domingo, 30 de novembro de 2014

Alma de Motociclista


Alma de Motociclista” é um texto de Tiago Pereira dos blogs  Seu Modesto e tiagopereiraBlog.



“O coração pulsa mais forte, bombeando para o resto do corpo uma mistura de óleo, gasolina e asfalto. O dia amanhece e as estradas da vida aguardam ansiosas por seus maiores amantes. Por dez, cem ou até mesmo mil quilômetros, a adrenalina e a brisa no rosto tomam conta daqueles que fazem do viver sobre duas rodas o seu estilo de vida. Um botão da inicio a aventura para aqueles que a buscam, seja debaixo de chuva ou com Sol a pino, o que faz de você um motociclista não são as cilindradas que você pilota, mas as suas atitudes quando está em cima delas.
A mão vira o acelerador e o motor ronca alto, jogando ainda mais alto todo o estresse e as preocupações do dia a dia. É no espaço de tempo entre a partida e a chegada que o motociclista faz o que mais ama, ou seja, percorrer o desconhecido atrás de novos lugares, novas amizades e novos rumos, sempre atento a sua segurança e a daqueles que, assim como ele, prezam muito pelo chegar bem e não pelo chegar mais rápido.
De brasão nas costas, alforjes carregados, capacete e tanque cheio, o que vale é a liberdade, o prazer de pilotar e a quantidade de mosquitos grudados na jaqueta ou no colete, misturados aos mais variados de inúmeros encontros e lugares visitados.
Não somos bandidos, não nos julguem injustamente, somos apenas aventureiros, muitos até pais de família, que fizeram de uma paixão o seu estilo de vida. Somos médicos, advogados, vendedores, programadores, publicitários e empresários de todos os ramos que você possa imaginar. Somos rock and roll e cerveja gelada, chuva fria, sol e praia, pilotos de motos, churrasqueiras e carrinhos de bebês.
Somos motociclistas, não tentem nos entender, nos ame ou nos odeie, não importa, seremos sempre assim, uns loucos outros corretos, caseiros e sem tetos, famílias e puteiros, som alto e som ainda mais alto. Não nos imponham regras, não delimitem nossos espaços, não somos pássaros, mas queremos, e vamos voar sempre.
Motor em ponto morto, a chave gira e as luzes se apagam, o pezinho sustenta agora aquilo que nos levou por tantos quilômetros. Por um breve momento o capacete é deixado de lado, apenas por um breve momento…”



(Retirei o texto do site do Bodes do Asfalto)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Florianópolis - SC


Sábado, dia 15 de Novembro de 2014. O destino é Florianópolis, SC, para encontrar o amigo Álvaro Mittelman, do Rio de Janeiro, que vem trazendo sua Yamaha XT 600 a qual deixará em Porto Alegre para, em dezembro, sairmos em viagem para o Uruguai e Argentina, junto com o Jorge e o Renan Moreira, de Pinheiro Machado (Honda CB 300). Esta viagem irei postar aqui no blog, também.
Saí de Porto Alegre às 9:45 h, pela Av. dos Estados até a BR 290 (Free Way). Desta vez sozinho. Aproveitei para testar um intercomunicador que ganhei do amigo e colega Diego. Conectei por Bluetooth com meu IPhone, emparelhando com muita facilidade. Já na saída de Porto Alegre o aparelho soltou do capacete devido ao atrito com meu protetor de pescoço. Necessitei parar e recolocá-lo antes mesmo de chegar à BR 290. Nos próximos quilômetros notei que, com o aumento da velocidade, o ruído do vento inviabilizava o som do aparelho, mesmo com aumento do volume tanto do intercomunicador como do telefone celular. Resultado: Mais uma breve parada à beira da estrada para retirar toda a parafernalha. Reavaliarei em outro momento o que se pode fazer para melhorar esta situação e, assim que obtiver um resultado definitivo, posto aqui no blog.
Após cerca de 15 quilômetros do ponto de partida, no Km 80 da BR 290,  no município de Gravataí, parei no paradouro Graal Posto Rota 80, onde fiquei por cerca de 20 minutos. O local é bem estruturado, com posto de combustível, restaurante e lanchonete.
Segui viagem pela BR 290, ao norte. Logo em seguida passei pelo primeiro pedágio (R$ 2,55, para motos), ainda em Gravataí. Continuando pela BR 290, no município de Santo Antônio da Patrulha tem outra praça de pedágio (R$ 5,15 para motos). Boa rodovia, com três pistas de cada lado e velocidade máxima de 110 Km/h. Logo após o pedágio de Santo Antônio da Patrulha a estrada passa ao lado da Lagoa dos Barros, o que nos proporciona um visual belíssimo, como melhor descrito em outras postagens aqui no blog.
Após 96 Km pela BR 290, cheguei à cidade de Osório, onde entrei na BR 101. A estrada está muito boa, duplicada porém com diversos controladores de velocidade. Velocidade máxima de 110 Km/h, porém com pontos de redução da velocidade para 80 Km/h sendo que nestes também podemos encontrar controladores de velocidade. Muita atenção! Após cerca de 4 Km na BR 101, à direita, há o paradouro Maquiné. Nesta região do litoral norte do Rio Grande do Sul existem, pelo menos, quatro paradouros desta mesma rede sendo este último quase em frente a outro da mesma rede, porém no sentido contrário da estrada. No município de Maquiné, na localidade de Morro Alto, existe um túnel com cerca de 1800 m de extensão, cuja velocidade é de 80 Km/h e com controladores de velocidade em seu interior.
Segui pela BR 101, passando pelo município de Torres, com 186 Km de viagem, onde havia programado a próxima parada.  A divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina está a 1 Km após o acesso à Torres. Neste ponto se percebe uma diferença bastante grande entre o asfalto da BR 101, com piora na qualidade da pavimentação, o que permanece por cerca de 20 Km, voltando a se ter uma qualidade muito boa. Cerca de 12 Km, após a entrada em Santa Catarina, existe um paradouro à direita da estrada, chamado Japonês, onde pensei parar. Porém, por uma distração, estava na pista da esquerda ao avistar a entrada, o que me impossibilitou acessar o local. Agora já com 200 Km rodados. Só me restou seguir viagem e procurar um novo ponto de parada. O problema é que após a duplicação da BR 101, os postos de combustíveis ficaram, em sua maioria, fora da estrada. Consegui parar no município de Maracajá, no Posto Mazzuco onde tem um restaurante e lanchonete (Restaurante Rizzotto). O local é simples e o restaurante serve comida a quilo pelo preço de R$ 31,90/Kg. Ali eu estava a cerca de 200 Km de Florianópolis. Após abastecer a moto, fazer um pequeno lanche e uma descansada sob a sombra de uma árvore, às 13:34 h reiniciei a viagem. O consumo médio da moto foi de 23 Km por litro de gasolina.
Entre os Km 340 e 337 da BR 101, no município de Tubarão, a estrada se torna de pista simples e duas mãos, além de um asfalto já bastante danificado. Logo em seguida volta ao normal.
No município de Laguna está sendo realizado uma obra na rodovia com construção de túneis e uma ponte, o que faz com que haja um grande congestionamento que, de carro se pode levar horas ali parado. A situação é tão crítica que ambulantes vendem diversos produtos em meio aos carros parados. Consegui continuar andando com a moto pelo corredor porém, é claro, com velocidade bastante reduzida, variando entre 20 e 40 Km/h. Chama a atenção que muitos motoristas, principalmente de caminhões, facilitam a passagem das motos.
Minha próxima parada se deu aos 383 Km de viagem, no município de Imbituba em um paradouro chamado Posto Simon. O local é muito bom e bastante amplo. Vale à pena chegar. Ali descansei um pouco mais, acredito que por uns 45 minutos, e ainda tive a oportunidade de conversar com um grupo de motociclistas de Blumenau (SC), que retornavam após uma viagem à Serra do Rio do Rastro. Fiz contato com o Álvaro, que já estava entrando em Florianópolis.
Deste ponto fui direto até Florianópolis. Logo em seguida deste local existe um outro paradouro (Graal) que apenas vi da estrada, porém me pareceu muito bom, também. Fica no Km 369 da BR 101. No Km 340 existe uma praça de pedágio com o valor de R$ 0,90 para as motos. Estava a cerca de 80 Km de Florianópolis.
Cheguei no hotel, em Florianópolis, pontualmente às 16:58 h, com 464 Km rodados desde minha saída de Porto Alegre, às 9:45 h da manhã.
Escolhi o hotel pelo aplicativo HOTELS.COM. Não tive nenhuma dificuldade em fazer a reserva. O escolhido foi o HOTEL VALERIM CENTER, localizado na rua Felipe Schmidt, número 554. Escolhi um quarto duplo com um preço de diária de R$ 147,00.  Ao chegar, fui atendido por duas recepcionistas e um outro funcionário, que me comunicaram que o Álvaro já havia chegado. Fui informado que não havia lugar para deixarmos as motos, pois a garagem do hotel já estava lotada. Perguntei o motivo de não haver a informação desta possibilidade quando da reserva, ao que alegaram  ser uma reserva do site e não do hotel, o que não seria de sua responsabilidade. Perguntei, então, onde encontrar um estacionamento, ao que uma das jovens indicou um em frente. Dirigi-me ao local indicado e percebi que estava aberto porém sem ninguém para cuidar. Voltando ao hotel perguntei sobre a situação e, a mesma funcionária informou que no sábado à noite não há guarda ali e que, ao sairmos pela manhã, caso ainda o guarda do domingo não houvesse chegado, poderíamos retirar as motos sem pagar. Não acreditei no tamanho absurdo que estava ouvindo. Além disso, o tom da conversa sempre foi com ar de “pouca vontade”. Três pessoas completamente despreparadas para atendimento em uma recepção de hotel, além de arrogantes. O quarto, bastante simples, tinha o conforto razoável dentro do esperado para o padrão do hotel e com boas condições de limpeza. Equipado com um frigobar, porém vazio. A TV a cabo tem uma péssima recepção, com os canais com imagem muito ruim. O chuveiro é elétrico o que, para esta época do ano não compromete muito.  É um hotel que eu não voltaria e tampouco recomendaria como hospedagem, já que Florianópolis é uma cidade turística e, certamente, com opções bem melhores em termos de atendimento. O café da manhã é bastante razoável e atendido por uma funcionária extremamente simpática e atenciosa.
Encontramos um estacionamento a uns 30 metros do hotel, coberto, com seguro contra roubo e recepção 24 horas. Pagamos R$ 12,00 por cada moto para deixar das 22:30 h até às 8 horas da manhã seguinte.
À noite fomos visitar uns familiares na praia dos Ingleses, ao norte da Ilha de Florianópolis. Fica cerca de 35 Km do centro, seguindo pela SC 401 até o trevo da SC 403, onde se entra à direita. Na SC 401 existe uma praça de pedágio desativada, porém com controladores de velocidade. Também se deve ter muita atenção, pois a velocidade ali é reduzida. Na volta aproveitei para reabastecer a moto. Fez uma média de 20 Km/l de gasolina. O aumento do consumo atribuo à velocidade um pouco mais elevada que o de costume.
Saímos de Florianópolis às 8:30 h de domingo, dia 16 de novembro, pela BR 101 em direção ao sul. Fizemos a primeira parada no município de Tubarão para o Álvaro reabastecer a moto. Seguimos viagem por mais alguns quilômetros quando encontramos a estrada bloqueada, pois iria ocorrer a destruição de uma ponte logo em frente e ali teríamos que permanecer por cerca de meia hora parados. Neste momento um morador local, em uma Honda Titan 125, nos conduziu por dentro da cidade de Tubarão, fazendo um desvio e novamente acessando a BR 101 além do ponto de bloqueio.
Seguimos viagem com mais uma breve parada para reabastecimento a cerca de 42 km de Torres. O consumo médio da minha moto ficou em 28 Km/litro de gasolina. Viemos em uma velocidade mais baixa em relação à que empreendi na ida para Florianópolis.
Chegamos em Torres em torno das 12:30 horas e fomos ao local do Moto Beach, encontro de motos que estava acontecendo na cidade,  onde encontramos os amigos do Na Estrada 100. Fomos almoçar no restaurante Mariskão, na beira da praia. O lugar é bastante simples e cumpre com o que se propõe, além de preço bom.
Saímos de Torres às 15:40, retornando junto com os amigos do Na Estrada 100. Fizemos mais uma parada em torno das 16:45 h no Paradouro Maquiné, próximo a Osório e, após um tempo de conversas e cafés, seguimos para Porto Alegre pela BR 290.
Chegamos em Porto Alegre às 19 horas, com 1018 Km rodados. Antes de ir para casa ainda passamos em um posto de lavagem para limpeza das nossas companheiras de viagem. O local fica na Rua Voluntários da Pátria, próximo à Av. São Pedro. Funciona 24 horas e cobra R$ 25,00 por moto. O serviço é muito bem feito.
Nesta viagem a minha NC completou os 10.000 Km rodados, me proporcionando muitos momentos de felicidade e prazer.
Em Maracajá

Saída de Florianópolis

Na Estrada 100 no restaurante Mariskão, em Torres - RS

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cambará do Sul



Mais um passeio do Na Estrada 100.
Dia 08 de Novembro de 2014. Nosso ponto de encontro, como sempre, foi no posto Shell da Edu Chaves. Lá estavam, além de mim e da Renata (Honda NC 700 X), os manos Antônio (Kawasaki Vulcan 750) e seu filho Willian (Honda CB 450 customizada), Mika e Denise (HD FX Standart), Gilberto e Eiko, de Canoas (Yamaha Super Ténéré 1200) e o Gaston e a Adriana (Honda CBR 600).
Saída de Porto Alegre pontualmente às 9:08 horas da manhã, pela BR 116 até o município de Novo Hamburgo, por 39 Km, até chegarmos ao trevo de acesso à RS 239, onde entramos à direita em direção à cidade de Taquara. No caminho entre Porto Alegre e o trevo da RS 239, na altura do município de São Leopoldo, se juntou a nós o Mário, em uma Camionete Mitsubishi L 200, personalizada.
A RS 239 é uma estrada também duplicada e com pavimentação excelente, com pedágio porém isento para motos. É necessário muito cuidado, pois no trajeto até Taquara existem vários controladores de velocidade (pardais), sendo a maioria 80 Km/hora, que é a velocidade máxima da via, porém em um pequeno trecho, no município de Sapiranga, existem duas lombadas eletrônicas com velocidade de 50 Km/h. Chegamos em Taquara às 10:10 horas, 38 Km rodados após termos deixado a BR 116 (cerca de 77 Km do nosso ponto de partida, em Porto Alegre), onde paramos em um posto de combustível na RS 020, para um cafezinho.

Grupo em Taquara
Seguimos pela RS 020 por mais 79 Km, passando pela cidade de São Francisco de Paula, distante 118 Km de Porto Alegre. Uma cidade pequena, com uma avenida principal que a atravessa em toda extensão, se continuando na mesma rodovia RS 020. De lá continuamos até a localidade de Tainhas, ainda no município de São Francisco de Paula, onde paramos no Café Tainhas, um paradouro de referência local. Lugar muito agradável, a cerca de 39 Km da sede do município. A RS 020 é uma estrada de duas vias com pista simples, com um asfalto em muito boas condições e algumas curvas. O visual que se tem, subindo a serra, é fantástico onde se pode observar uma paisagem belíssima. A combinação estrada e paisagem neste trecho é sensacional.
No café Tainhas encontramos o restante do  grupo que se juntou a nós: Kuze e Dagui (Super Tenéré 1200), Adão e Maria (Triumph Tiger 800), Cavion e Janice (BMW 1200 GS), Lobinho (BMW 1200 GS) e Lobinha (Triumph Tiger 800), Paulo (V Strom 650 DL), D’Ávila (BMW 1200 GS) e Sílvia (BMW 800 GS) e a Fátima Rossi (Yamaha XT 660). Foi formado um comboio de 15 motos, além da camionete L 200 do “Super” Mário, seguindo na direção de Cambará do Sul, por cerca de mais 32 Km, ainda pela RS 020. A estrada continua com as mesmas características de pavimentação, ou seja, muito boa. Apos cerca de 2 Km do Café Tainhas, a RS 020 chega à RS 453 onde se pega à direita por mais cerca de 1 Km até um trevo onde se retoma a RS 020, à esquerda, em direção à Cambará do Sul.

Na Estrada 100

Chegamos em Cambará do Sul em torno das 12:10 horas, com aproximadamente 189 Km de viagem. Ali se juntou a nós o Magno e a Lia que, desta vez, deixou em casa a BMW 1200 Touring e foi com sua camionete Ford puxando a sua “coisinha”, como carinhosamente é chamado o pequeno trailer que serve de quarto para o casal.
Fomos direto almoçar no restaurante Galpão Costaneira, um lugar muito rústico e com cozinha típica do Rio Grande do Sul, chamado de “comida campeira”, de boa qualidade e com diversos pratos e sobremesas, além de música tradicionalista gaúcha ao vivo. O valor por pessoa é R$ 27,00, sem bebidas, com comida e sobremesa à vontade. Por um pouco mais, se pode optar por carnes grelhadas servidas à mesa, o que me pareceu desnecessário visto à fartura que apenas o buffet oferece. O grupo aqui contava com 24 pessoas.

Chegada em Cambará do Sul

Cambará do Sul está localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, em uma região chamada de Campos de Cima da Serra onde existem diversos cânions, o que faz com que esta região também seja conhecida como Aparados da Serra. A população, segundo dados do IBGE, é de 6.542 habitantes. O clima da região tem as quatro estações do ano bem marcadas, sendo o inverno bastante frio e com geada podendo, até mesmo, nevar. A região era habitada, inicialmente, por tribos indígenas nômades. No século XVIII os jesuítas enviaram gado para a região, quando se iniciou a abertura de estradas para o comércio do gado surgindo, então, as primeiras propriedades. O início da cidade se deu em meados do século XIX, através de uma doação de terras para a igreja por uma moradora da região como pagamento de uma promessa a São José, de quem era devota, criando a Vila de São José de Campo Bom pertencente ao município de Santo Antônio da Patrulha. Com a emancipação de São Francisco de Paula, a vila passou a ser distrito do novo município e, no final dos anos de 1930, passou a se chamar Vila Cambará em alusão à vegetação da região, composta por muitas árvores com esta denominação. Em 1963 acontece a emancipação, surgindo o município de Cambará do Sul.
Após almoçarmos fomos para a pousada Bela Cambará, onde nos hospedamos. O local é simples, muito agradável e acolhedor. Composto por pequenas cabanas de madeira, é de propriedade da Dona Hilda, que comanda tudo com muito carinho e cuidado, trabalhando praticamente sozinha, sempre com um sorriso amável. A diária custa R$ 100,00 por casal, com café da manhã. Na pousada existe um quiosque com churraqueira que pode ser utilizado pagando apenas uma pequena taxa para limpeza, algo em torno de R$ 30,00.
Depois de nos instalarmos, fomos ao cânion do Itaimbezinho,, distante cerca de 18 Km da cidade onde 16 Km se dá por estrada de terra (RS 429). A minha NC passou muito bem, sem qualquer comprometimento, acompanhando as big trails com tranquilidade. A Vulcan do Antônio e a CB do Willian também foram bem, exceto por uma pequena intercorrência com a CB, que caiu a correia sendo prontamente consertada, na estrada, pelo Mário na sua L 200 de apoio.
O Itaimbezinho é um dos maiores cânions do Brasil, com uma extensão de 5.800 m, largura entre 200 e 600 m e profundidade de 720 m. Existem três trilhas que se pode percorrer, porém é necessário chegar cedo ao parque, pois o horário máximo para iniciar o percurso é às 15 horas. O horário para ingresso no parque é das 8 às 17 horas e valor é de R$ 7,00 por pessoa e R$ 3,00 o estacionamento para motos. Apesar de termos chegado tarde, ainda conseguimos fazer uma pequena trilha que proporciona uma vista geral do cânion. Passamos por um pequeno rio de águas muito limpas que convida a um banho.  O parque tem um local de informações, com jovens que ficam no atendimento ao turista que me passaram a impressão de serem um pouco tímidos para a função que exercem, o que compromete um pouco. Como nosso contato com eles foi breve, não posso afirmar que seja sempre assim. Ali nos despedimos do Lobinho e Lobinha, do Paulo e da Fátima, que retornaram no mesmo dia para sua cidade, Caxias do Sul.
Cânion do Itaimbezinho

Parte do Grupo no Itaimbezinho

Voltando do Itaimbezinho, paramos em uma lanchonete à beira da estrada, chamada Café do Rincão, que oferece pastéis, cachorro quente e outros lanches, além de produtos coloniais e, é claro, café. O atendimento é feito pelo proprietário e uma cozinheira. O cara é extremamente simpático, entrando no clima de brincadeira que o grupo institui onde chega.

Café do Rincão

Retomando o caminho de volta para a cidade, logo em seguida existe uma pousada de cabanas chamado Parador Casa da Montanha Ecovillage. Lugar fantástico, à beira de um rio lidíssimo. O local vale à pena ser conhecido e imagino que ficar hospedado ali deve ser uma experiência ímpar.
À noite, na pousada, nos reunimos para um churrasco quando se juntou a nós o Rolf e a Miriam, de Estância Velha que, embora atualmente esteja sem moto, também faz parte deste grupo de eternos aprendizes da estrada. Éramos 22 amigos, neste momento.
Domingo, dia 09 de novembro, levantamos cedo e, após o café da manhã organizado pela dona Hilda, fomos ao Cânion Fortaleza, distante 23 Km da cidade, pela rodovia CS 423, com 12 destes de estrada terrível, sem pavimentação, com muitas pedras, não sendo recomendado transitar de moto, até mesmo para as big trails, pois o risco de queda é bastante grande. Optamos pelo aluguel de taxis que, por R$ 80,00 levam até quatro pessoas cada um (R$ 20,00 por pessoa), aguardam fazermos o passeio e nos trazem de volta para a pousada. Existem também veículos com tração 4 X 4 que fazem este serviço.
Cânion Fortaleza
O cânion Fortaleza também é um local lindíssimo em meio à natureza. O nome foi dado por lembrar uma fortaleza. O cânion tem uma extensão de 5.800 m, 2.000 m de largura e profundidade que pode chegar a 900 m. Pode-se percorrer uma trilha de cerca de 1.700 m, de onde se pode ter uma vista de quase todo o cânion assim como, à leste, se pode observar o litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ali não existe qualquer infra-estrutura. Deve-se ter muito cuidado com as encostas, pois não existe proteção.

Cânion Fortaleza

Retornamos à pousada para almoçarmos, vindo nos encontrar o Sokabe e a Marlene (BMW 1200 GS Premium). Às 14:40 horas partimos de volta, porém optamos regressar pela Rota do Sol.
Fomos em um grupo formado agora por seis motos e as duas camionetes. Rumamos pela RS 020 por 28 Km até chegarmos à RS 453, onde se entra à esquerda e, após cerca de 14 Km, passa a ser a RS 486 sendo chamada Rota do Sol. Esta estrada é magnífica. São cerca de 20 Km de descida, com curvas muito fechadas e paisagem fantástica. O local é indescritível. Passa-se por viadutos em curvas dois túneis. A estrada é de duas vias de pista simples e de muito boa pavimentação. Após 21 Km na RS 486 paramos em uma das diversas tendas que existem à beira da estrada para um breve descanso. Seguimos por mais 19 Km, quando chegamos à BR 101.
Entramos na BR 101 em direção à Porto Alegre. É uma estrada excelente, duplicada, porém com vários controladores de velocidade. A velocidade máxima da rodovia é de 110 Km/h, porém existem trechos onde a velocidade máxima passa para 80 Km/h e, em alguns destes, também existem controladores de velocidade. Andamos por cerca de mais 37 Km e paramos para o último cafezinho com os amigos, em torno das 17 horas, desta vez no paradouro Maquiné, às margens da rodovia. Local muito bom, porém com atendimento um tanto atrapalhado.
Continuamos a viagem de regresso pela BR 101 até chegarmos na BR 290 (Free Way), no município de Osório, seguindo em direção sul até Porto Alegre. A BR 290 também é uma excelente estrada duplicada, com pedágio para motos (R$ 2,75). Neste ponto da viagem estávamos em apenas em quatro motos.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 19:30 horas, tendo percorrido uma distância de cerca de 476 Km desde a nossa partida na manhã de sábado. Um final de semana perfeito, entre amigos em meio à natureza do Rio Grande do Sul.


Rota

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Curiosidade


ATIVIDADES CEREBRAIS.

De acordo com cientistas japoneses, pilotar uma moto faz bem para o cérebro. Estudos realizados pela Universidade de Tohoku, junto à Yamaha, efetuou a análise em 22 homens. Foram observados todas as movimentações e atividades das áreas frontais do cérebro, responsáveis pela memória, gestão da informação e concentração. No teste, durante dois meses onze homens utilizaram moto e o outro grupo utilizou carros. Os resultados da pesquisa apontaram melhorias relevantes na memória e outras atividades típicas das áreas frontais do cérebro.
(http://mccamaleoesdoasfalto.blogspot.com.br/2011/08/entendendo-o-motociclismo.html)

Motociclista



Motociclista é o indivíduo que possui ou faz uso de moto para razões não profissionais. Comumente o termo "motociclista" é usado para desambiguação perante o termo moto-boy ou motoqueiro, ou seja, motociclista é aquele que usa moto para lazer, locomoção, diversão ou esporte, mas não como meio de trabalho.
(http://mccamaleoesdoasfalto.blogspot.com.br/2011/08/entendendo-o-motociclismo.html)


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Café da tarde em Santo Antônio da Patrulha

Domingo, dia 28 de Setembro de 2014.
Café da tarde no "Da Colônia", em Santo Antônio da Patrulha / RS, com o amigo Humberto Gassen.


domingo, 28 de setembro de 2014

Serra de Santa Catarina


Sábado, dia 20 de Setembro de 2014.
O ponto de encontro foi, como sempre fizemos, o posto de gasolina da rua Edu Chaves. Saímos de Porto Alegre às 9:45 h, em  duas  motos com garupas, em direção à cidade de Caxias do Sul, onde encontramos mais amigos do grupo NA ESTRADA 100, com o objetivo de chegarmos à Serra Catarinense. Eu e Renata, na Honda NC 700 X e o Gaston e a Adriana na Honda CBR 600. Fomos pela BR 116 até a RS 240 por, aproximadamente, 31 Km. Seguimos pelas RS 240 e RS 122 até Caxias do Sul.
Chegando em Caxias do Sul encontramos os amigos Magno e Lia, da cidade de Osório, em uma BMW 1100 Touring, o Cavion e a Janice, em uma BMW 1200 GS e o D’Ávila, também em uma BMW 1200 GS. Seguimos até a BR 116. Até aqui foram 133 Km. Passamos pelo município de São Marcos onde paramos no paradouro Sinuelo (fica à nossa direita, na estrada) para um café, já com 166 Km rodados. Aproveitamos para abastecermos as motos,  em posto de combustíveis imediatamente à frente, a nossa esquerda da estrada. Seguimos viagem, pela  BR 116, passando pelo município de Vacaria, até chegarmos à BR 282, já em Santa Catarina. A BR 116 até aqui é boa, de duas vias e pista simples, com muitas curvas e um visual surpreendente da região chamada de Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul.
Continuamos pela BR 116 até o Km 275 onde, após 318 Km rodados desde Porto Alegre, paramos para almoçar no restaurante Queijo e Cia, à nossa direita na estrada, no município de Capão Alto, próximo à Lages, já em Santa Catarina. O local é simples mas bem interessante. Pode-se optar por almoço ou um buffet de café (que foi nossa opção), bastante farto e por apenas R$ 10,00 por pessoa.
Saímos do restaurante e seguimos até Lages, onde reabastecemos as motos. De Lages, seguimos, pela BR 282 até a SC 110, à direita,  até o município de Urubici, por onde passamos direto e entramos na SC 370 para conhecermos a PEDRA FURADA.
A Pedra Furada é uma formação rochosa com uma abertura central de  cerca de 30 metros de circunferência, visível do alto do Morro da Igreja, o qual está dentro de uma área militar da Aeronáutica e é considerado o ponto habitado mais alto do Sul do Brasil, com 1822 m. Fica cerca de 29 Km do centro da cidade. Os últimos 13 Km do percurso são de estrada de chão. Existe uma lenda que diz que os jesuítas enterraram, sob a Pedra Furada, um tesouro imenso de ouro e prata, antes de serem expulsos pelos índios.
Chegamos lá em torno das 15:30 horas. É necessário permissão para a entrada, que é retirada no centro da cidade, porém esta informação não está muito clara aos turistas. Foi o que ocorreu conosco que apenas tomamos conhecimento desta exigência ao chegarmos no local de acesso ao Morro da Igreja. A solução foi um de nós retornar ao centro de Urubici para buscar as autorizações. Sobrou para o Cavion. Após o tempo de espera, subimos o Morro da Igreja. Valeu cada minuto de espera e cada pedra da estrada de chão. O visual lá em cima é fantástico, com a Pedra Furada fazendo parte de uma paisagem belíssima. Após algum tempo contemplando e fotografando a paisagem, fomos surpreendidos com uma chuva forte. Colocamos as roupas de chuva e começamos a descida, sob muita água, para retornarmos a Urubici, onde chegamos em torno das 17 horas.

Pedra Furada 
As estradas percorridas na serra catarinense são muito boas, com várias curvas, muitas bastante fechadas, requerendo bastante atenção e muita adrenalina. São estradas típicas das regiões de serra, onde se faz necessário que sejam construídas de forma muito sinuosas.
Tínhamos planos de descer a Serra do Rio do Rastro ainda no sábado para dormirmos em Criciúma porém, devido à chuva e à hora já um pouco avançada, optamos por pernoitarmos em Urubici. Não foi nada difícil conseguir lugar para ficarmos.
Após avaliarmos três opções, resolvemos ficar na pousada Café no Bule. O lugar é bastante simples e bem limpo, com um bom café da manhã, dentro dos padrões da casa. O atendimento é feito pelos donos do local, um casal extremamente simpático e muito solícitos. Já de saída passaram um café quente para nos aquecermos um pouco. A diária para casal sai por R$ 120,00.
À noite, deixamos as motos no hotel e fomos a um restaurante chamado Zeca’s, indicado pelo proprietário da pousada que, por R$ 10,00 nos levou e nos buscou com seu carro. A comida do local é boa, com opção de rodízio de pizza (R$ 20,00 por pessoa) ou pratos a la carte, ambas acompanhadas por um buffet de saladas e alguns pratos quentes. Detalhe: Cerveja bem gelada e atendimento muito simpático.
Urubici é uma cidade da serra catarinense, com uma população de 10.700 habitantes em um bioma de mata atlântica. O local inicialmente era habitado por índios tupis guaranis que teriam sido catequisados pelos jesuítas. Em 1835 já havia civilização no local e, em 1915, foi instalada a primeira vila de Urubici, pertencente ao município de São Joaquim. Em 1957 a cidade foi emancipada de São Joaquim. O nome tem origem indígena onde URU significa pássaro e BICI significa liso ou lustroso. A economia do município se baseia em agricultura, principalmente hortaliças, e pecuária. A temperatura média anual é de 16° C, com geada e neve no inverno.
Neste primeiro dia rodamos exatos 524,7 Km desde a saída de Porto Alegre até pararmos na pousada. Ainda não tinha subido esta distância em uma serra com a NC. A moto se comportou muito bem, apesar de ter pouco mais de 7000 Km rodados, acompanhando tranquilamente as BMW 1200 e 1100 e a esportiva CBR 600, em muitos trechos com velocidade mais elevada.
No dia seguinte, domingo, saímos de Urubici em torno das 9 horas da manhã.  Retornamos à SC 370, agora em direção à Serra do Corvo Branco, também um local turístico bastante conhecido na região. Após poucos quilômetros de excelente asfalto, chegamos a uma estrada de terra onde, após a intensa chuva do dia anterior, estava em um estado muito ruim, com muito barro e escorregadia. Encontramos outros dois motociclistas que retornavam após tentativa frustrada de passar, os quais nos informaram que seria impossível a CBR passar. Optamos, então, por desistirmos todos.
Saímos dali e retornamos ao centro de Urubici, de onde entramos na SC 430 (SC 110), subindo a serra. A 6 Km da cidade paramos em um mirante, de onde se pode contemplar a cidade de Urubici e os campos ao seu redor. Uma vista também muito bonita. Continuamos pela SC 430 (SC 110), até chegarmos à SC 438 (SC 390), onde entramos à direita em direção a Bom Jardim da Serra. Este entroncamento fica cerca de 50 Km do centro de Urubici. Após mais 40 Km pela SC 438 (SC 390), chegamos ao mirante da Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller.

Urubici vista do mirante da SC 430 (SC 110)
A Serra do Rio do Rastro é uma das serras catarinenses, cortada pela SC 438 (SC 390). No ponto mais alto, a 1421 m de altitude, existe um mirante com restaurante, loja de souvenirs e sanitários. Tem uma boa infraestrutura. O percursso da Serra do Rio do Rastro, até a sede do município de Lauro Müller é feito por uma estrada bastante sinuosa, com descidas íngremes e curvas bastante fechadas, algumas com angulação de 180°.  Os 7 Km  da descida são de estrada de concreto. A serra é coberta por mata atlântica e com uma fauna muito variada.  A emoção de descer de moto é algo indescritível. Apenas estando lá é que se pode ter a real dimensão desta maravilha da natureza e de poder estar integrado neste cenário, sobre as duas rodas.
Após descermos a Serra do Rio do Rastro, passamos pelos municípios de Lauro Müller e Orleans, duas pequenas cidades no pé da serra, e rumamos para a cidade de Urussanga, onde já nos esparavam para o almoço meu tio Itamar e minha tia Cândida, que moram ali há 41 anos.

Vista da Serra do Rio do Rastro a partir do mirante

Descida da Serra do Rio do Rastro

Almoçamos no restaurante Piatto D’Oro, na SC 108 (antes SC 446). Comida caseira excelente, com um preço honesto (buffet livre a R$ 25,00 por pessoa). Também chegaram para nos encontrar os primos Rodrigo e a filha Lia e  Fabrício, com a esposa Lívia e a filha Mila, uma “gatinha” de 6 meses de idade. Após algum tempo matando a saudade dos meus familiares e botando a conversa em dia, reabastecemos as motos e seguimos viagem. O pessoal de Caxias do Sul se despede de nós neste momento e seguem direto para sua cidade, pela Rota do Sol. Em seguida saímos de Urussanga com destino a Osório, já no Rio Grande do Sul, juntamente com o Magno e a Lia, onde residem. Seguimos pela SC 444 até a BR 101, por cerca de 25 Km. A partir daí seguimos em direção ao sul.
Chama a atenção no estado de Santa Catarina, que as estradas estaduais não apresentam a mesma denominação no Google Maps. Parece que houve uma modificação destas designações recentemente.
Após 98 Km de Urussanga paramos na localidade de Sombrio, ainda em Santa Catarina, para um cafezinho. Ali tem uma gruta, muito interessante e com um apelo religioso bastante intenso. A BR 101 é uma rodovia duplicada, com velocidade maxima de 110 Km/hora, porém com inúmeros radares, sendo a maioria não sinalizados. Por ser uma estrada em excelentes condições, é muito fácil excedermos a velocidade máxima e, consequentemente, sermos surpreendidos por uma multa por excesso de velocidade. Toda atenção é pouca neste trecho. Ainda existem trechos onde a velocidade maxima permitida cai para 80 Km/h.
De Sombrio fomos direto até Osório, distante cerca de 210 Km de Urussanga e 112 Km de Sombrio. No caminho mais uma chuva forte, nos obrigando a pararmos no acostamento e colocar as roupas de chuva. Chegamos em Osório em torno das 19 horas. Nos despedimos do Magno e da Lia e fomos tomar um outro café. Ali tem uma pastelaria muito boa, localizada ao lado do Paradouro Maquiné (local muito bom, também), chamada Pastelaria Litoral, na RS 030. Até aqui foram 945 Km rodados.
Saímos de Osório em torno das 20 horas, após termos reabastecido novamente as motos. Retornamos para Porto Alegre pela BR 290 (Free Way), estrada duplicada e bem pavimentada, com apenas um pedágio no sentido Osório-Porto Alegre,  altura do município de Gravataí (R$ 2,40, para motos).
No caminho, o Ricardo e a Adriana encontraram um casal que seguia de moto em nossa mesma direção sendo, então, confundidos com amigos. Passamos a acompanhá-los até que, chegando no pedágio, foi percebido o equívoco. Para piorar a situação, a jovem que estava na garupa desta moto estava em pânico, pois pensava que fôssemos assaltantes a seguí-los.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 21:15 horas, com total de 1053,7 Km rodados nestes dois dias. Mais uma viagem onde aprendemos um pouco mais sobre motociclismo, estreitamos ainda mais os laços de amizade com os amigos do Na Estrada 100, visitamos novos lugares, conhecemos novas pessoas e enriquecemos nossa cultura. 
Rota

Na Estrada 100



terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tapes e Sentinela do Sul



Saída de Porto Alegre no domingo, dia 14 de setembro de 2014, em torno das 9:30 horas da manhã. O ponto de encontro, sempre o mesmo, é no posto Shell da Rua Edu Chaves. Saímos em duas motos sendo eu na minha NC 700 X e o Gaston e a Adriana na CBR 600, em direção ao município de Tapes, ao sul de Porto Alegre.
A BR 116 passa por dentro de Porto Alegre, em um trecho das Avenidas Farrapos e Sertório.
Optamos por seguir ao norte pela BR 116, por cerca de 4,3 Km até a BR 290 pois, embora a volta seja maior, não passamos por dentro da cidade, evitando semáforos e trânsito. Após passarmos a ponte do Lago Guaíba em direção sul, a BR 290 é ladeada pela BR 116 até o município de Eldorado do Sul, sendo de mão única no sentido sul, assim como a BR 116 também fica de mão única, porém no sentido norte, dando a falsa impressão de uma estrada duplicada. São 20,6 Km ao sul pela BR 290 por até retomarmos a BR 116, no município de Eldorado do Sul, em direção ao sul do estado do Rio Grande do Sul. Em Eldorado do Sul existe uma praça de pedágio com um custo de R$ 4,65 para motocicletas.
Andamos cerca de 74 Km desde nossa saída, até chegarmos no paradouro Casa das Cucas, no Km 337 da BR 116, onde paramos para um cafezinho. O local é referência para uma parada aos viajantes que trafegam por ali. Um restaurante e lanchonete com diversas opções. Ao lado tem um posto de combustíveis. Dali seguimos para a cidade de Tapes por aproximadamente 22,5 Km até a RS 717, onde acessamos à esquerda por mais 14 Km até chegarmos em Tapes. A BR 290 e a BR 116 apresentam boas condições de pavimentação. Já a RS 717 é muito ruim, com vários buracos, tornando a estrada mais perigosa e exigindo maior atenção.
Tapes é um pequeno município às margens da Lagoa dos Patos, com uma população de cerca de 17.000 habitantes. Tem uma beleza natural magnífica, proporcionada pela Lagoa dos Patos, com praias bastante arborizadas, porém sem uma infra-estrutura adequada ao turismo. Não encontramos nenhum local que se possa dizer bem planejado e agradável ao turismo. A região foi  inicialmente habitada por índios tupi-guaranis, com posterior colonização açoriana e mesclando culturas indígena, açoriana e negra.  A economia local é a agropecuária.
Almoçamos em um restaurante à beira da lagoa chamado Bambu. O local muito simples e com uma comida não é o que se possa dizer como algo muito saboroso. Apenas um alimento sem maiores atrativos de sabor. O atendimento também deixa muito a desejar. O restaurante tem um grande potencial desde que haja uma drástica mudança no atendimento e na gastronomia. Infelizmente, no momento, não é um local que eu recomendaria.
Após almoçarmos demos uma volta pela cidade e, sem encontrarmos maiores atrativos, seguimos rumo à cidade de Sentinela do Sul, retornando pela RS 717, cruzando a BR 116 e seguindo pela RS 715 (também bastante ruim) por mais 6 Km.
Sentinela do Sul é um pequeno município, emancipado de Camaquã em 1992 (antes chamado de Vila Vasconcelos), com uma população de um pouco mais que 5.000 habitantes. A economia se baseia na agricultura, principalmente no cultivo de arroz. Localizada em uma parte alta, com uma vista muito bonita no alto da cidade. Ali visitamos o amigo e colega Jorge Crespo, médico da cidade.
Saímos de Sentinela do Sul e retornamos para Porto Alegre, com mais uma parada no Restaurante das Cucas para outro cafezinho.
Foi um passeio de cerca de 245 Km, bastante tranquilo. Fica a impressão que Tapes tem um grande potencial turístico a ser explorado, porém ainda está muito aquém do que se possa dizer uma cidade com esta referência.

Tapes

Tapes

Lagoa dos Patos - Tapes

Roteiro

Serra Gaúcha - Ivoti e Presidente Lucena



Sábado, 13 de setembro de 2014. Ponto de encontro no posto Shell da rua Edu Chaves.
Saída de Porto Alegre pela manhã, pela BR 116, em direção à cidade de Ivoti, na serra gaúcha. Fomos, inicialmente em duas motos: Eu, com minha NC 700 X e os amigos Gaston e Adriana com a CBR 600. No município de São Leopoldo encontramos o Mauro (Suzuki V Strom 650 DL). Foram 44 Km pela BR 116 até o trevo de acesso à cidade. A rodovia é duplicada até a o município de Novo Hamburgo, cerca de 36 Km de nosso ponto de partida. A partir daí, a estrada passa a ser de duas vias com pista simples e com boa pavimentação.
Ao entrar na cidade de Ivoti seguimos pela avenida Bom Jardim por cerca de 2,5 Km onde entramos à direita na Av. Castro Alves seguindo em direção ao município de Presidente Lucena através da Avenida Presidente Lucena, por cerca de 12 Km. A estrada serrana tem curvas bastante interessantes e uma paisagem típica da região.
A cidade de Ivoti, chamada Cidade das Flores, com uma população de pouco mais de 20 mil habitantes, é uma mescla de colonização alemã e japonesa. Faz parte da Rota Romântica, que se trata de um roteiro que contempla 14 municípios a partir do Vale dos Sinos até a serra gaúcha, com uma paisagem serrana e um clima mais ameno. Tem uma altitude de 127 m.  No município fica o maior núcleo de casas enxaimel do país (casas comuns na Alemanha, construídas com caibros de madeira encaixados entre si, em sentido vertical, horizontal e inclinados, com pedras ou tijolos ocupando os espaços) e a maior colônia japonesa do Rio Grande do Sul.
Presidente Lucena é uma pequena cidade, também de colonização germânica, ao lado de Ivoti, cuja economia se baseia na agricultura, pecuária e indústrias de pequeno porte. A população é um pouco mais de 2500 habitantes.
Em Presidente Lucena almoçamos no restaurante Dheinhaus, local de comida típica alemã, de excelente qualidade e farta, além de uma boa variedade de sobremesas, com preço bastante acessível. Localizado em uma construção enxaimel, na principal avenida da cidade (Av. Presidente Lucena, 4077), o lugar é muito agradável, com estacionamento nos fundos, sob sombras de árvores em um local que parece o quintal de uma casa da zona rural, onde paramos por bons minutos para aquela conversa amiga após o almoço.
Saímos de Presidente Lucena e retornamos à Ivoti, onde visitamos a destilaria de cachaça Weber Haus. A cachaça começou a ser produzida pela família de colonos alemães para consumo próprio, em 1848. Após 100 anos, em 1948, se iniciou a produção para ser comercializada. A cachaçaria cresceu ao ponto de hoje ser a cachaça mais premiada do Brasil. Nos foi apresentado toda a destilaria através de visita guiada, onde se pode observar as diversas fases da produção, além de uma excelente aula sobre a bebida.
Após a visita à cachaçaria, seguimos em direção à Cascata São Miguel, uma queda d’água de 50 metros, localizada no município de Dois Irmãos, divisa com Ivoti. Para se chegar lá é necessário passar por uma estrada de terra de cerca de 3700 m que, para a minha NC e para a V Strom do Mauro não foi problema. Já a CBR do Gaston necessitou de um pouco mais de cuidado, porém também passou bem pelo trajeto. Neste local foi construída a primeira usina hidroelétrica do estado, em 1912. O local, em meio à natureza, é muito bonito e sem infra-estrutura, exceto por um pequeno bar que estava fechado.
O caminho que leva tanto à cachaçaria Weber Haus como à Cascata São Miguel passa sobre a Ponte do Imperador (ponte construída na metade do século XIX sobre o Arroio Feitosa, para escoamento da produção, cujo nome foi dado em homenagem a D. Pedro II por ter enviado os recursos a sua construção) e pelo núcleo de casas enxaimel da Feitoria Nova onde, após retornarmos da cascata, paramos para um café na Casa Amarela (prédio em estilo eclético, construído em 1927, patrimônio da cultura e da história de Ivoti, restaurado e entregue à população em 2008). Esta região, no município de Ivoti, é conhecida como Buraco do Diabo, “Teufelsloch” em alemão. Assim chamado devido aos primeiros alemães se assustarem com a fauna local, desconhecida a eles, achando que o tamanduá seria o diabo.
Retornamos à Porto Alegre pela BR 116 e BR 448 (Rodovia do Parque). Um passeio curto de aproximadamente 150 Km, porém muito agradável.

Restaurante Dheinhaus - Presidente Lucena

Cachaçaria Weber Haus - Ivoti

Cascata São Miguel 

Núcleo enxaimel da Feitoria Nova - Buraco do Diabo.
Roteiro

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Vale do Taquari – Anta Gorda e Ilópolis




Sábado, dia 30 de Agosto de 2014.
Saímos de Porto Alegre em torno das 9:45 horas da manhã pela BR 116 em direção novamente ao Vale do Taquari. Desta vez nosso destino são as cidades de Anta Gorda e Ilópolis. O grupo inicial estava composto pelos amigos Adão (Triumph Tiger 800), Gaston e Adriana (Honda CBR 600) e eu (Honda NC 700 X). Pela BR 116 fomos até a BR 386 (cerca de 13 Km). Uma breve parada em um posto de gasolina para encontrarmos os amigos Felipe (Harley Davidson Road King)  e Mauro (Suzuki DL 650 V Strom). Seguimos pela BR 386 até a RS 130, a 115 Km de nossa partida (Km 244 da BR 386). A BR 386 é quase toda duplicada neste trajeto porém, além de mal sinalizada (principalmente à noite), existem diversos pontos sem canteiro central dividindo as duas pistas. Após o município de Tabaí, a estrada melhora bastante. Ao acessarmos a RS 130 andamos por cerca de 9 Km, onde paramos em posto de gasolina para um café. Ali tem, alem de um café muito bem passado, um pastel excelente.
Mais 22 Km na RS 130 e RS 129, entramos na RS 332. Nesta via andamos mais 28 Km até a RS 334. Uma estrada de boa pavimentação, também com pista simples e duas vias, assim como a RS 130 e 129, porém bem mais estreita e com diversas curvas, subidas e descidas. Passamos pelo município de Dr. Ricardo e, logo adiante, acessamos a RS 334, em direção ao município de Anta Gorda.
Chegamos em Anta Gorda em torno de 12:10 h. Paramos para abastecermos as motos e almoçarmos, em um restaurante junto a um posto de gasolina logo na entrada da cidade.  Um local simples porém com boa comida, além de bastante farta e com preço barato, cerca de R$ 32,00 por pessoa.
Anta Gorda é uma cidade do Vale do Alto Taquari, com uma população aproximada de 6.000 habitantes. O nome se origina no início do século XX, quando havia ali uma grande quantidade de animais selvagens, dentre eles as antas. Certa vez uma anta muito gorda foi abatida na região, sendo este fato, na época, referenciado para designar o local. Daí vem o nome “Anta Gorda”.  O município pertencia a Encantado tendo se emancipado em 1963. A agricultura responde por mais de 90% da economia local.
Na região de Anta Gorda e Ilópolis existem diversos moinhos que datam do início do século XX, contruídos de madeira, produto da colonização italiana. Hoje fazem parte de um roteiro turístico da região, o Caminho dos Moinhos. Aos poucos estão sendo restaurados.
Após nosso almoço, fomos conhecer um dos moinhos da região, ainda em Anta Gorda. O moinho chamado Dallé fica muito próximo à cidade. Lá fomos recebidos pelo Sr. Bruno que nos relatou a história do moinho e da região. Trata-se de uma construção antiga, em madeira, às margens de um arroio e ainda em funcionamento. Ali permanecemos algum tempo aprendendo sobre a história e cultura local. Após sairmos do moinho, o Sr. Bruno nos levou até o centro da cidade onde, na praça central, existe uma estátua de uma anta, em alusão ao nome do município. A cidade é bastante limpa e muito agradável. Um local que traz muita tranqüilidade.
Saímos de Anta Gorda em pela RS 432, passando depois pela RS 332, em direção à Ilópolis. São aproximadamente 16 Km entre as duas cidades.
Ilópolis é uma cidade pequena do Alto do Vale do Taquari, com uma população de pouco mais de 4.000 habitantes. O nome se refere a união das palavras ILO (do grego, que significa Erva Mate) e POLIS (do latim, que significa cidade), significando Cidade da Erva Mate.  Inicialmente pertencente ao município de Encantado, foi emancipada em 1963.  A economia do município se baseia no cultivo, extração e industrialização da erva mate.
Em Ilópolis visitamos o Museu do Pão. Trata-se de um conjunto arquitetônico constituído do Museu do Pão, que conta a história de 14.000 anos do pão nas diversas civilizações, além de expor objetos antigos utilizados pelos colonos italianos da região. Junto ao museu, há a Oficina de Panificação, destinada a ministrar cursos na área de panificação e o Moinho Colgnese, um moinho já restaurando e em funcionamento, onde se pode ver o processo de transformação do grão em farinha. Este moinho é o ponto de partida para o Caminho dos Moinhos. A visita foi guiada por uma jovem de nome Luana, muito atenciosa e simpática, discorrendo com muita propriedade a cerca do complexo e da história e cultura local.
Seguindo pela RS 332 por mais 12 Km, chegando ao município de Arvorezinha, onde fizemos uma breve passada, sem visitarmos algum local específico.  É outra pequena cidade com pouco mais de 10.000 habitantes e bastante agradável.
Saímos de Arvorezinha e começamos nosso retorno à Porto Alegre pela RS 332 até chegarmos à BR 386, no Km 250. A distância desde Arvorezinha até este ponto é de 35 Km, no município de Soledade. Continuamos pela BR 386, passando novamente por Lajeado, onde fizemos uma breve parada para um café.
Prosseguimos pela BR 386 até a BR 448 (Rodovia do Parque), por uma distância de 189 Km, já tendo anoitecido. Infelizmente passamos por um acidente bastante grave, no município de Triunfo.
Pela BR 448 fomos até a BR 290 (13 Km) e, de lá entramos em Porto Alegre (6 Km) pela Av. Castelo Branco.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 20 horas.

Moinho Dallé - Anta Gorda - RS
Moinho Colognese - Ilópoils - RS


Museu do Pão - Ilópolis - RS
Roteiro