segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Serra do Rio do Rastro – Janeiro de 2018.



Esta foi a segunda viagem à serra catarinense, sendo realizada em janeiro de 2018 porém somente postada aqui no blog nos últimos dias de dezembro do mesmo ano. Saliento aqui um erro cronológico de publicações. A primeira foi postada aqui no blog dia 28 de setembro de 2014. Embora o destino tenha sido o mesmo, desta vez o roteiro foi um pouco diferente, assim como o planejamento. Em 2014 fizemos o passeio em dois dias. Desta vez fizemos em três dias. Em novembro de 2018 fiz uma nova viagem à Serra Catarinense, a terceira, também com um roteiro diferente, passando pela serra do Corvo Branco, e já postada aqui.
Sexta-feira, dia 19 de janeiro de 2018. Saímos de Porto Alegre em torno das 17:25 horas, reunidos no posto Shell da Av. Edu Chaves, na saída de Porto Alegre. O grupo inicial estava composto pelos amigos Ricardo (Honda CBR 600), Adriana (Honda CB 300), William (Yamaha MT07), Marcos e Renata (Triumph Tiger 800 XCX) e Antônio e Nilda de carro.
Seguimos pela BR 116 onde, no município de São Leopoldo, o Mauro (Suzuki VStrom DL 650) se juntou a nós. Continuamos pela BR 116 até a localidade de Scharlau, em São Leopoldo, distante cerca de 30 Km desde nossa saída. Neste ponto entramos à esquerda na rodovia RS 240 continuando por 13 Km até a RS 122 e mais 69 Km até o município de Caxais do Sul entrando na BR 453, desviando da cidade, onde paramos para o primeiro abastecimento no Posto Squizato e um breve lance no resturante Rota Sul, no Km 71 desta rodovia. Continuamos pela BR 453 por cerca de 8 Km, acessando novamente a RS 122, passando pelos municípios de Flores da Cunha e Antônio Prado, por 93 Km até chegarmos à BR 116 onde entramos à esquerda em direção à cidade de Vacaria distante mais 19 Km.
Chegamos em Vacaria em torno das 21:40 horas, tendo rodado 244 Km desde a saída de Porto Alegre. As estradas percorridas estão em boas condições de pavimentação e em sua maioria são de pista simples, com exceção da BR 116, das RS 240 e 122 até Caxias do Sul.
Em Vacaria ficamos hospedados no Novo Hotel, localizado no Km 40 da BR 116. Certamente está entre os piores hotéis que já fiquei hospedado. O café da manhã está incluído, porém a qualidade acompanha a do hotel. O único ponto positivo é a higiene. O baixo valor da diária (R$ 120,00 por casal) chega ser uma exorbitância pelo serviço oferecido.
Na manhã seguinte partimos em direção à Ubirici, na serra catarinense, saindo de Vacaria em torno das 9:30 horas. Seguimos pela BR 116 até a cidade de Lages, por cerca de 108 Km. Em Lages entramos na BR 282 andando por cerca de 84 Km até a SC 110. Deste ponto até Urubici são 28 Km por uma rodovia estreita, de pista simples de boa pavimentação, quase sem acostamento e com muitas curvas sensacionais. É o tipo de rodovia que faz a felicidade dos motociclistas.
Chegamos em Urubici às 15 horas, tendo percorrido 220 Km desde Vacaria. Fomos direto para a pousada Arcanjo Rafael (Rua Hipólito da Silva Matos, 285). Um lugar simples, porém de boa qualidade.
Ainda na mesma tarde fomos até o mirante do Morro da Igreja, no Parque Nacional São Joaquim. para tentarmos ver a Pedra Furada, já descrita aqui no blog quando da publicação de 2014. Antes de rumar  para o Morro da Igreja, é necessário pegar uma autorização na sede do ICMBIO, na Av. Pedro Bernardo Warmling. Para chegar até lá se segue pela SC 370, na esquina com a Av. Adolfo Kondler, por 12 Km até a Estrada Geral do Morro da Igreja Morro da Igreja que leva até o mirante, em um trajeto de mais 15 Km. Neste dia não foi possível observar a Pedra Furada devido ao intense nevoeiro. Mesmo assim o visual lá de cima é belíssimo.
Ao descermos do mirante do Morro da Igreja fomos visitar a Cascata Véu da Noiva, cujo acesso está a 6 Km da SC 370 pela Estrada Geral do Morro da Igreja. O acesso até a cascata se dá por uma estrada não pavimentada, distante 800 m da Estrada Geral do Morro da Igreja. No local existe uma pousada e um restaurante. A cascata é uma queda d’água de 62 m de altura em meio da mata local.
Encerramos do dia com 285 Km rodados de motocicleta.
Na manhã seguinte saímos de Urubici em torno das 9:30 h pela SC 110 por cerca de 50 Km até a SC 390 e, depois, mais 38 Km até o Mirante da serra do Rio do Rastro. Após um período de contemplação da paisagem, iniciamos a descida da Serra do Rio do Rastro. São 6,6 Km de descida com as curvas características e com o agravante de vários trechos com pista molhada. A beleza do lugar sempre deixa seus visitantes maravilhados, mesmo aqueles que ali já estiveram outras vezes. Continuando pela SC 390 chegamos à cidade de Lauro Müller, distante 30 Km do mirante, onde entramos na SC 446 andando por cerca de 30 Km até Sideráopolis e seguindo pela SC 445 até Criciúma, por mais 30 Km, acessando a SC 443 e a SC 108 por mais 17 Km até chegarmos na BR 101. Seguimos pela BR 101 por cerca de 160 Km até Osório, já no Rio Grande do Sul, onde entramos na BR 290. Em Osório iniciou uma chuva forte e um intenso tráfego de veículos oriundos do litoral norte do Rio Grande do Sul, regressando para Porto Alegre.
Continuamos pela BR 290, porém o intenso fluxo de veículos nos fez optar por entrarmos na ERS 474, distante 25 Km de Osório, em direção à cidade de Santo Antônio da Patrulha. Nesta rodovia andamos por mais 6 Km até a ERS 030 e, por esta seguindo até os municípios de Gravataí e Cachoeirinha, já na região metropolitana de Porto Alegre.  Por esta via alternativa fugimos do intenso fluxo de veículos da BR 290, porém passando por uma rodovia de pista simples e com uma pilotagem dificultada pela chuva.



















terça-feira, 11 de dezembro de 2018

General Câmara



Marcos André: Triumph Tiger Explorer 1200 XCX

Saí de Porto Alegre em torno das 14 horas do dia 02 dezembro de 2018, domingo. Desta vez sozinho. Segui pela BR 290 em direção ao sul, onde a rodovia é duplicada até o  município de Eldorado do Sul. Após passar a praça de pedágio (atualmente desativada) e um posto da Polícia Rodoviária Federal, a estrada se direciona para oeste e passa a ser de pista simples. Neste ponto estamos a cerca de 15 Km da ponte sobre o Lago Guaíba, na saída de Porto Alegre. Deve-se ter atenção neste local pois, se seguirmos pela rodovia duplicada, esta passa a ser a BR 116 com destino ao sul do Estado do Rio Grande do Sul. Após a mudança de direção da BR 290, segui mais cerca de 18 Km até a RS 401, à direita da via. Continuei pela RS 401 por mais aproximadamente de 40 Km, passando pelas cidades de Charqueadas e São Jerônimo, chegando ao primeiro acesso à cidade de General Câmara. Mais tarde descobri que não era o acesso principal, que estava apenas 1 Km à frente. Ainda no trajeto pela RS 401, já próximo à General Câmara, se passa pela ponte sobre o rio Jacuí, com um visual muito bonito da região.
General Câmara está localizada na microrregião de São Jerônimo, a 75 Km de Porto Alegre e tem uma população aproximada de 8.500 habitantes. Os primeiros registros de habitação datam do ano de 1754 formando o que teria sido o núcleio inicial do atual município de General Câmara. Com a chegada de famílias açorianas, se formou o povoado de Santo Amaro o qual foi elevado à categoria de freguesia no ano de 1773. Santo Amaro fez parte dos municípios de Rio Pardo, Triunfo e, por fim, de Taquari do qual se desmebrou no ano de 1881. Após dois anos da emancipação de Santo Amaro foi inaugurado uma ferrovia ligando-o ao povoado chamado Margem do Taquari e Cachoeira. A falta de apoio de Santo Amaro em relação às tropas getulistas que derrubaram Flores da Cunha, o desenvolvimento da agricultura e a pecuária, aliados à ferrovia, levaram à transferência da sede do município para o povoado da Margem do Taquari no ano de 1939,  denominando-o apenas como Margem e, ainda no mesmo ano, passando a se chamar General Câmara. A cidade conta com o Arsenal de Guerra, que armazena equipamentos necessários para serem empregados em uma eventual Guerra.
Ao entrar na cidade fiz um passeio por suas ruas. Logo estava em uma área repleta de casas que formavam a cidade militar. Casas antigas e muito parecidas, a maioria com um mesmo tipo de construção e, em número menor, casas com um padrão melhor que dão a ideia de serem as casas destinadas aos oficiais superiores. Diversas são as ruas com essas residências. Entrei em uma rua chamada Coronel Balbao, que passa em frente ao quartel do Arsenal de Guerra de General Câmara. Essa rua se continua sem calçamento a partir da frente do quartel por mais cerca de 500 metros até a margem do rio Jacuí. Neste ponto está localizado uma antiga construção que que servia para desembarque de mercadorias vinda por navios através do rio Jacuí. Ali as mercadorias saiam dos navios direto para vagões de trem e distribuídas aos seus locais de destino. Enquanto estava visitando o local conheci o Sr. Delmar, sargento do exército aposentado e morador de Generall Câmara, que estava fazendo um passeio com sua família. Ele nos contou que naquele local do rio eram descartados os armamentos antigos do exército que não tinham mais utilidade. Supõe-se que na profundidade das águas do rio Jacuí naquele ponto possam existir grade quantidade de materiais bélicos antigos.
Seguindo uma dica do Sr. Delmar, após sair da cidade de General Câmara fui em busca de uma estação férrea próxima, a estação Argemiro Dornelles. A estação está localizada a cerca de 3 Km da entrada principal de General Câmara. Ao sair da cidade se continua em direção norte pela RS 401 por menos de 300 metros onde, em uma rotatória, está o acesso à RS 130. Essa é uma rodovia sem pavimentacão, porém em boas condições de trafegabilidade. Desde a rotatória onde inicia a RS 130 até o acesso à área da ferrovia são apenas 2,8 Km. Chegando lá encontrei o Sr. Dierres, que é o responsável pela estação. Após alguns minutos de conversa se pode perceber o carinho com que ele cuida do lugar e a devida importância dada por ele. A estação está em ótimas condições dentro das possibilidades locais. Tem um pequeno museu que conta um pouco da história das ferrovias. É mais um daqueles lugares do Rio Grande do Sul que nos fazem voltar no tempo, trazendo uma enorme nostalgia.
A Estação Argemiro Dornelles foi inaugurada em 1962, cujo nome é uma homenagem ao General que comandou o Arsenal de Guerra de General Câmara. Ali passavam trens de carga e passageiros que saiam de Porto Alegre em direção à Uruguaiana, assim como também uma linha exclusiva entre Porto Alegre e General Câmara. Essa linha durou entre os anos de 1965 e 1979. A estação esteve abandonada até 2015, quando foi restaurada pela associação Voluntários dos Amigos  do Trem do Rio Grande do Sul.
Após sair da estação Argemiro Dornelles, segui a RS 130 até uma localidade onde há uma balsa que atravessa  o rio Taquari para a cidade de Taquari.  A distância desde a entrada de General Câmara até a balsa são de aproximadamente 18,4 Km, com cerca de 18,1 Km de estradas sem pavimentação. A balsa sai da margem de General Câmara nas horas cheias e, como cheguei em torno das 17h20min, fui obrigado a esperar um pouco. Nesse período em que ali fiquei parado tive a oprtunidade de conversar com algumas pessoas e conhecer um pouco mais da vida local. A travessia da balsa dura cerca de 10 minutos, parando na margem oposta do rio. Passei direto pela cidade de Taquari por um trajeto de aproximadamenre 5 Km até entrar na RS 463. Esta rodovia leva até a RS 287, distante 10 Km do seu início. Gostaria muito de ter parado em Taquari para tirar algumas fotos e conhecer um pouco da cidade mas, devido ao adiantar da hora, resolvi deixar para uma outra oportunidade. Após entrar na RS 287 andei por 15 Km até a BR 386, no município de Tabaí. A partir dali segui mais 47 Km até a BR 448 acessando à direita da via, em Canoas, já na região metropolitana de Porto Alegre. Pela BR 448 se anda mais 12 Km até a BR 290, já em Porto Alegre. As BRs 386, 448 e 290 são duplicadas neste trajeto percorrido. Todas as estradas por que passei neste dia estão em condições de pavimentação bastante boas.
Cheguei em Porto Alegre às 19h50min, com 235,3 Km rodados.

 
Entrada principal de General Câmara

Rua da cidade com arquitetura das casas militares

Ginásio de esportes do Arsenal de Guerra


General Câmara



Arsenal de Guerra

Rua da cidade com arquitetura das casas militares

Igreja
Rua Coronel Balbao

Antigo lugar onde desembarcavam mercadorias que chegavam pelo rio Jacuí

Trilhos do trem que recebiam as mercadorias

Parte interna de onde partiam os trens com as mercadorias que chegavam pelo rio Jacuí

Detalhe da parte externa da estação de coleta de materiais
Passagem sob a estação de coleta de materiais

Entrada da estação Argemiro Dornelles

Estação Argemiro Dornelles

Estação Argemiro Dornelles

À espera da balsa para Taquari, nas margens do rio Jacuí