segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Flores da Cunha / Otávio Rocha


Marcos André dos Santos – BMW R 1250 GS HP Adventure

Humberto Gassen e Marina – BMW R 1200 GS Adventure


Sábado, dia 19 de setembro de 2020. Saída de Porto Alegre em torno das 9 horas da manhã com destino à localidade de Otávio Rocha, distrito do município de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha. 

Rumamos pela BR 116 até a localidade de Scharlau, município de São Leopoldo (31 Km), entramos na ERS 240 até o município de Portão (13 Km), seguimos pela ERS 122 até o município de Farroupilha (59 Km) entrando na ERS 453 até a Estrada Municipal Vereador Marcial Pisoni, início do Caminhos da Colônia (18 Km) à esquerda da rodovia. Neste ponto seguimos por esta rodovia que já mostra uma paisagem diferente com a zona rural típica italiana. Percorremos 1 Km até a Estrada Vereador Ari Antônio Bergoza, mais 1,5 Km até a Estrada Municipal Vicente Menezes onde dobramos à esquerda, seguindo mais 5 Km até a Estrada Olindo Carlos Toigo, entrando à esquerda novamente e andando mais 4 Km até o Casarão dos Veronese em torno das 11 horas da manhã, estando fechado à visitação. 

Continuamos por mais 2 Km até o centro do distrito de Otávio Rocha, onde paramos em uma pequena cantina.  Ali conversamos com o proprietário que também é proprietário de um hotel e restaurante em frente chamado Dona Adélia. O atendimento e simpatia no atendimento fizeram com que programássemos nosso almoço daquele dia naquele restaurante. Antes, no entanto, fomos até o centro de Flores da Cunha, distante cerca de 12 Km de onde estávamos.

Flores da Cunha é uma cidade da Serra Gaúcha, distante cerca de 150 Km de Porto Alegre e com uma altitude de 710 metros acima do nível do mar. A colonização italiana é bastante presente na arquitetura, na gastronomia, na vitivinicultura, na cultura e no dialeto Vêneto. O município tem uma população de um pouco mais de 30.700 habitantes. A principal atividade econômica é a vitivinicultura, sendo o maior produtor de vinhos e o segundo maior produtor de uvas do Brasil. Também tem o comércio, turismo, indústria, avicultura e fruticultura como outras atividades econômicas do município. A colonização italiana se deu a partir do ano de 1876, com os primeiros imigrantes formando os povoados de São Pedro e São José os quais se uniram em 1885 formando a Vila Nova Trento tornando-se, em 1890, segundo distrito de Caxias e se emancipando desta em 1924.Em 1935 teve seu nome trocado para Flores da Cunha em homenagem ao então governador do Estado, General José Antônio Flores da Cunha.

A cidade é conhecida como Terra do Galo devido a um episódio ocorrido no ano de 1934 quando um mágico que por ali passava anunciou que faria eu seu show um galo cantar após ter cortado sua cabeça. Após decapitar a ave, saiu do palco com o argumento de que iria buscar a substância mágica que faria o galo cantar, aproveitando o momento para fugir com o dinheiro da bilheteria. O que inicialmente foi motivo de deboche por parte de Caxias do Sul, nos anos de 1960 se tornou uma história cômica até hoje alegrando a população e os visitantes de Flores da Cunha.

Após um breve passeio pelo centro da cidade, paramos para descansarmos e tirarmos algumas fotografias na praça central, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, ao lado da qual existe um campanário construído em basalto entre 1946 e 1949, com uma altura de 55 metros e cinco sinos pesando 1200 Kg, 600 Kg, 350 Kg, 160 Kg e 80 Kg, respectivamente, todos fundidos na França.

Retornamos ao distrito de Otávio Rocha para almoçarmos no Restaurante do Hotel Dona Adélia. O local é bastante agradável, com um atendimento muito simpático, porém a culinária deixa muito a desejar. Os galetos, assim como as massas, não têm um sabor que chame a atenção. Já os bifes à milanesa são tão finos que lembram um pouco mais que a espessura de uma fatia de presunto, além da falta de tempero como os demais alimentos servidos. Muita farinha de rosca e pouca carne.  O restaurante tem um enorme potencial, porém subutilizado. Não é um lugar que se possa indicar como, pelo menos, razoável restaurante italiano.

Otávio Rocha é um distrito de Flores da Cunha com uma população de 2500 pessoas, tendo recebido seus primeiros imigrantes no ano de 1882. O tempo ali parece ter parado há várias décadas e a vida anda em um ritmo bastante lento. Está localizado a 12 Km do centro da cidade, com estradas fantásticas cercadas de parreirais e propriedades rurais em meio à serra gaúcha. No centro do distrito, em frente à igreja Paróquia São Marcos e separando esta da Praça Regional da Uva, existe um parreiral que cobre a rua formando um verdadeiro túnel que se estende por cerca e 70 metros. No período de safra, em janeiro, este fica repleto de uvas as quais podem ser consumidas no local.

Saindo de Otávio Rocha, retornamos até o Casarão dos Veronese para visitação, na zona rural de Flores da Cunha. Construído no ano de 1898 pelo imigrante italiano Felice Veronese com suas paredes externas em basalto talhado assentados com barro e paredes internas de tijolos, é um típico da arquitetura italiana. Ali era a moradia da família Veronese, além de uma vinícola familiar e uma pequena fábrica de pólvora. Posteriormente o casarão foi vendido à família Schio e, mais tarde, à família Galiotto. Desocupado por muito tempo, houve importante deterioração o que fez com que fosse tombado e assumido pela Prefeitura de Flores da Cunha. Durante os anos de 2015 a 2017 o casarão foi recuperado com verbas da Lei Estadual de Incentivo à Cultura abrigando um acervo histórico bastante importante formando um museu e centro cultural. O restauro consta de materiais modernos, como vidro e estruturas metálicas, mesclados à antiga construção. À primeira vista ficamos um tanto decepcionados pela aparente descaracterização da construção, porém após fazermos a visita guiada que o local oferece passamos a entender todo o significado contido no local e na forma com que fora restaurado. Vale muito à pena a visitação. 

Após a vista ao Casarão dos Veronese iniciamos nosso retorno para Porto Alegre optando por outra estrada municipal pelo interior de Flores da Cunha pelas estradas José Cassal e Vereador Marcial Pisoni por mais cerca de 12 Km até a RS 453, por onde retornamos para Porto Alegre pelo mesmo caminho que nos levou até ali.

Chegamos em Porto Alegre em torno das 20h14min, com 356,6 Km rodados no dia.

Dados do computador de bordo:

Início: 6h49min.

Chegada: 20h14min.

Condução: 6h34min.

Pausa: 6h50min.

Distância percorrida: 356,6 Km.

Geral: 2561 Km.

Velocidade média: 64 Km/h.

Consumo: 17,2 Km/l.


Caminhos da Colônia

Flores da Cunha 

Flores da Cunha 


Flores da Cunha 


Flores da Cunha 


Casarão dos Veronese


Casarão dos Veronese


Casarão dos Veronese


Otávio Rocha


Otávio Rocha


Otávio Rocha


Otávio Rocha



Otávio Rocha


Otávio Rocha


Caminhos da Colônia



Caminhos da Colônia


                    Porto Alegre - Flores da Cunha                                  Caminhos da Colônia