segunda-feira, 15 de julho de 2019

Pinto Bandeira



Marcos e Renata: Triumph Tiger Explorer 1200 XCX
Humberto e Marina: Triumph Tiger Explorer 1200 XCA

Sábado, dia 22 de junho de 2019.
Saímos de Porto Alegre em torno das 8h45min pela BR 116 por 30 Km até a localidade de Scharlau, onde entramos na ERS 240 seguindo por mais 13 Km até a ERS 122, no município de Portão. Continuamos por mais 38 Km até RS 446 em São Vendelino, onde se cruza por sobre a rodovia ERS 122, acessando um viaduto à direita da via e seguindo por mais 17 Km até a BR 470. Por essa rodovia são mais 38 Km até o acesso à estrada para a Estação Jaboticaba, no Km 194, na cabeceira da ponte sobre o Rio das Antas. Nesse ponto se entra por uma estrada sem pavimentação rodando por mais 5 Km até chegarmos na antiga estação de trens.
A estação parece estar praticamente abandonada. À frente, sobre os trilhos, estão vagões de trem da empresa ALL em estado de total abandono, alguns bastante danificados, o que não tira sua imponência e aspecto histórico. A Estação Jaboticaba foi inaugurada em 1967, sendo um entroncamento da linha Mafra – Lages – General Luz e ramal de Bento Gonçalves.
Logo em frente ao ponto de acesso à estrada para a Estação Jaboticaba, na BR 470, existe um restaurante simples chamado Restaurante Recanto, com uma comida caseira bastante saborosa, atendimento muito cortês e com o visual deslumbrante da ponte sobre o Rio das Antas. Almoçamos ali com um custo de R$ 14,00 por pessoa.
Após o almoço retornamos pela BR 470 em direção à cidade de Pinto Bandeira. Seguimos por 28 Km até a entrada da cidade de Bento Gonçalves no ponto chamado Pipa Pórtico, onde existe um pórtico com desenho de uma pipa de vinho. Atravessemos a cidade até chegarmos na RS 444 (a sinalização do trajeto é muito boa), seguindo por cerca de 6 Km até a Estrada Barracão, por onde se anda cerca de 1,7 Km até a VRS 855, seguindo esta por mais 13 Km até a pequena cidade de Pinto Bandeira. O visual ao longo das estradas é sensacional, com todas as rodovias em bom estado de conservação.
Chegamos em Pinto Bandeira no meio da tarde e fomos em busca de hospedagem. A região conta com algumas pousadas e hotéis, porém estavam quase todos lotados devido a um evento na cidade de Bento Gonçalves. Conseguimos nos hospedar na Pousada Dona Elida, na área urbana de Pinto Bandeira (Rua 7 de Setembro, 1471). Um lugar simples e muito aconchegante, com apenas quatro quartos. O atendimento é familiar e a proprietária bastante atenciosa. Na pousada existem árvores frutíferas de bergamotas e laranjas onde os hóspedes podem comer as frutas à vontade e, até mesmo, levar para casa. Um ponto negativo da pousada se deve aos quartos não disponibilizarem água quente nas torneiras e o chuveiro ter aquecimento elétrico, fatores que podem comprometer nos dias de inverno já que é uma região serrana e com temperaturas habitualmente mais baixas. Em dias e horários específicos funciona um restaurante junto à pousada.
No final da tarde fomos conhecer a Vinícola Dom Giovanni, que tem seu acesso no Km 21 da VRS 855. Tentamos conseguir um transporte para que pudéssemos degustar os vinhos ali produzidos, porém fomos informados que não existe táxi ou outro transporte que preste este tipo de serviço, que fez com que fôssemos de moto. No local existe, além da vinícola, uma pousada que estava com lotação esgotada. Lá fomos recebidos pelos proprietários, o Sr, Ayrton e a Sra. Beatriz, um casal extremamente simpático. Fizemos uma visita guiada pela enóloga da Dom Giovanni, com a degustação prejudicada devido estarmos pilotando. A Dom Giovanni conta com 17 hectares de vinhedos das variedades de uvas Chardonnay, Pinot Noir, Cabernet Franc e Merlot. Os vinhos são compostos de 100% das uvas que estão no rótulo (a legislação brasileira permite que até 25% do vinho seja de outra uva), sem fertilizantes e herbicidas químicos, preconizando uma viticultura sustentável e ecológica, produzindo uvas de melhor qualidade, o que se reflete na qualidade dos seus produtos. No local funcionava a empresa Dreher, da família da Sra. Beatriz, sendo adquirida pelo casal e criada a Dom Giovanni.
Após sairmos da vinícola fomos buscar um local para comermos algo, pois a fome já começava a dar sinais. O único local na pequena cidade era uma lanchonete onde saboreamos um hamburger de muito boa qualidade e ainda levamos uma tábua de frios para à noite, na pousada. Saímos da lanchonete em torno das 19h15min, já tendo anoitecido, com o silêncio e a tranquilidade da cidade não lembrando em nada as noites de Porto Alegre.
A região de Pinto Bandeira apresenta as condições ideais para a produção de vinhos, com o solo e clima considerados o terceiro melhor do mundo para a produção de espumantes, obtendo certificação de Indicação de Procedência de Pinto Bandeira.
O início da colonização de Pinto Bandeira se deu no ano de 1876, quando ali chegaram os primeiros colonos italianos. Em 1913, então chamada de Nova Pompéia, a localidade foi elevada a distrito de Bento Gonçalves. Em 1938 teve seu nome modificado para Pinto Bandeira. Em 1996 o distrito foi emancipado de Bento Gonçalves e, em 2003, por ação do STF, retornou à condição de distrito de Bento Gonçalves, assim permanecendo até 2010, quando retomou sua autonomia política. A população estimada do município em 2017 era de 2868 habitantes.
Na manhã seguinte iniciamos nosso retorno para Porto Alegre, seguindo pela VRS 855. Antes, no entanto, paramos para conhecer a Vinícola Geisse. O acesso se dá no Km 23 onde se anda cerca de 1 Km em uma estrada asfaltada e mais 600 metros em uma estrada sem pavimentação. A vinícola Geisse é um local espetacular, com grande área verde para receber visitantes que ali podem desfrutar de um dia inteiro no meio da natureza. Tem uma gastronomia bastante diferenciada e uma tranquilidade indescritível.
Saímos da Geisse já no início da tarde. Por se tratar de um domingo, lembramos que a BR 116 junto ao município de São Leopoldo se torna bastante congestionada. Optamos por voltarmos pela BR 386, passando pelo município de Montenegro. Seguimos pelo mesmo trajeto de ida através das RS 444 até Bento Gonçalves, BR 470, RS 446 e ERS 122 até a localidade de Portão, onde entramos na ERS 240, seguindo por 23 Km até o município de Montenegro e mais 3,5 Km pela ERS 287 até a ERS 124. Nesta rodovia andamos 17 Km até a BR 386, mais 20 Km até a BR 448, 12,5 Km até a BR 290 e 2,5 Km até a Av. Castelo Branco, entrada de Porto Alegre. Após termos feito esse trajeto, descobrimos que existia um caminho um pouco mais curto entre a ERS 122 e o município de Montenegro, através da RS 124, cerca de 16 Km mais perto.
Neste passeio rodamos 422,2 Km pelas estradas da Serra Gaúcha, onde passamos a conhecer um pouco mais dos vinhos desta região e compartilharmos momentos incríveis de muita tranquilidade.
Ponte sobre o Rio das Antas

Estrada de acesso à Estação Jaboticaba

Estação Jaboticaba

Estação Jaboticaba

Estação Jaboticaba

Estação Jaboticaba


Pousada Dona Elida


Igreja de Pinto Bandeira

Vinícola Dom Giovanni

Vinícola Dom Giovanni

Vinícola Dom Giovanni

Vinícola Dom Giovanni

À noite, na pousada.

VRS 855 - Km 23


Vinícola Geisse

Vinícola Geisse





Rota