terça-feira, 15 de dezembro de 2020

MASTER TRAINING – TRANSFORMANDO MEDO EM DIVERSÃO.

          No sábado, 28 de novembro de 2020, estivemos mais uma vez na Master Trail Escola de Pilotagem Avançada onde tivemos a oportunidade de treinar as manobras off road com a orientação e supervisão do amigo e instrutor André Vargas. Desta vez foi a atividade Master Training, onde passamos “um dia intenso dedicado à revisão e aprimoramento das técnicas de pilotagem para retomada das (...) aventuras” (https://www.mastertrail.com.br/nossos-cursos). 
          Quando paramos de executar atividades por um determinado tempo, o nosso corpo não responde aos comandos do cérebro da forma como faz quando estamos treinados. Isto acontece com todos nós, sejamos atletas profissionais, amadores ou praticantes de atividades de lazer. 
         Neste ano de pandemia muitos de nós deixamos as motos paradas por longo tempo preocupados em proteger nossa saúde e dos nossos familiares, assim como sem esquecer que os possíveis acidentes aos quais estamos sujeitos também poderiam contribuir para uma maior lotação dos hospitais. É nossa consciência e atitudes que nos posicionam na sociedade em que vivemos. 
        Esta parada fez com que perdêssemos muito da nossa capacidade de pilotagem, nos deixando mais inseguros e sujeitos a situações desagradáveis, como quedas mais frequentes, dores musculares por contratura tensional durante a pilotagem e maior astenia física e emocional. 
         A retomada da atividade de forma gradual, progressiva e orientada faz toda a diferença no resultado final, evitando as possíveis lesões que porventura surgirão. Para isso, uma escola de pilotagem que ofereça este tipo de treinamento nos traz grande segurança além de proporcionar momentos extremamente agradáveis juntamente com os demais pilotos, onde todos compartilham suas experiências, sempre sob o olhar técnico e crítico do instrutor, levando a um maior crescimento do grupo e cercado de muita diversão.        
          Foram aproximadamente 12 horas de treinamento orientado dentro de uma área segura e projetada para prática de pilotagem off road, inclusive com ambulância disponível, onde executamos manobras diversas tais como equilíbrio, transferências de peso, frenagens, aclives, declives, planos inclinados (curvas e retas), obstáculos, areia solta, rípio, e muitas outras situações. O final foi coroado com uma simulação de enduro não competitivo pelas estradas do interior do município de Nova Santa Rita, sendo grande parte percorrido à noite, chegando até uma pequena vila onde existe uma balsa para travessia do Rio dos Sinos. 
          A organização do treinamento contou com o apoio da Stéphanie Vargas e da Eliane Soares, staff da família Master Trail, do piloto Hilton Müller, do fotógrafo e piloto Frederico Hanke e do Rogério, operador de drone.
















                                                                                                                   FOTOS:  FREDERICO HANKE

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Flores da Cunha / Otávio Rocha


Marcos André dos Santos – BMW R 1250 GS HP Adventure

Humberto Gassen e Marina – BMW R 1200 GS Adventure


Sábado, dia 19 de setembro de 2020. Saída de Porto Alegre em torno das 9 horas da manhã com destino à localidade de Otávio Rocha, distrito do município de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha. 

Rumamos pela BR 116 até a localidade de Scharlau, município de São Leopoldo (31 Km), entramos na ERS 240 até o município de Portão (13 Km), seguimos pela ERS 122 até o município de Farroupilha (59 Km) entrando na ERS 453 até a Estrada Municipal Vereador Marcial Pisoni, início do Caminhos da Colônia (18 Km) à esquerda da rodovia. Neste ponto seguimos por esta rodovia que já mostra uma paisagem diferente com a zona rural típica italiana. Percorremos 1 Km até a Estrada Vereador Ari Antônio Bergoza, mais 1,5 Km até a Estrada Municipal Vicente Menezes onde dobramos à esquerda, seguindo mais 5 Km até a Estrada Olindo Carlos Toigo, entrando à esquerda novamente e andando mais 4 Km até o Casarão dos Veronese em torno das 11 horas da manhã, estando fechado à visitação. 

Continuamos por mais 2 Km até o centro do distrito de Otávio Rocha, onde paramos em uma pequena cantina.  Ali conversamos com o proprietário que também é proprietário de um hotel e restaurante em frente chamado Dona Adélia. O atendimento e simpatia no atendimento fizeram com que programássemos nosso almoço daquele dia naquele restaurante. Antes, no entanto, fomos até o centro de Flores da Cunha, distante cerca de 12 Km de onde estávamos.

Flores da Cunha é uma cidade da Serra Gaúcha, distante cerca de 150 Km de Porto Alegre e com uma altitude de 710 metros acima do nível do mar. A colonização italiana é bastante presente na arquitetura, na gastronomia, na vitivinicultura, na cultura e no dialeto Vêneto. O município tem uma população de um pouco mais de 30.700 habitantes. A principal atividade econômica é a vitivinicultura, sendo o maior produtor de vinhos e o segundo maior produtor de uvas do Brasil. Também tem o comércio, turismo, indústria, avicultura e fruticultura como outras atividades econômicas do município. A colonização italiana se deu a partir do ano de 1876, com os primeiros imigrantes formando os povoados de São Pedro e São José os quais se uniram em 1885 formando a Vila Nova Trento tornando-se, em 1890, segundo distrito de Caxias e se emancipando desta em 1924.Em 1935 teve seu nome trocado para Flores da Cunha em homenagem ao então governador do Estado, General José Antônio Flores da Cunha.

A cidade é conhecida como Terra do Galo devido a um episódio ocorrido no ano de 1934 quando um mágico que por ali passava anunciou que faria eu seu show um galo cantar após ter cortado sua cabeça. Após decapitar a ave, saiu do palco com o argumento de que iria buscar a substância mágica que faria o galo cantar, aproveitando o momento para fugir com o dinheiro da bilheteria. O que inicialmente foi motivo de deboche por parte de Caxias do Sul, nos anos de 1960 se tornou uma história cômica até hoje alegrando a população e os visitantes de Flores da Cunha.

Após um breve passeio pelo centro da cidade, paramos para descansarmos e tirarmos algumas fotografias na praça central, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, ao lado da qual existe um campanário construído em basalto entre 1946 e 1949, com uma altura de 55 metros e cinco sinos pesando 1200 Kg, 600 Kg, 350 Kg, 160 Kg e 80 Kg, respectivamente, todos fundidos na França.

Retornamos ao distrito de Otávio Rocha para almoçarmos no Restaurante do Hotel Dona Adélia. O local é bastante agradável, com um atendimento muito simpático, porém a culinária deixa muito a desejar. Os galetos, assim como as massas, não têm um sabor que chame a atenção. Já os bifes à milanesa são tão finos que lembram um pouco mais que a espessura de uma fatia de presunto, além da falta de tempero como os demais alimentos servidos. Muita farinha de rosca e pouca carne.  O restaurante tem um enorme potencial, porém subutilizado. Não é um lugar que se possa indicar como, pelo menos, razoável restaurante italiano.

Otávio Rocha é um distrito de Flores da Cunha com uma população de 2500 pessoas, tendo recebido seus primeiros imigrantes no ano de 1882. O tempo ali parece ter parado há várias décadas e a vida anda em um ritmo bastante lento. Está localizado a 12 Km do centro da cidade, com estradas fantásticas cercadas de parreirais e propriedades rurais em meio à serra gaúcha. No centro do distrito, em frente à igreja Paróquia São Marcos e separando esta da Praça Regional da Uva, existe um parreiral que cobre a rua formando um verdadeiro túnel que se estende por cerca e 70 metros. No período de safra, em janeiro, este fica repleto de uvas as quais podem ser consumidas no local.

Saindo de Otávio Rocha, retornamos até o Casarão dos Veronese para visitação, na zona rural de Flores da Cunha. Construído no ano de 1898 pelo imigrante italiano Felice Veronese com suas paredes externas em basalto talhado assentados com barro e paredes internas de tijolos, é um típico da arquitetura italiana. Ali era a moradia da família Veronese, além de uma vinícola familiar e uma pequena fábrica de pólvora. Posteriormente o casarão foi vendido à família Schio e, mais tarde, à família Galiotto. Desocupado por muito tempo, houve importante deterioração o que fez com que fosse tombado e assumido pela Prefeitura de Flores da Cunha. Durante os anos de 2015 a 2017 o casarão foi recuperado com verbas da Lei Estadual de Incentivo à Cultura abrigando um acervo histórico bastante importante formando um museu e centro cultural. O restauro consta de materiais modernos, como vidro e estruturas metálicas, mesclados à antiga construção. À primeira vista ficamos um tanto decepcionados pela aparente descaracterização da construção, porém após fazermos a visita guiada que o local oferece passamos a entender todo o significado contido no local e na forma com que fora restaurado. Vale muito à pena a visitação. 

Após a vista ao Casarão dos Veronese iniciamos nosso retorno para Porto Alegre optando por outra estrada municipal pelo interior de Flores da Cunha pelas estradas José Cassal e Vereador Marcial Pisoni por mais cerca de 12 Km até a RS 453, por onde retornamos para Porto Alegre pelo mesmo caminho que nos levou até ali.

Chegamos em Porto Alegre em torno das 20h14min, com 356,6 Km rodados no dia.

Dados do computador de bordo:

Início: 6h49min.

Chegada: 20h14min.

Condução: 6h34min.

Pausa: 6h50min.

Distância percorrida: 356,6 Km.

Geral: 2561 Km.

Velocidade média: 64 Km/h.

Consumo: 17,2 Km/l.


Caminhos da Colônia

Flores da Cunha 

Flores da Cunha 


Flores da Cunha 


Flores da Cunha 


Casarão dos Veronese


Casarão dos Veronese


Casarão dos Veronese


Otávio Rocha


Otávio Rocha


Otávio Rocha


Otávio Rocha



Otávio Rocha


Otávio Rocha


Caminhos da Colônia



Caminhos da Colônia


                    Porto Alegre - Flores da Cunha                                  Caminhos da Colônia                                                              


sábado, 28 de março de 2020

Porto Alegre em meio à Pandemia de Coronavirus.


Marcos – BMW R 1250 GS HD Adventure

Sábado, dia 21 de março de 2020.
O mundo vive um momento tenso, onde uma pandemia nos faz temer os acontecimentos que virão. Todos estamos perdidos, sem saber o que fazer e como serão as próximas semanas. Nos últimos dias as ruas estão cada vez mais vazias. Os órgãos de saúde clamam para que a população se recolha em suas casas, saindo apenas por necessidade. No sábado anterior, dia 14 de março, havíamos feito um passeio de moto até a cidade de Monte Belo do Sul e sequer imaginávamos que em poucos dias passaríamos por uma mudança tão significativa de comportamento.
O dia de hoje estava reservado a um pequeno passeio de moto por perto de Porto Alegre, onde eu e o Humberto iríamos visitar o amigo André Vargas. Por prudência resolvemos desistir da visita a permanecermos recolhidos em nossos lares.
Olhando pela janela era possível observar um dia lindo de sol e uma temperatura bastante agradável para um passeio de moto. Um dia perfeito para sairmos cedo e pilotarmos para qualquer lugar, porém uma sensação de vazio me invadia. Não resisti à tentação e resolvi dar uma volta de moto pela cidade.
Saí de casa pontualmente às 14h09min, sem um destino certo. Apenas queria andar de moto. Hoje estou só, pilotando apenas com meus pensamentos. Os primeiros metros foram dentro do meu bairro, meio sem rumo. Aos poucos fui me afastando da região e quase de forma inconsciente me dirigi à zona central de Porto Alegre, onde mora meu filho André. Como um imã, fui atraído para seu apartamento. Os dias impossibilitado de encontrá-lo, embora poucos, se fizeram eternos. Passei alguns minutos com meu filho, mantendo a distância, sem poder dar o abraço e o beijo que jamais dispenso quando estou com ele ou com meus outros filhos.
Sigo meu caminho pelas ruas da cidade. A vida está diferente e o movimento habitual dos sábados na capital gaúcha não é o mesmo. Os restaurantes, tão frequentados aos finais de semana, hoje estão todos fechados e já não se encontram lojas abertas, exceto os mercados e farmácias. Parece um domingo? Não! Até poderia parecer, mas a cara de tristeza não deixa surgir a imagem de descanso dos finais de semana ou feriados. O que houve com minha cidade? O que houve com meu país? O que está acontecendo?
Continuei andando bastante devagar. Desta vez começo a me dirigir para a zona sul da cidade para tentar ver um pouco meu filho mais jovem, o Fabrício. Já faz uma semana que eu não o vejo e a saudade também aperta o peito. Nosso encontro se deu à distância conversando apenas pela sacada da casa onde mora com sua mãe, permanecendo separados por cerca de 10 metros. Uma conversa breve, sem o meu beijo e meu abraço. Saio com os olhos lacrimejando e não consigo conter a tristeza desta distância.
Lentamente tomo o caminho de volta para casa. Antes paro em um posto de combustíveis para encher o tanque da moto. Embora eu não tenha o hábito de deixá-la com o tanque cheio na garagem, nunca se sabe o que vai acontecer nos próximos dias e não quero ser pego desprevenido sem gasolina.
Desligo a moto pontualmente às 16h12min.
O que falar de Porto Alegre? Teria muito a comentar, mas não acho que este seja o momento para isso. A Porto Alegre hoje está triste e apreensiva com os acontecimentos que virão. Conversei algumas vezes com o Humberto para fazermos um passeio pela cidade, destacando seus pontos turísticos, história e tudo mais para escrevermos aqui. É um projeto que já deveria ter saído apenas da ideia. Após passarmos pela grande turbulência que virá nos próximos dias, esperando a ela sobrevivermos, certamente este projeto será escrito aqui.

Condução: 1h16min.
Pausa: 45 min.
Distância percorrida: 33 Km.
Odômetro total: 490 Km.
Velocidade média: 36 Km/h.
Consumo: 16,6 Km/l.






terça-feira, 17 de março de 2020

Monte Belo do Sul



Marcos - BMW R 1250 GS HP Adventure.
Humberto – Triumph Tiger Explorer 1200 XCA.

Saímos de Porto Alegre no sábado, dia 14 de março de 2020, em torno das 10 horas da manhã em direção à cidade de Monte Belo do Sul, na serra gaúcha.
Nosso roteiro iniciou pela BR 116 em direção norte por cerca de 30 Km até a localidade de Scharlau, no município de São Leopoldo. Neste ponto se acessa a RS 240 à esquerda da via, cruzando sob o viaduto da BR 116, percorrendo mais 13 Km até a ERS 122 já no município de Portão, onde se continua por mais 38 Km até a ERS 446, em São Vendelino, mais 16 Km até a BR 470 e mais 11 Km até o acesso à ERS 444 à esquerda da via. Por esta rodovia se percorre mais 16 Km até a pequena cidade de Monte Belo do Sul. Nosso GPS nos indicou um caminho equivocado, nos conduzindo ao interior do município de Bento Gonçalves. Mesmo fora da rota, a localidade onde paramos é bastante bela, com arquitetura típica italiana, o que fez valer à pena termos nos perdidos.  Após obtermos informação do caminho correto, retornamos à BR 470 até chegarmos na ERS 444.
Neste último trajeto de 16 Km se passa pelo Vale dos Vinhedos, onde se pode observar diversas vinícolas inseridas em uma paisagem deslumbrante da serra gaúcha.  O Vale dos Vinhedos ocupa uma área triangular de 82 m2 entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. Os vinhos ali produzidos são os únicos no Brasil que apresentam Indicação de Procedência e Denominação de Origem, o que lhes confere garantia de qualidade. Dentre as muitas vinícolas, se destacam a Dom Laurindo, Miolo, Cave de Pedra, Larentis, Casa Valduga, dentre outras. A gastronomia italiana predomina com diversos restaurantes ao longo da rodovia. Ali também existem hotéis para quem deseja ficar hospedado no local, como o Spa do Vinho e o Vila Michelon, dentre outros. A ERS 444 é a principal via do Vale dos Vinhedos, inciando na BR 470 e terminando na localidade de Santa Tereza, com um total de 29 Km.
Chegamos na pequena cidade de Monte Belo do Sul em torno do meio-dia, quando fomos buscar um local para almoçarmos. Nos foi indicado o Ristorante Nonna Metilde, localizado na rua Sagrada Família, no centro da cidade. O local já se destaca pelo visual na chegada com uma grande pipa de vinho onde, em seu interior, está o ambiente de entrada do restaurante. O local é bastante acolhedor, com um atendimento muito simpático e atencioso. A comida, típica italiana, é sensacional e com duas opções de serviços a preço bastante justo.
Monte Belo do Sul é uma pequena cidade da serra gaúcha em uma altitude de 618 metros acima do nível do mar e com uma população aproximada de 2700 habitantes. Mantém o Gemellaggio, termo de convênio cultural, social e econômico com a cidade italiana de Schiavon, província de Vicenza.
A colonização se deu em 1877 por imigrantes italianos. Em 1890, com a emancipação do município de Bento Gonçalves, a então localidade de Linha Zamith passou a ser seu segundo maior distrito, vindo a se chamar Montebello em 1932, em alusão à batalha de Montebello, na Itália. Em 1945 teve seu nome modificado para Caturetã, que na língua indígena significa Povoado Bonito e em 1949 mais uma vez teve seu nome modificado, passando a se chamar Monte Bello. A emancipação se deu em 1992 recebendo, então, a atual denominação de Monte Belo do Sul.
O apelo religioso é muito grande no município, com sua divisão geográfica separada em linhas com suas respectivas capelas. Na sede está a Igreja Matriz São Francisco de Assis que leva o nome do santo padroeiro do município, localizada na praça central. A igreja, inaugurada em 1965, pode ser avistada de longe por suas torres com 65 metros de altura. Nelas estão seus três sinos trazidos de Padova no ano de 1920 e que tocam a cada 15 minutos durante as 24 horas do dia. O som por eles emitidos servem como orientação para os agricultores locais quando em suas atividades diárias no campo.
A principal fonte econômica de Monte Belo do Sul é a agricultura, com predomínio da viticultura. Uma pequena parte de sua economia fica dividida entre indústria, comércio e serviços. A Associação dos Vitivinicultores de Monte Belo do Sul conta com 12 produtores de uvas e vinhos, oferecendo produtos de qualidade elevada, sendo considerado município com maior produção de uvas per capita da América Latina.
Saindo do restaurante fomos procurar a Tanoaria Mesacaza, a qual produz barris para armazenamento de vinhos e cachaças. A fábrica fica bastante próxima ao restaurante, na rua Dom Luis Colussi, não sendo difícil localizá-la, porém tivemos o azar de a encontrarmos fechada. Seguimos em frente até a praça da cidade para umas fotografias em frente à igreja. Ali parados resolvemos telefonar para a Mesacaza na tentativa improvável de sermos atendidos. Para nossa surpresa fomos recebidos pelo Mauro que nos levou a uma visita à fábrica, além de nos contar muito a respeito da história da Tanoaria Mesacaza e da produção dos barris. A fabricação dos barris iniciou no ano de 1960 com o Sr. Miguel Mesacaza, avô do Mauro. No ano de 1981 o Sr. Eugênio Mezacasa, filho do fundador e pai do nosso anfitrião, registrou a empresa em seu nome levando a uma grande expansão de sua produção, inclusive criando tecnologia própria. Hoje a Mesacaza produz e exporta seus barris para França, Escócia, Irlanda e Estados Unidos, assim como para empresas nacionais de bebidas. Além dos barris, ali são fabricados tinas e baldes de madeira.
Após a vista à Tanoaria Mezacasa iniciamos nosso retorno para Porto Alegre pela mesma rodovia ERS 444, passando pelo Vale dos Vinhedos. No caminho paramos para conhecer a Vinícola Cave de Pedra, uma construção em pedra imitando um castelo medieval. O lugar é bastante bonito, porém com um atendimento um pouco impessoal e distante, quase tão frio quanto as pedras que compõem as paredes do castelo. Como estávamos de moto, não foi possível fazermos a visita guiada com degustação de vinhos.
Seguindo pelo Vale dos Vinhedos paramos para conhecer a Vinícola Miolo. O lugar é espetacular, com uma grande área de convivência nos jardins além de uma loja com seus vinhos e espumantes à venda, assim como outros produtos com referência à cultura vinícola.
Após a visitação à Vinícola Miolo, seguimos de volta para Porto Alegre pelo mesmo caminho que percorremos para irmos até Monte Belo do Sul. Chegamos em casa em torno das 19h40min, com exatos 302 Km rodados.
Esta foi minha primeira viagem com a motocicleta BMW R 1250 GS HP Adventure. A moto é bastante confortável, com uma ciclística fantástica, muito bem equilibrada e transmite uma sensação de segurança diferenciada. Excelente resposta nas retomadas assim como uma frenagem surpreendente. Ainda é muito cedo para ter uma opinião mais definitiva, pois a moto tem apenas 457 Km rodados sendo esta sua primeira viagem e em um trajeto bastante pequeno. Inicialmente impressões são as melhores possíveis.

Dados do computador de bordo:
Início: 9h04min.
Chegada: 19h43min.
Condução: 5h28min.
Pausa: 5h10min.
Distância percorrida: 302 Km.
Geral: 457 Km.
Velocidade média: 68 Km/h.
Consumo: 18,8 Km/l.



Interior de Bento Gonçalves

Monte Belo do Sul

Ristorante Nonna Metilde

Ristorante Nonna Metilde

Monte Belo do Sul - Praça Central

Monte Belo do Sul - Matriz São Francisco de Assis

Monte Belo do Sul

Monte Belo do Sul - Tanoaria Mesacaza

Monte Belo do Sul - Tanoaria Mesacaza

Monte Belo do Sul - Tanoaria Mesacaza

Monte Belo do Sul

Vinícola Cave de Pedra

Vinícola Miolo

Vinícola Miolo

Vinícola Miolo

Rota






Rota Google Maps:







segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Santa Maria do Herval




Sábado, 18 de janeiro de 2020.
Oito dos membros da facção Porto Alegre do Moto Clube Bodes do Asfalto saíram em direção à cidade de Santa Maria do Herval, na serra gaúcha. Estavam presentes Eduardo e esposa (Triumph Boneville T120), Becker (Suzuki VStrom DL 650), Paulo (BMW GS 650), Santiago (Suzuki VStrom DL 650), Anor e esposa (Suzuki VStrom DL 650), Fábio (Suzuki VStrom DL 1000), Palmeiro e esposa em carro de apoio levando nosso almoço e eu na minha Triumph Tiger Explorer 1200 XCX. Apesar de eu não gostar de andar com carro de apoio, sou obrigado a reconhecer que se torna um passeio bastante confortável.
Nosso ponto de encontro foi no posto de combustíveis Laçador, localizado sob o viaduto Leonel Brizola, na saída de Porto Alegre junto à Avenida dos Estados e à BR 116. Saímos de Porto Alegre em torno das 10 horas da manhã, pela BR 116 em direção à serra gaúcha, percorrendo 58 Km até o entroncamento com a VRS 873, no município de Morro Reuter, onde se acessa à direita da via. Por essa rodovia se percorre aproximadamente 13 Km até chegarmos em Santa Maria do Herval. Todo o trajeto se dá por rodovias asfaltadas e de boa qualidade, sendo agraciados com uma paisagem belíssima em todo percurso.
Chegando na cidade de Santa Maria do Herval paramos em um posto de combustíveis para colhermos informações sobre os locais que planejávamos visitar. O primeiro deles foi um lugar chamado Caverna dos Bugres. Seguimos cerca de 900 metros após o posto de combustíveis até encontrarmos uma estrada sem pavimentação à direita da via onde existe uma placa sinalizando o caminho. Seguimos mais cerca de 500 metros até a entrada do parque Caverna dos Bugres. Lá não existe qualquer infraestrutura, exceto por um caminho demarcado que leva até uma cachoeira e a uma caverna que outrora era usada como moradia pelos índios Caigangues. O lugar é muito bonito e preservado. Nosso projeto de ali almoçarmos, fazendo um churrasco, foi abortado devido à proibição de se fazer fogo na área do parque. Optamos, então, utilizarmos o Balneário da Amizade para nos instalarmos e passarmos o dia.
Para chegarmos até o Balneário da Amizade se retorna cerca de 400 metros pela avenida principal da cidade a partir do ponto de acesso à Caverna dos Bugres (ou cerca de 500 metros após o posto de combustíveis onde buscamos informações) e se acessa a rua Benin Closs por onde se percorre mais 2 Km até o acesso ao balneário, à esquerda da via. O lugar é bastante simples, com uma área verde belíssima às margens do rio Cadeia. A entrada no local custa R$ 10,00 por pessoa ou, caso se opte por utilizarmos alguma das churrasqueiras ali disponíveis, o valor fica R$ 25,00 independente do número de pessoas, desde que consuma as bebidas disponibilizadas no bar local. Uma das churrasqueiras está sob um quiosque de alvenaria o qual disponibiliza sanitários. Ali fizemos um delicioso churrasco, confraternizando entre amigos.
O rio Cadeias, de águas geladas e correntes, proporciona um banho revigorante, refrescando nosso corpo no calor do verão gaúcho e energizando nosso espírito. Assim foi a tarde daquele sábado, quando as horas passaram ser percebidas entre churrasco, conversas, banho de rio e comunhão com a natureza.
Santa Maria do Herval é um pequeno município da serra gaúcha, com uma população de 6315 habitantes (IBGE 2018), estando a uma altitude de 371 m acima do nível do mar. A formação do município se deu a partir de loteamentos de imigrantes alemães oriundos das colônias de São Leopoldo, sendo que os primeiros ali chegaram em 1827, porém com intensificação desta colonização se dando em 1846, a partir da Revolução Farroupilha. Em 1912 se tornou 8º Distrito de São Leopoldo com a sede em Boa Vista do Herval. Em 1950 a sede do 8º distrito foi transferida para onde hoje é a sede do município. Com a emancipação de Dois Irmãos do município de São Leopoldo no ano de 1958, o então distrito passou a pertencer ao novo município assim permanecendo até 1988 quando este se emancipa de Dois Irmãos, adquirindo a autonomia como Santa Maria do Herval. A gastronomia alemã enche de sabores a culinária local. A cultura germânica é preservada no município com cerca de 90% da população falando o dialeto oriundo da região alemã de Hunsrück, de onde vieram os imigrantes, a qual é incentivado pelo município para que o vínculo com suas origens na Europa não se perca. A arquitetura de Santa Maria do Herval também é típica alemã, com construções no estilo enxaimel. A economia é baseada na agricultura, criação de frangos e gado, além da indústria calçadista, comércio e prestação de serviços e um frigorífico. O turismo ecológico e de aventura são bastante explorados devido sua privilegiada localização em meio a vales e colinas, com matas, rios e cascatas. A Festa da Batata ou Kartoffelfest é o principal evento do município, sempre ocorrendo no mês de maio. A cidade é chamada por seus moradores de Teewald, que no seu dialeto significa Herval. O nome da cidade é uma homenagem à Santa Maria que é a padroeira de primeira igreja ali construída, a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora. Já a denominação Herval é decorrente da grande quantidade de ervais presentes na região.
No final da tarde iniciamos nosso retorno para Porto Alegre. No caminho de volta, ainda pela VRS 873, passamos por uma localidade chamada São José do Herval a qual é distrito de Morro Reuter. Ali tem um pequeno comércio, algumas residências e uma igreja, com uma marca bastante acentuada da colonização alemã.
Já na BR 116, retornando para Porto Alegre, paramos no restaurante Casa da Vovó, localizado no Km 222 da rodovia, no município de Dois Irmãos. A grande quantidade de produtos típicos alemães e o sabor são os pontos altos do lugar. Após mais algum tempo de confraternização retomamos nosso caminho de volta para casa.
Cheguei em casa em torno das 19h20min, com um total de 192,2 Km percorridos durante o dia.
Um passeio como esse que fizemos à Santa Maria do Herval tem um significado muito especial. A convivência entre todos, compartilhando cada quilômetro, faz com que sejamos brindados com a energia de cada um que ali está, estreitando cada vez mais os laços que nos unem como verdadeiros irmãos.

Dados de pilotagem:
#Motocicleta Triumph Tiger Explorer XCX
#Percurso: 192,2 Km.
#Tempo de pilotagem: 3h39min.
#Velocidade média: 52,5 Km/h.
#Consumo de gasolina: 17,8 Km/l.

Esta foi minha última viagem com a Triumph Explorer 1200 XCX. Foram apenas 11.840 Km rodados em 1 ano e 9 meses. Ficaram as recordações das viagens, menos do que gostaríamos, mas sempre muito significativas. 

Saída de Porto Alegre


Santa Maria do Herval

Santa Maria do Herval

Santa Maria do Herval - acesso à Caverna dos Bugres

Santa Maria do Herval - acesso à Caverna dos Bugres


Santa Maria do Herval -  Caverna dos Bugres

Santa Maria do Herval -  Caverna dos Bugres

Santa Maria do Herval -  Caverna dos Bugres

Santa Maria do Herval -  Caverna dos Bugres
Mais um teste das botas Steitz Austral Pró: pés secos.

Santa Maria do Herval -  Caverna dos Bugres

Santa Maria do Herval -  Caverna dos Bugres

Santa Maria do Herval -  Caverna dos Bugres
Santa Maria do Herval -  Balneário da Amizade

Santa Maria do Herval -  Balneário da Amizade

Santa Maria do Herval -  Balneário da Amizade

Santa Maria do Herval -  Balneário da Amizade

Santa Maria do Herval -  Balneário da Amizade

Santa Maria do Herval -  Balneário da Amizade

VRS 873


São José do Herval


São José do Herval

São José do Herval

São José do Herval

Rota