e muito citados nos locais pesquisados. No percurso existem vários arroios que correm em direção ao mar, ficando interpostos no caminho. Nas épocas chuvosas, estes arroios estão com maior volume de água, dificultando a passagem. Também se deve evitar os dias de vento sul, pois o trajeto que escolhemos foi do norte para o sul (saindo do Cassino e terminando na Barra do Chuí), o que faz com que enfrentemos o vento de frente. Para piorar, o vento sul faz com que a maré fique mais alta, diminuindo consideravelmente a faixa de areia podendo, inclusive, dependendo do fluxo da maré, não ter como trafegar pela praia fazendo com que se fique preso no meio do nada, até que o mar volte a baixar.
Após o período de planejamento, chegou o dia da viagem. Saímos de Porto Alegre em torno das 8:20 horas da manhã do feriado do dia 21 de abril de 2016. Eu, na minha Triumph Tiger XCX 2015 e o Humberto também em uma Triumph Tiger XC 2014. Optamos por fazer um caminho mais longo, pela BR 101, o qual aumenta a viagem até a praia do Cassino, em Rio Grande, em cerca de 85 Km quando comparado ao trajeto habitual, pela BR 116.
Seguimos pela auto estrada BR 290 em direção norte, por cerca de 23 Km (tem uma praça de pedágio no Km 78, no município de Gravataí) acessando a rodovia RS 118, à esquerda. Esta é uma rodovia de pista simples, com asfalto razoável. Por ali seguimos por mais 16 Km, até chegarmos na rodovia RS 040, no município de Viamão, onde acessamos a nossa esquerda, em direção leste, por 53 Km até o município de Capivari do Sul. A estrada também é de pista simples, com pavimentação adequada, porém com muitos pontos de difícil ultrapassagem e alguns controladores de velocidade. Em Capivari do Sul paramos para nos hidratarmos no MC Centro Comercial, um bom local para descansar um pouco. Neste local ocorre o cruzamento entre a RS 040 e a BR 101, a qual acessamos à direita, em direção ao sul, seguindo por mais 99 Km até o município de Mostradas. A BR 101 também é uma rodovia simples e, neste trajeto, o asfalto apresenta trechos bastante danificados, com grandes buracos.
Em Mostardas abastecemos as motos e fizemos uma breve visita ao sogro do Humberto. De lá seguimos por mais 189 Km até São José do Norte. A partir de Mostardas a BR 101 passa a ter um asfalto de qualidade muito boa, oferecendo maior segurança. Chegamos em São José do Norte às 13:15 horas. A cidade é vizinha a Rio Grande, separadas por um canal que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano Atlântico. A travessia é feita por embarcações, já que não existe ponte que faça a ligação entre as duas cidades. São José do Norte é um município com cerca de 27.000 habitantes, cuja economia é baseada na agricultura. Foi declarado a Capital Nacional da Cebola, por ser o maior produtor do país. Está localizada entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico.
Ali aguardamos a balsa que leva os veículos entre as duas cidades. Em feriados, como no nosso caso, os horários são reduzidos. Conseguimos embarcar na balsa que sairia às 14 horas, porém saindo com um considerável atraso. O valor para transportar motocicletas é de R$ 6,00 e o trajeto, de cerca de 6 Km, dura em torno de 40 minutos.

São José do Norte
São José do Norte
Chegamos em Rio Grande em torno das 15 horas. Ao desembarcarmos  estava nos aguardando o amigo Ocimar, também motociclista (Honda NC 700 X)com quem tenho amizade desde a minha infância. Após andarmos um pouco pela cidade à procura de algum restaurante (não havíamos almoçado) descobrimos que naquele horário não havia mais nenhum em funcionamento. Nos restou um sanduíche de pão francês, presunto e queijo (aqui é chamado “recheada”) com café, em uma loja de conveniências de um posto de combustíveis.
Seguimos os três para o balneário do Cassino, distante cerca de 25 Km do centro da cidade do Rio Grande e que faz parte do município.
Rio Grande está localizada no sul do Rio Grande do Sul, entre as lagoas dos Patos e Mirim e o oceano Atlântico. Tem uma população aproximada de 207 mil habitantes. Foi fundada em 1737, sendo a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul e cujo nome foi atribuído em alusão à desembocadura da Lagoa dos Patos no Oceano Atlântico, também responsável pelo nome do estado. A colonização foi principalmente feita por portugueses, o que pode ser nitidamente percebido por sua arquitetura. A economia é baseada em indústrias, setor portuário e agricultura.
Rio Grande - Docas do Cais do Porto. Ocimar (NC Branca), Humberto e eu
Rio Grande - Mercado Público 
O balneário Cassino, originalmente denominado Vila Siqueira, é um bairro da cidade do Rio Grande. Foi fundado no final do século XIX, sendo o balneário mais antigo do Brasil. Tem uma população em torno de 30 mil habitantes. O Cassino é a maior praia do mundo em extensão, segundo o Guiness Book, com cerca de 230 Km.
À noite abastecemos as motos e levamos, cada um, um galão com 5 litros extra de gasolina. Preparamos as motos, lubrificamos as correntes com spray específico e passamos WD 40 (não é propaganda; apenas nos foi recomendado) nas partes metálicas das motos com o intuito de proteção contra a maresia. Compramos água e alimentos para levarmos, pois o trajeto é deserto.
No dia seguinte, 22 de abril, iniciamos nosso objetivo principal: atravessar de moto a maior praia do mundo, percorrendo a distância entre Cassino e Chuí. Saímos do Cassino às 8 horas da manhã. A praia deserta mostrava uma face completamente diferente da que estamos habituados nos meses de verão. Seguimos pela praia em direção ao sul. Logo nos primeiros metros já passamos pelo primeiro dos inúmeros arroios que cruzam a faixa de areia  em direção ao mar.

Preparo das motos na noite anterior à travessia
Após cerca de 15 Km chegamos aos restos do Navio Altair, embarcação que encalhou na costa nos anos 70, permanecendo até os dias de hoje, em progressiva deterioração.  Ali enfrentamos o primeiro problema, quando atolamos as motos na praia. Com muita sorte, consegui tirar minha moto do atoleiro, porém não foi possível com a do Humberto. Naquele momento passavam dois pescadores que nos ajudaram a fazer o regate da motocicleta do meu amigo.
Saída do Cassino
Início do caminho, na praia
Navio Altair
Prosseguimos nosso caminho até que, alguns Km à frente, passou por nós um grupo de motociclistas fazendo o mesmo trajeto. Logo adiante encontramos o grupo parado junto ao primeiro farol da praia, o Farol Sarita, distante cerca de 55 Km do balneário.  Este farol foi inaugurado em 1909, com 26m de altura, levando o nome de uma embarcação naufragada no local. Inicialmente era uma torre metálica que, devido à corrosão, foi substituída por outra metálica em 1929 e, em 1952 foi esta foi substituída por uma torre de alvenaria, com 33 metros.
Os motociclistas que ali estavam eram o pessoal do Curso de Bigtrail Floripa, de Florianópolis, do site O Nômade ( www.onomade.net ) do motociclista e documentarista Vantuir Boppre, que também é responsável pelo documentário Caminhos da América. Os instrutores do curso são o Vantuir e o Jackson Feuback, ambos pilotos muito experientes e com diversos títulos conquistados. Fomos muito bem recebidos pelo grupo, do qual faziam parte motociclistas do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e, é claro, de Santa Catarina. O grupo era composto por 18 motociclistas e duas camionetes de apoio.  Após algum tempo de conversas e novas amizades, seguimos nosso caminho, com a tranqüilidade de sabermos que não estaríamos sós naquele trajeto de praia deserta.
O percurso pela orla da praia do Cassino é muito imprevisível, com variações constantes do solo entre água do mar, água dos arroios em diferentes profundidades, areia molhada (firme) e areia solta, além de desníveis em todo o trajeto, com vários degraus e ondulações. Isto faz com que a pilotagem tenha que ser feita, quase todo o tempo, em pé sobre as pedaleiras, com o corpo deslocado para trás e com maior aceleração nos momentos de areia solta. Desta forma, baixamos o centro de gravidade da moto e aliviamos o peso sobre a roda da frente, que é a parte que nos faz perder o controle ao estar mais enterrada na areia, sofrendo frenagem brusca por ação do solo. A maior aceleração, neste momento, faz com que a tração aumentada empurre a moto em linha reta, aumentando o controle do piloto, mantendo sua trajetória. É muito importante que o controle de tração e o ABS estejam desligados naquelas motos que possuem estes equipamentos pois, caso contrário, a tração controlada irá dificultar a manutenção da trajetória e o chão é quase certo. Lembrar sempre que quando desligar sua moto, ao ligá-la novamente revisar se estes controles não foram reativados automaticamente, que é o que acontece com a Tiger 800. Em uma de nossas paradas esqueci de reprogramar o controle de tração e ABS para a posição desligada o que me levou ao chão alguns Km após. Nas muitas passagens pela água, seja atravessando as ondas do mar que terminam na orla, seja nos arroios, conforme a profundidade, se eleva uma cortina de água impedindo a visibilidade do piloto. Neste caso é conveniente manter uma boa distância da moto a sua frente e torcer que não tenha algum obstáculo no caminho.

Grupo do Curso de Big Trail Floripa junto ao Farol Sarita
Continuando pela praia, chegamos ao Farol do Albardão, a cerca de 145 Km do balneário. O farol foi inaugurado em maio de 1909, sendo o primeiro dos faróis construídos entre a cidade do Rio Grande e o Uruguai, com uma torre de ferro com 35 m de altura. A atual torre foi construída em 1948 e tem 44 m de altura. Junto ao farol está a sede da Estação Ecológica do Taim, chamado de “pantanal gaúcho”.  O local serve de apoio para os aventureiros que por ali passam, mesmo não sendo essa sua função. É importante ter autorização do 5º Distrito Naval para visitação embora, pelo que andei pesquisando, nunca é negado ajuda a quem necessita.

Farol do Albardão
Farol do Albardão
Na praia
À medida que vamos nos aproximando do extremo sul, a praia vai sofrendo gradativa modificação, com uma maior inclinação da terra em direção ao mar e uma areia com aspecto diferente.
Durante o percurso atolei minha moto por três vezes, assim como também aconteceu com o Humberto, sendo ajudado pelo pessoal do Curso de Big Trail Floripa, com os quais nos encontramos novamente mais adiante e prosseguindo juntos até o final. É muito fácil atolar as motos nas areias do Cassino, o que ocorreu também com alguns dos pilotos do curso, assim com também é muito comum as motos paradas terem o apoio do pé de descanso afundados na areia, levando-as ao chão.
Durante a viagem percebemos o quanto é importante para pilotos com pouca experiência de off road e nenhuma de praia, como era nosso caso, não fazerem este trajeto em menos do que quatro ou cinco motocicletas. É impossível retirar sozinho uma moto com o peso de uma big trail, quando atolada na praia. A probabilidade de perder a moto e ficar preso no meio do nada é muito grande. Mesmo em duas pessoas a situação é bastante crítica. Essa dica não encontrei em nenhum dos sites onde pesquisei e acho que é uma das mais importantes que posso deixar aqui. Também o uso de baús carregados contribui bastante para o aumento de peso, porém a presença destes creio ajudar em possíveis quedas, impedindo que a moto prense a perna do piloto no solo.
Quanto mais perto do final de nossa jornada, se percebe um acúmulo cada vez maior de uma espuma oriunda do mar que invade a areia, impedindo adequada visibilidade do solo. O visual das motos passando por entre estas espumas é muito bonito, porém não ver ao certo por onde estamos passando também deixa o trajeto mais perigoso.
Próximo ao Hermenegildo existe um trecho chamado conchal que dizem ser perigoso, o qual não passamos sobre ele devido a maré estar mais alta, segundo nos informaram. Ainda no Hermegildo a faixa de areia é estreita o que faz com que, em momentos de maré muito alta, não tenha passagem pela praia.
Passamos pela praia do Hermenegildo com cerca de 208 Km desde a saída do centro do Cassino, percorrendo mais cerca de 15 Km até chegarmos à Barra do Chuí, divisa do Brasil com o Uruguai.
A chegada na Barra do Chuí se deu em torno das 15:50 horas, com 7:50 horas de viagem e 223 Km de praia. A emoção tomou conta de todos. O momento é impossível de ser expresso em palavras. A conquista de um desafio tem um sabor muito pessoal e intenso. As motos tapadas de sujeira, roupas e as botas completamente molhadas e cheias de areia, a adrenalina e o medo que nos acompanharam durante todo o trajeto, passam a ser parte de um troféu pessoal que agora pode ser exposto na estante de nossa alma, onde podemos contemplá-lo a qualquer momento em nossas memórias.

Chegada na Barra do Chuí 
Humberto - Barra do Chuí
Barra do Chuí
A companhia do grupo do Curso de Bigtrail Floripa foi um fator muito importante no sucesso de nossa jornada. Além da maior segurança proporcionada, nos passaram dicas muito valiosas de pilotagem naquela situação. Sem falar, é claro, dos novos laços de amizade criados.
Saindo da Barra do Chuí, nos separamos do grupo que retornou para Rio Grande pela estrada e nós permanecemos na cidade do Chuí durante a noite. Passamos em um posto de gasolina para reabastecer as motos. Não foi necessário utilizar a gasolina extra que levamos nos galões, mas chegamos na reserva. Recomendo levar este combustível extra. Tiramos o excesso de sujeira das motos com água doce e novamente as pulverizamos com WD 40 e lubrificamos as correntes. Ao abrir os baús, percebi que havia entrado água tanto nos laterais como no top case. Utilizo baús nacionais de alumínio da marca Roncar e, embora não tenham enchido de água, a quantidade foi suficiente para acumular no fundo e molhar minhas roupas. O Humberto também teve um pouco de suas coisas molhadas, porém bem menos do que eu. Ele utiliza baús laterais italianos de alumínio da marca Givi e top case plástico, também Givi. Confesso que fiquei decepcionado com os baús da Roncar.
Fomos em busca de um hotel, chegando até o Hotel Turis. Um lugar razoável. O quarto duplo custa R$ 200,00 e é equipado com um banho muito bom, televisão a cabo com um pacote básico de canais, frigobar e ar condicionado. A recepção tem funcionários bastante atenciosos e divertidos. O café da manhã está dentro do esperado, porém sem uma grande variedade de alimentos.
Junto conosco chegaram três casais de motociclistas que, ao me aproximar, percebi que se tratavam dos amigos Ítalo, Laerte e Zuza, do mesmo moto grupo que participo, a facção Porto Alegre do Bodes do Asfalto. Imensa coincidência.
À noite jantamos em uma pizzaria muito boa chamada Il Forte (Av. Brasil, 391). Com um cardápio de pizza a metro muito saborosa e com sabores variados, também tem a opção de parrillada, além de um valor bastante em conta.

Jantar no Chuí
Na manhã seguinte seguimos viagem pela BR 471 por 221 Km até a localidade de Vila da Quinta, onde entramos na BR 392, em direção à cidade de Pelotas, por mais 36 Km. A BR 471 é uma estrada asfaltada de pista simples e com boa pavimentação, porém é uma grande reta, com pouquíssimas curvas, o que a deixa muito monótona. Esta monotonia é quebrada quando se passa pela Estação Ecológica do Taim, com os banhados nos dois lados da estrada onde se pode observar a diversidade da fauna local. É muito importante obedecer o limite de velocidade dentro do trecho da reserva, pois é bastante comum animais atravessarem a estrada e causarem acidentes bastante graves. Encontramos algumas capivaras mortas à beira da rodovia, o que denota que foram atropeladas. O encontro de um destes animais com uma moto é acidente grave, com toda certeza.
Chegamos em Pelotas em torno das 12:30 h, com cerca de 260 Km percorridos. Almoçamos o melhor feijão do mundo, na casa de minha mãe e, após descansar um pouco, seguimos pela BR 116 até Porto Alegre por mais cerca de 260 Km onde chegamos em torno das 18 horas, com exatos 1.162 Km percorridos e 18:17 h de pilotagem nestes três dias de viagem. As duas motos fizeram a mesma média de consumo de gasolina de 14,7 Km/litro.
O corpo cansado, as roupas sujas e a alma leve justificam esta viagem. Superar medos e desafios é um privilégio que conquistamos. Aprendemos muito. Aprimoramos nossa técnica de pilotagem off road, aprendemos sobre variações da praia, sobre preparos para este tipo de viagem e a superar nossos medos.
Deixo aqui um super agradecimento ao Vantuir Boppre e ao Jackson Feuback.

Dicas
1. Observar as condições climáticas. Certamente em dias frios, com chuva ou temporal a viagem será muito mais difícil.
2. Observar a direção e intensidade do vento. Em dias de vento sul o trajeto será feito contra sua direção, pegando o vento de frente. Além disso a maré estará mais alta, com uma menor faixa de areia, correndo do risco de ficar preso na praia nos horários de maré mais alta.
3. Não fazer a viagem em grupo menor do que quatro motocicletas.
4. Estudar o roteiro.
5. Levar água e alimentos.
6. Levar gasolina extra.
7. Em caso de levar baús com roupas ou outros equipamentos, colocar os objetos em sacos plásticos impermeáveis. O excesso de água pode nos deixar sem roupas ou estragar equipamentos eletrônicos.
8. Manter controle de tração e ABS desligados.
9. Sendo possível, um intercomunicador pode ser bastante útil.
10. Não esquecer câmera de fotografias. Os lugares são magníficos e devem ser registrados.
11. O mais breve possível, levar a moto para uma lavagem especializada, onde seja desmontada para que não permaneça areia e água do mar nos locais onde não são acessíveis às lavagens comuns. Também é muito importante a limpeza das conexões elétricas, pois estas ficarão danificadas muito rapidamente devido ao contato com a água do mar.

Roteiro




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