segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Pampa Gaúcho




Sexta-feira, dia 7 de setembro de 2018.
Marcos André – moto Triumph Tiger Explorer 1200 XCX
Humberto - moto Triumph Tiger Explorer 1200 XCA
Saímos de Porto Alegre às 6 horas da manhã com destino à cidade de Bagé, na região da Campanha do Rio Grande do Sul. Seguimos pela BR 290, paralelo à BR 116,  no sentido sul por cerca de 14 Km, quando a rodovia se desvia para oeste. Continuamos pela BR 290 por 123 Km até o município de Pantano Grande onde paramos para tomarmos café em um paradouro chamado Raabelândia. Aproveitamos para abastecermos as motos. Seguimos por mais 125 Km até o entroncamento com a BR 153, já no município de Cachoeira do Sul. Naquele ponto entramos na BR 153 em direção sul onde andamos por mais 114 Km até a BR 293. Ali encontramos o amigo Jorge Moreira (Honda CB 500), de Pinheiro Machado, que nos aguardava para continuar o passeio conosco. Seguindo pela BR 293 por mais 10 Km está a entrada da cidade de Bagé, onde chegamos às 11 horas. Estas rodovias são todas pavimentadas, porém com trechos que estão um pouco danificados, com alguns buracos.
Fizemos um breve passeio pelo centro da cidade de Bagé para tirarmos algumas fotos. Por se tratar do feriado comemorativo à Independência do Brasil, o centro da cidade estava bastante movimentado.
Chegando em Bagé

Bagé

Bagé

Bagé

O município de Bagé está localizado no Sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, na região da Campanha, fazendo fronteira com o Uruguai. Bagé está inserido na região do Pampa Gaúcho, que foi ocupada pelos índios Charruas até o século XVI. Tem uma população de 121.986 habitantes, segundo IBGE 2016. A cidade é conhecida como Rainha da Fronteira. Está a uma altitude de 212 metros, o que lhe configura um clima com temperaturas mais baixas. Seu início se dá a partir do ano de 1683, quando jesuítas fundaram a Redução de São André de Guenoas. Nos anos subsequentes, as disputas entre portugueses e espanhóis, assim como a revolução Farroupilha,  foram fazendo com que se desenvolvesse uma comunidade na região que hoje é Bagé. Sua fundação se deu no ano de 1811 e em 1846 foi elevado à condição de Freguesia e Município, no mesmo dia. A economia se baseia na pecuária, agricultura e comércio local.
Saímos de Bagé em direção à Aceguá. Após cerca de 10 Km por uma rodovia estadual, a qual no Google Maps consta com BR 473, se entra na BR 153 pela qual se segue até a cidade de Aceguá, na fronteira com o Uruguai. A distância entre Bagé e Aceguá é de 67 Km em uma estrada de pista simples e com excelente pavimentação, percorrendo os campos do Pampa Gaúcho, com um visual fantástico. Chegamos em Aceguá em torno das 12h50min, tendo percorrido 441 Km desde Porto Alegre. Logo na entrada da cidade paramos para almoçar no restaurante Sabor da Colônia, um local com atendimento e comida muito bons e preço justo.
Entrada de Aceguá

Aceguá - divisa entre Brasil e Uruguai

Aceguá - divisa entre Brasil e Uruguai

Aceguá foi distrito de Bagé até 1996, quando foi elevado à condição de município, porém sua implantação somente se deu em janeiro de 2001 o que faz com sua história se confunda com a de Bagé. O município é chamado de Princesa da Fronteira e faz divisa com a cidade homônima uruguaia Acegua, sendo separada apenas por um canteiro central. A população da Aceguá brasileira é de 4.671 pessoas (IBGE 2014), sendo que 75% estão na área rural. A economia se baseia na agropecuária e hoje é uma das maiores bacias leiteiras do Rio Grande do Sul. A Acegua uruguaia foi considerada zona de livre comércio, levando à abertura de alguns poucos Free Shops.
Após um passeio pela pequena cidade e algumas compras, saímos de Aceguá em direção à Candiota para vermos a usina termoelétrica lá localizada. Voltamos pela BR 153 por cerca de 55 Km até o entroncamento com a BR 473. Naquele ponto a BR 153 faz uma curva para a direita, por onde se continua por mais 16 Km até a BR 293. A partir dali se continua pela BR 293 em direção leste, à direita da rodovia.
Rodamos por mais cerca de 35 Km pela BR 293 até a entrada de Candiota.
O início da cidade de Candiota é atribuído a imigrantes gregos vindos da ilha de Cândia, hoje Ilha de Creta, chamados de candiotos, no século XVIII. Na região do município foi travada a Batalha de Seival, em setembro de 1836, quando as tropas do general farroupilha Antônio de Souza Neto derrotaram as tropas Imperiais, iniciando a Revolução Farroupilha. Ainda hoje existe o bairro de Seival no município. Em 1992 o município se emancipou de Bagé. Segundo dados do IBGE de 2016, a população é de 9.362 habitantes. O subsolo do município é rico em minérios como calcário e carvão, o que faz com que tenha grande importância na economia a produção de cimento e a geração de energia termelétrica. A agropecuária também tem uma grande importância na economia local. O município é sede da Usina Termelétrica Presidente Médici. A cidade tem a peculiaridade de ter três sedes distintas, próximas uma da outra.
A história do complexo termelétrico de Candiota se inicia no ano de 1950 quando se iniciaram as pesquisas sobre a geração de energia elétrica a partir do carvão mineral, sendo a primeira usina do complexo inaugurada em 1961, a Candiota I. A atual usina, a Usina Termelétrica Presidente Médici ou Candiota II, foi construída em duas etapas, sendo a primeira inaugurada em 1974, gerando 126 MW de energia, e a segunda inaugurada em 1986, gerando mais 320MW, totalizando 446 MW de energia gerada.


Usina Termelétrica Presidente Médici - Candiota II.

Saímos de Candiota já no final da tarde, pela BR 293, em direção à Pinheiro Machado, distante cerca de 31 Km, onde chegamos em torno das 18h20min, com 613 Km rodados. Lá ficamos hospedados no hotel Dal Cortivo, localizado logo na entrada oeste da cidade. Em Pinheiro Machado, os moradores dizem que é a “entrada de Bagé”, por ser a mais próxima para quem chega daquela cidade pela BR 293. O hotel é bastante simples, com acomodações razoáveis, boa higienização, porém sem café da manhã nos feriados e com chuveiro elétrico.
Fui morador de Pinheiro Machado durante os anos de 1974 a 1978, onde passei dos meus 9 aos 13 anos de idade. Lá vivi os primeiros anos de liberdade da infância, onde nossas maiores preocupações eram poder brincar na rua com os amigos, andar de bicicleta e sermos aprovados na escola.  Os dias eram cheios de alegria e da inocência da infância. Embora eu vá à “Pinheiro” cerca de uma vez ao ano, quase nunca encontro os amigos com quem convivi na época em que lá morei, exceto o Jorge que é meu compadre e parceiro de viagens de moto. Sem dúvida, um grande irmão que conheci no ano de 1974. Sempre que vou à Pinheiro Machado vem à memória aqueles tempos, há mais de 40 anos atrás. Lembro dos amigos, dos nossos pais, das casas que frequentávamos, dos hábitos da cidade. Em especial lembro de um grande amigo que estava sempre comigo e com o Jorge, o qual Deus o levou para si aos 12 anos de idade, o Anolino, acometido por determinada doença.
Naquela noite fomos recebidos por amigos de infância que há muito não encontrávamos, quando saboreamos um churrasco de carne de ovelha, típico da região e pelo qual tenho um grande apreço. O encontro foi na casa do Alex, filho do proprietário de uma pequena livraria que havia quase ao lado de minha casa nos anos 70, onde sempre comprávamos os materiais escolares. Estavam presentes também o Richard, o André, o Fábio, o Idar, o Gustavo, o Jorge e seu filho Renan (meu afilhado), além de mim e do Humberto. As horas em que estivemos juntos passaram rápido, regadas à conversas e lembranças da infância. Estar com aqueles amigos e ver os rumos que suas vidas tiveram, suas histórias e tudo o que passaram até aqui faz parecer que nunca estivemos afastados.   O tempo passou e os 40 anos que ficaram para trás voltam hoje naquelas vivências do passado. Muita coisa mudou nestes anos, onde muitos amigos seguiram caminhos hoje desconhecidos para nós. Outros até sabemos um pouco, porém são rostos desconhecidos na multidão, além de alguns que foram levados pela morte. Os anos vividos em Pinheiro Machado e as memórias que de lá trazemos permanecem vivas e são parte importante de nossa essência. Não existem palavras que possam expressar a gratidão e alegria de poder ter estado com estes amigos nesta noite.
Escola onde estudei entre 1974 e 1978

Jorge e Humberto

Praça e Igreja Nossa Senhora da Luz

Casa onde morei entre 1974 e 1978

Churrasco com os amigos

Pinheiro Machado também está localizado no Pampa Gaúcho entre a Serra das Asperezas, Serra do Velleda e Serra do Passarinho, a 436 metros de altitude sendo um dos mais antigos municípios do Rio Grande do Sul. Os primeiros registros de Pinheiro Machado datam do ano de 1765 e tendo como os primeiros habitantes José Dutra de Andrade e Tomás Antônio de Oliveira,  açorianos que ali chegaram em 1790. A região, por ter água em cacimbas naturais, era ponto de descanso dos carreteiros que por ali passavam. Isto fez com que se criasse um pequeno agrupamento que passou a se chamar Cacimbinhas. Segundo a lenda, José Dutra de Andrade construiu uma capela à Nossa Senhora da Luz como pagamento de promessa feita após ter ficado cego, tendo recuperado sua visão ao lavar os olhos nas águas consideradas milagrosas das cacimbinhas. A cidade pertenceu ao município de Rio Grande até o ano de 1830 quando passou a integrar o município de Piratini, sendo emancipado em 1878 e desmembrado deste município em 1879, passando a se chamar Nossa Senhora da Luz das Cacimbinhas. No ano de 1915, com o assassinato do Senador José Gomes Pinheiro Machado, no Rio de Janeiro por Mânsio Paiva, que era morador de Cacimbinhas, a cidade teve seu nome trocado para Pinheiro Machado o qual mantém até hoje. Em 1938 foi elevado à categoria de cidade, com um crescimento econômico importante que durou até os anos 60 quando, quando foi construída a rodovia e o transporte de mercadorias passou a não mais entrar na cidade, o que acabou por tirar a participação de Pinheiro Machado neste roteiro, contribuindo para seu declínio econômico. Aliado a isto, nos anos 70, com a mecanização da agricultura e da pecuária, muitos trabalhadores rurais perdem suas atividades, agravando ainda mais a crise que se instalara. A população do município, segundo dados do IBGE de 2016, é de 12.944 habitantes.
Na manhã seguinte, após tomarmos café da manhã na Padaria da Aninha, a qual nos foi recomendado como sendo a melhor da cidade, em torno das 10 horas saímos em direção ao município de Pedras Altas com objetivo de visitar o castelo lá construído pelo escritor e político Assis Brasil. O caminho até Pedras Altas se dá pela antiga Estrada das Tropas, hoje RS 608, uma rodovia não pavimentada e com trechos muito ruins, distante cerca de 32 Km do Pinheiro Machado. Em algum momento tentaram asfaltar a rodovia, ainda restando trechos com pedaços de asfalto.
A caminho de Pedras Altas - Rodovia RS 608

A caminho de Pedras Altas - Rodovia RS 608

A caminho de Pedras Altas - Rodovia RS 608

Pedras Altas é um pequeno município do Pampa Gaúcho com uma população de 2.181 habitantes segundo IBGE em 2016. Junto à cidade está o Castelo da Granja de Pedras Altas, construído pelo politico e escritor Joaquim Francisco de Assis Brasil, no início do século XX, em estilo medieval, entre os anos de 1907 e 1913. A granja era uma propriedade à frete de seu tempo, passando a ter um importante papel na agricultura e pecuária do Estado do Rio Grande do Sul. O castelo com mais de 40 cômodos foi todo construído em granito rosa, pedra encontrada na região e escolhidas pelo próprio Assis Brasil e por três construtores espanhóis trazidos da Europa. O motivo da construção do castelo foi uma forma de dar a sua segunda esposa, dona Lídia, que era europeia, proximidade às suas origens. Também, após sua carreira política e diplomática, Assis Brasil queria se dedicar à agricultura e à pecuária, com constante melhoramento destas atividades em sua propriedade. Seu objetivo era unir a vida no campo com seu grande desenvolvimento cultural. Para tal, montou uma imensa biblioteca com milhares de livros os quais colocava à disposição de todos. Na Granja de Pedras Altas se falavam diversos idiomas e os trabalhadores se utilizavam das obras da biblioteca. O prestígio intelectual e político de Assis Brasil fez com que Pedras Altas se tornasse uma referência. Ali iniciou a Revolução de 1923 contra a ditadura de Borges de Medeiros, sendo também o local onde foi assinado o Tratado de Paz que terminou com o conflito, assim como cenário de outros fatos marcantes da história gaúcha.
Caminho para o castelo, dentro da Granja de Pedras Altas

Castelo da Granja de Pedras Altas

Castelo da Granja de Pedras Altas

Castelo da Granja de Pedras Altas

Castelo da Granja de Pedras Altas

Automóvel do início do século XX

Castelo da Granja de Pedras Altas



Piso da entrada do jardim do castelo

Área de trabalho do castelo

Área de trabalho do castelo



O castelo não está mais aberto à visitação. A propriedade está localizada dentro da cidade de Pedras Altas, junto à antiga estação férrea. Logo na entrada da granja existe uma casa onde reside a Senhora Adriane, bisneta de Assis Brasil. Ali fomos recepcionados pela senhora Lídia, neta de Assis Brasil, com quem tivemos a oportunidade de conversar um pouco, nos contando a atual situação do castelo. A propriedade, tombada como Patrimônio Histórico, foi colocada à venda para que se tornasse um ponto cultural e turístico, porém dos hoje 20 herdeiros da propriedade apenas seis se colocaram à favor da negociação. Isso faz com que esteja cada vez mais depreciada. Nem mesmo a visitação por fora do castelo é permitida, pois os visitantes estavam depredando ainda mais o local, quebrando janelas para poderem visualizar o interior do castelo. Até mesmo o cemitério onde estão enterrados Assis Brasil e seus familiares, próximo ao castelo, teve seus túmulos profanados em busca de possíveis jóias. Tivemos nossa entrada na propriedade gentilmente franqueada pela senhora Lídia. O castelo fica cerca de 400 metros distante da entrada granja, por um caminho pelo campo. Logo na entrada se consegue enxergar a construção ao longe, em meio às árvores. À medida que nos aproximamos, o castelo surge imponente à nossa frente,  porém cercado de grande solidão. Na entrada do jardim que está à frente do castelo, junto aos dois portões de cada lado do castelo, desgastadas pelo tempo, está escrito nas pedras do piso a frase “Bemvindo a mansão que encerra bora lida e doce calma: o arado, que educa a terra, o livro, que amânha a alma”. Estas palavras nos mostram um pouco do espírito intelectual e trabalhador de Assis Brasil. Não se observa qualquer resquício da vida que outrora ali existiu, nos anos iniciais do século XX. Ainda se percebe os desenhos dos jardins, hoje tomados pela vegetação do campo. Algumas janelas quebradas dão passagem às intempéries, além de permitirem que se observe o interior destes cômodos, com restos do que um dia foi a vida do castelo. Ao redor ainda existem o que restou do que seriam locais para o trabalho com o gado, também em meio ao mato e à destruição pelo tempo. Em uma garagem, através de grades, se pode observar uma antigo automóvel do início do século XX com placas da cidade de Pinheiro Machado. Parece que está ali, em um eterno repouso do seu tempo de glória quando conduzia importantes personagens da história do Rio Grande do Sul. O silêncio ao redor do castelo parece abafar as vozes que muito ecoaram por ali. Fico imaginando os dias de festas e conflitos, as gargalhadas e os choros, os momentos ali vividos e os fatos presenciados que mudaram as vidas em toda uma região. As flores que um dia enfeitaram aqueles jardins, hoje não passam de um imaginário em nossa mente. Saímos de lá com um sentimento dicotomizado: felizes por termos conhecido o castelo construído por Assis Brasil e muito tristes por vermos o abandono e descaso com um marco importante de nossa história. Um local que tem muito a nos contar e encerra um silêncio ensurdecedor. Fomos informados, em conversa informal com o pessoal de Pinheiro Machado, que o valor da propriedade e o custo para seu restauro somaria algo em torno de vinte milhões de Reais. Não sabemos o quanto essa informação é precisa mas, em um país onde se encontra políticos com mais de cinquenta milhões de Reais em dinheiro roubados dos cofres públicos e guardados e caixas de papelão no interior de sua casa, assim como outros tantos milhões desviados ilicitamente, não me parece que seja algo absurdo o Estado abraçar a causa da Granja de Pedras Altas e transformar o lugar em um centro histórico e cultural.
Pedras Altas - antiga estação de trem

Pedras Altas 

Pedras Altas 

Pedras Altas 

Retornamos para Pinheiro Machado onde chegamos em torno das 14 horas. Almoçamos na padaria da Aninha, onde também servem almoço.  Abastecemos as motos e saímos em torno das 15 horas com destino à cidade de São Lourenço do Sul. Seguimos pela BR 293 em direção à cidade de Pelotas, distante cerca de 100 Km de Pinheiro Machado. No caminho passamos na propriedade rural de familiares do Humberto, no município de Piratini, onde fomos recebidos com o nosso tradicional chimarrão e uma café da tarde sensacional, com produtos alimentícios feitos em casa.
Propriedade dos familiares do Humberto - município de Piratini
Restos da Ponte do Império, sobre o Rio Piratini - construção da segunda metade do século XIX

Atual Ponte sobre o Rio Piratini, ao lado da Ponte do Império

No final da tarde continuamos pela BR 293 até Pelotas, onde entramos na BR 116 por mais 50 Km até chegarmos na cidade de São Lourenço do Sul, às 20 horas, com 273,1 Km rodados no dia. Em São Lourenço nos hospedamos no hotel Plaza Center, no centro da cidade. Um lugar bastante agradável, com café da manhã, estacionamento fechado a cerca de 70 metros do hotel, chuveiro elétrico e com preço justo. Jantamos em uma lanchonete a uma quadra do hotel, na mesma rua,  chamada Comilão Lanches. O lugar é bastante movimentado, com um atendimento que deixa muito a desejar e, pelo menos os lanches que pedimos, com um sabor sem qualquer diferencial. Após fomos tomar um chopp no Coach Pub, um bar muito legal, com música ao vivo e um pessoal com altíssimo astral.
Em outra viagem aqui do blog está um pouco da descrição do município de São Lourenço do Sul, com o título de 18º Moto Lagoa (São Lourenço do Sul) e Pelotas, publicado em 04 de Abril de 2015, a qual transcrevo aqui. São Lourenço do Sul é uma cidade às margens da Lagoa dos Patos, cuja colonização alemã dá uma característica completamente diferente em relação às cidades do sul do Rio Grande do Sul, onde há predomínio da colonização portuguesa e espanhola. A origem do município se deu no final do século XVIII, quando Portugal doou terras às margens da Lagoa dos Patos, aos militares que lutaram na guerra contra os espanhóis. No início do século XIX os moradores da Fazenda do Boqueirão construíram a capela Nossa Senhora da Conceição, ao redor da qual surgiu um povoado que foi o início do município, pertencente à Vila de Rio Grande. Em 1830 o povoado da Fazenda do Boqueirão foi elevado à categoria de freguesia, separado da Vila de Rio Grande e incorporado à Vila de São Francisco de Paula, hoje Pelotas. Em 1815, na fazenda de São Lourenço, às margens do arroio com o mesmo nome, foi erguida uma capela a São Lourenço.
A colonização alemã data de 1858, quando realizado acordo entre o coronel José Antônio de Oliveira Guimarães e  Jacob Rheingantz. Em 1884 a freguesia de Boqueirão é emancipada de Pelotas e, em 1890, a sede do município é transferida para São Lourenço, passando a ser cidade em 1938. São Lourenço do Sul foi local de diversas batalhas da Revolução Farroupilha no século XIX, com uma importante participação neste conflito.
A economia do município é basicamente agropecuária tendo, também, o turismo como um ponto bastante forte. O carnaval e o Reponte da Canção, festival de música nativista, também são eventos de bastante destaque. As belezas naturais conferidas pela Lagoa dos Patos faz com que seja uma das mais belas praias da região, sendo a cidade também conhecida como a Pérola da Lagoa. Segundo dados do IBGE, a população de São Lourenço conta com um pouco mais de 43.000 habitantes”.
São Lourenço do Sul - praça central
São Lourenço do Sul

São Lourenço do Sul - praia


São Lourenço do Sul - praia

São Lourenço do Sul - praia

São Lourenço do Sul - praia

São Lourenço do Sul - praia

Na manhã seguinte, após passearmos um pouco pela cidade, saímos para Porto Alegre, pela BR 116. Foram mais 202,2 Km até a chegada em casa, em torno das 15 horas.
Neste passeio rodamos 1.101,5 Km em três dias. Andar de moto pelo Pampa Gaúcho faz com que voltemos no tempo e revivamos um pouco da história do Rio Grande do Sul, passando por lugares que foram palco de acontecimentos que nortearam o rumo do que hoje é nosso Estado. Porém, acima de tudo e como um sentimento muito pessoal, estar junto aos amigos de infância após 40 anos, faz com que a emoção seja bastante grande. Ver a vida de cada um, tomar conhecimento dos acontecimentos e relembrar o passado com memórias de fatos que parecem recentes, faz com que tenhamos a certeza de que os vínculos plantados com solidez jamais se perdem, independente do tempo e da distância. A nossa essência de menino permanece viva em cada um, hoje acrescida da maturidade que os anos nos deram. Muito obrigado pela acolhida e carinho, meus amigos.
Congestionamento na chegada à Porto Alegre - fim de viagem

Rota