segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Rota do Sol – Rodovia ERS 486

Sábado, dia 14 de novembro de 2015. Eu e meu filho Fabrício (Triumph Tiger 800 XCX) e o amigoss Gaston e a Adriana (Honda CBR 600) saímos de Porto Alegre às 9:36 horas pela BR 290 (Free Way) em direção ao norte do estado do Rio Grande do Sul. A rodovia é duplicada, com boa pavimentação e duas praças de pedágios, sendo a primeira no município de Gravataí (R$ 3,15), no Km 78, a cerca de 24 Km de Porto Alegre e a segunda, no Km 19, no município de Santo Antônio da Patrulha (R$ 6,30). Seguindo pela BR 290, acessamos a BR 101, no município de Osório, com 94 Km rodados, onde paramos para um café no restaurante Maquiné, às 10:30 h, com 102 Km rodados. A velocidade máxima permitida na BR 290 é de 110 Km/h. Após entrar na BR 101, na cidade de Osório, a velocidade passa para 80 Km/h. Logo nos primeiros quilômetros existem controladores de velocidade que, para o piloto um pouco desavisado, a multa é certa.
Adriana, Gaston e Marcos

Fabrício e Marcos
A velocidade máxima permitida na BR 101 varia, de acordo com o trecho, entre 80 e 110 Km/h sendo que a rodovia tem diversos controladores de velocidade. Na localidade de Morro Alto, existe um túnel com cerca de 1800 m de extensão, cuja velocidade é de 80 Km/h e com controladores de velocidade em seu interior. Seguimos pela BR 101 até o Km 45, no município de Terra de Areia onde, à direita da via, há a saída para acessar a ERS 486, Rota do Sol, com 138 Km rodados desde nossa saída de Porto Alegre. Pela via lateral andamos por mais 1 Km e subimos o viaduto que cruza sobre  a BR 101, entrando na Rota do Sol, à esquerda. Logo em seguida, a cerca de 1 Km à frente, paramos para abastecer as motos no posto Cláudio, no Km 38 da rodovia.


Após mais 12 Km, no Km 26, na localidade de Boa União, saímos da estrada para contemplarmos um rio, que está à direita da via. Não é possível visualizar da estrada e o acesso é por poucos metros de uma estrada sem pavimento. Vale à pena a parada ali. O rio é muito bonito, com uma corredeira e com apelo a um banho em suas águas rasas próximo às margens.

Boa União

Boa União

Boa União

Seguindo pela Rota do Sol, alguns quilômetros à frente nos deparamos com curvas incríveis e com dois túneis, que fazem a adrenalina subir. Ainda tem o viaduto da Cascata, na localidade de Aratinga, no município de São Francisco de Paula. É uma construção em curva sobre o cânion com visual incrível. Logo em seguida paramos em um mirante à direita da via. Até aqui estávamos com 175 Km rodados. Ali também tem um restaurante e lanchonete, porém não chegamos a conhecer. Lá de cima se pode contemplar a belíssima paisagem que a natureza nos proporciona.
A Rota do Sol inicia na Estrada do Mar  (RS 389) e atravessa o Estado do Rio Grande do Sul, no sentido leste-oeste, subindo pela Serra do Mar no eixo da RS 486, até encontrar a RS 453. Pela RS 453, a Rota passa pela Serra Gaúcha, pelo Vale do Taquari e chegando ao Vale do Rio Pardo (Venâncio Aires), onde encontra a RS 287, até Santa Maria, e dali, pela BR 287 até São Borja. Ao todo são 773 km. Podemos verificar a importância da Rota do Sol sob dois aspectos: o deslocamento da produção da Serra com destino ao Litoral e ao Norte do País e o trânsito de turistas da Serra ao Litoral, além de facilitar o deslocamento de cargas e pessoas entre São Francisco de Paula e Terra de Areia.  (www.rs.gov.br/download/historico_rotadosol.pdf).


Viaduto da Cascata (foto da internet)
Viaduto da Cascata (foto da internet)

Seguimos pela ERS 486, que logo adiante se continua como RS 453 por mais cerca de 19 Km, onde entramos na RS 020, a nossa esquerda. Após mais cerca de 500 m pela RS 020, paramos para o almoço no Café Tainhas onde chegamos às 13:30 h, com 195 Km rodados desde a saída de Porto Alegre.
O lugar é muito agradável e com uma comida bastante saborosa. Ali é um ponto de parada para quem cruza as estradas da região, onde também muitos motociclistas fazem seu ponto de referência. O preço é bastante razoável. O almoço com refrigerante sai por cerca de R$ 31,00 por pessoa. Na saída tive a felicidade de encontrar alguns irmãos motociclistas do Moto Grupo Bodes do Asfalto de Caxias do Sul, Santa Maria e Rio Grande que passeavam juntos pela região.


Café Tainhas - Adriana, Gaston e Marcos

Fabrício, Marcos e Gaston


Saindo do Café Tainhas, seguimos pela RS 020 até a cidade de Taquara. Foram mais cerca de 75 Km de estrada. Ali paramos em casa de familiares para um café e uma boa conversa.
Saímos de Taquara em direção a Porto Alegre pela RS 239 até o entroncamento com a BR 116, no município de Novo Hamburgo. São cerca de 38 Km por uma rodovia de excelente pavimentação e duplicada, porém com diversos controladores de velocidade e lombadas eletrônicas, além de ser bastante comum policiais rodoviários com radares escondidos em pontos diferentes. O detalhe é que a velocidade máxima desta rodovia é 80 Km/h, com locais onde cai para 60 Km/h e outros baixando ainda mais, para 50 Km/hora, onde estão as lombadas eletrônicas. Estas bem sinalizadas. Não dá para exceder a velocidade máxima nesta rodovia. Existe uma praça de pedágio onde motocicletas são isentas.
Seguimos pela BR 116 em direção ao sul. A BR 116 cruza as cidades do Vale dos Sinos e da região metropolitana de Porto Alegre, o que faz com que tenha um grande movimento de veículos. Embora seja duplicada, é uma rodovia com frequentes pontos de congestionamento de veículos. Permanecemos nesta rodovia por mais 19 Km, onde entramos na BR 448, a Rodovia do Parque. Esta é uma estrada nova, porém com pontos de desníveis nas cabeceiras de algumas pontes, o que a torna um pouco perigosa pois, por ser uma estrada que na maior parte do trajeto possui quatro pistas de cada lado, com excelente pavimentação e sem controladores de velocidade em quase toda extensão, somos surpreendidos com estes desníveis que podem nos causar acidentes bastante graves. Na chegada em Porto Alegre existe uma curva bastante acentuada para a direita no final de uma grande reta, sendo comum motoristas em alta velocidade não conseguirem vencer esta curva e baterem na proteção lateral, também já  contabilizando a morte de dois motociclistas. Ali foi colocado o único controlador de velocidade da via cuja máxima é de 50 Km/h. O trajeto da BR 448 é de cerca de 23 Km. No final se acessa a BR 290 para a direita, em direção sul até entrarmos em Porto Alegre através da avenida da Legalidade, chegando à área central da cidade.
Chegamos em casa às 18:55 h, com 364 Km rodados durante nosso passeio. A Tiger 800 se mostrou uma moto com um excelente desempenho, proporcionando uma viagem segura e confortável. A média de consumo ficou em 18,1 Km/litro de gasolina, o que gerou um custo aproximado de R$ 75,00 em combustível.

Boa União

















Rota

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Santo Amaro do Sul


Sábado, dia 07 de Novembro de 2015. O ponto de encontro foi o posto de combustíveis Ipiranga – Laçador, na rua Dona Teodora, na saída de Porto Alegre. O grupo, formado por mim (Triumph Tiger 800 XCX), meu filho André (Yamaha Virago 535) e os amigos Humberto e Larissa (Triumph Tiger 800 XC) tinha com destino a pequena localidade de Santo Amaro do Sul, para almoçarmos em um restaurante há muito tempo nos recomendado, cuja culinária é baseada em peixes do rui Jacuí. O restaurante se chama Coqueiro e é necessário telefonar com antecedência para marcar, o que pode ser feito na mesma manhã (fone 51-96352815).
Saímos de Porto Alegre às 10 horas da manhã, seguindo pelas avenidas Farrapos e Sertório até a ponte sobre o Lago Guaíba, onde acessamos a BR 290 em direção ao sul.  Cabe lembrar que neste trecho, a BR 290 corre paralelo à BR 116. Após cerca de 16 Km da ponte do Guaíba se chega a uma praça de pedágio, já no município de Eldorado do Sul. Ali o preço para motos é de R$ 5,15. Logo se passa por um posto da Polícia Rodoviária Federal e, em seguida, a cerca de 1 Km da praça de pedágio, a BR 290 se separa da BR 116 fazendo uma curva para direita sob um viaduto que cruza sobre a BR 116.
Seguimos pela BR 290 por mais 18 Km, onde acessamos a RS 401, à direita da via. Por esta estrada passamos pelas cidades de Charqueadas,  São Jerônimo e General Câmara. Neste ponto se acessa a RS 244 por mais cerca de 10 Km onde, à esquerda da via, se entra em uma estrada sem pavimento por mais cerca de 4 Km até Santo Amaro do Sul. Tem que prestar bem atenção pois a única placa indicando o acesso a Santo Amaro está localizada na margem direita da estrada e não é muito visível. Chegamos às 11:25 horas, com 92 Km rodados desde a saída de Porto Alegre. A estrada é muito boa, sendo duplicada na BR 290 até Eldorado do Sul e, após, passando à pista simples até chegarmos ao acesso a Santo Amaro.
Chegando em Santo Amaro fomos direto à Pousada e Restaurante Coqueiro, localizado na rua Marechal Câmara. Não é necessário a numeração do prédio pois, além de ser o único restaurante da rua, esta tem apenas quatro quadras. Impossível não achar. O restaurante, assim como a pousada, é um lugar bastante simples, limpo e aconchegante. Já na chegada fomos recebido pela senhora Olinda, a proprietária. Uma pessoa encantadora e com uma simpatia incrível. Dona de um vasto conhecimento da história local, não poupa informações, nos contando desde a fundação da localidade, no século XVIII, até os dias de hoje. Após uma conversa bastante agradável e com um impressionante cunho cultural foi servido o buffet, que constava de filé de traíra à milanesa, filé de traíra à escabeche, frango assado, linguíça de porco assada, batatas assadas, arroz, farofa, outros acompanhamentos e saladas. Como sobremesa saboreamos uma deliciosa compota caseira de peras, feita pela Sra. Olinda. Os pescados são oriundos do rio Jacuí e as verduras são plantadas em horta própria, sem agrotóxicos. Logo em seguida veio conversar conosco o esposo da Sra. Olinda, o Sr. Pedro, também dotado de uma simpatia incrível. Para completar, o almoço foi acompanhado por música portuguesa e pela projeção de fotografias de uma recente viajem à Portugal realizada pela Sra. Olinda, que fazia questão de nos falar um pouco sobre muitas das fotos mostradas. O preço do almoço sai por R$ 18,00 por pessoa (não está incluído as bebidas). Caso queira passar o final de semana hospedado na pousada, aproveitando a tranquilidade do lugar, a diária sai por R$ 95,00 por pessoa, incluindo jantar de sábado, café da manhã e almoço de domingo. Os quartos são pequenos, com banheiro, TV  e ar condicionado.
Aos domingos o almoço tem uma maior variedade de pratos à base de pescados locais.
Santo Amaro é o 2º distrito do município de General Câmara mas, no passado, foi um município independente.  A comunidade surgiu em maio de 1752, cuja povoação foi feita pelo General Gomes Freire de Andrade, por ordem de Dom João V, rei de Portugal, construindo um armazém para abastecer os portugueses que rumavam às Missões pelo rio Jacui. Também tinha a função de demaracar fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Madri, entre Espanha e Portugal. Foi um dos primeiros povoados do Rio Grande do Sul. O nome escolhido foi uma homenagem ao santo de devoção do General Gomes Freire, Santo Amaro. Em 1773 o povoado passou à categoria de Freguesia de Santo Amaro. Em 1808 a freguesia passou a ser subordinada ao município de Rio pardo e em 1848 passou ao município de Taquari. Em 04 de maio de 1881 foi emancipada, passando a ser um município com sede própria.
Na localidade de Santo Amaro nasceu José Gomes de Vasconcelos Jardim, o primeiro presidente da Repúblia Rio-Grandense. Ali também morou Chico Pedro, chefe do exército imperial e um dos mais temidos pelos Farrapos.
Em 1930 o exército chega a um povoado próximo, chamado povoado da Margem do Taquari, onde construiu o Arsenal de Guerra e a Vila Militar. Em 1938, o Povoado da Margem do taquari passou a ser a sede do então novo município de General Câmara, fazendo com que Santo Amaro se tornasse o 2º distrito, perdendo a categoria de município.
Hoje Santo Amaro do Sul é uma pequena localidade às margens do rio Jacuí, com uma população de 2000 pessoas. A arquitetura é açoriana com um conjunto de prédios tombados em 1998 pelo IPHAN, onde se destaca a igreja que data de 1787. A economia se baseia da pesca, agricultura, pecuária, silvicultura, apicultura, artesanato e turismo.
A barragem eclusa Amarópolis é uma das atrações locais. A eclusa serve para facilitar a passagem de embarcações onde existe desnível do rio. No caminho para a barragem se passa pela antiga estação férrea, hoje desativada e  que no passado era utilizada para levar os passageiros que ali chegavam pelo rio e tinham outras localidades como destino.
Retornamos para Porto Alegre, chegando em torno das 16:30 horas com 195 Km rodados.
Foi um passeio que nos trouxe não só o prazer e o aprendizado sobre novos lugares que o motociclismo nos proprociona, como também a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas e um lugar onde parece que o tempo parou e a tranquiliade e a paz imperam. 
Para mim e para meu filho também foi um momento que jamais esqueceremos e que, com toda a certeza, nos aproximou mais ainda como pai e filho. Agradeço a Deus a cada dia pelo filho que tenho.
Te amo, André.

Restaurante Coqueiro

Marcos, Humberto e André 
Estação Férrea

Barragem Amarópolis

Pai e Filho

Virago 535


Igreja

Arquitetura Açoriana

Estação F'érrea

Nós

Humberto e Larissa

Roteiro