Marcos: Triumph Tiger Explorer 1200
XCX
Humberto: Triumph Tiger Explorer
1200 XCA
Saída de Porto Alegre no dia 16 de
novembro de 2018, em torno das 13h15min, pela BR 116 rodando cerca de 31 Km até
a localidade de Scharlau, no município de São Leopoldo, onde acessamos a RS
240. Paramos para almoçar em um restaurante chamado Feijoada Grill, no Km 11
desta rodovia já no município de Portão. Após mais cerca de 2 Km entramos na RS
122. Continuamos por essa rodovia até o Km 69, onde a se faz uma conversão à
esquerda, entrando na BR 453 já no município de Caxias do Sul, desviando do
centro da cidade. Caso se opte por seguir a RS 122, esta passará por dentro da
cidade de Caxias do Sul, o que fará com que o tempo de deslocamento seja maior.
Seguimos pela BR 453 por mais cerca
de 12 Km, onde se entra à direita da via acessando novamente a RS 122,
circundando uma rotatória e passando sob a BR 453 seguindo em direção norte.
Continuando por mais cerca de 11 Km, no Km 93 da rodovia se entra à esquerda em
uma rotatória, seguindo por mais
aproximadamente 38 Km até o final da RS 122 quando se entra em outra rotatória
à esquerda seguindo pela RS 437 até a cidade de Antônio Prado, passando pelo
pórtico da cidade cerca de 300 metros à frente. Todo o trajeto é feito por
rodovias asfaltadas, em boas condições e com alguns trechos com curvas
sensacionais. A dificuldade maior, em se tratando de uma rodovia serrana é que,
em determinados locais, as ultrapassagens se tornam difíceis principalmente
quando temos veículos pesados à frente, em baixa velocidade. Nesses casos é ter
paciência e esperar o momento da ultrapassagem em local permitido e seguro.
Também existem trechos com fiscalização eletrônica de velocidade.
Já no caminho, cerca de 21 Km antes
de chegarmos em Antônio Prado, se passa sobre a Ponte Waldomiro Bocchese ou
Ponte do Suspiro, sobre o Rio das Antas. Uma construção com 55 metros de altura
e 300 metros de extensão, unindo os municípios de Flores da Cunha e Antônio Prado
e com um visual fantástico do Vale do Rio das Antas.
Chegamos em Antônio Prado em torno
das 16h35min, com 175 Km rodados. Após um breve passeio pela pequena cidade,
paramos junto à praça central para as fotografias. Em frente à praça, na rua
Laurindo Zanotto 158, em uma construção centenária, está o Centro Cultural
Padre Schio ou Museu Municipal, conhecido como Casa da Neni. O lugar conta
muito da história do município, com um acervo bastante diversificado. A casa de
madeira, construída em 1910, era residência da família de Antôni Bocchese e, no
andar inferior, abrigava uma ourivesaria. Após a morte de Antônio Bocchese, sua
filha conhecida como Neni, passou a utilizar o local como uma loja que vendia
artigos variados. A entrada é franca e vale muito à pena conhecê-lo.
Antônio Prado é conhecida como a cidade
mais italiana do Brasil. Sua fundação data do ano de 1886, sendo a última das
seis chamadas antigas colônias de imigração italiana. Seu nome é uma homenagem
ao ministro da agricultura da época, Antônio da Silva Prado, responsável pela
vinda dos imigrantes italianos para o Brasil e instalação das colônias no
Estado do Rio Grande do Sul. Antônio Prado tem como irmãs as cidades de Rotzo,
na Província di Vicenza, e Cavaion Veronese, na Província di Verona, ambas na
Itália. O tratado de irmandade foi assinado no ano de 2013, mesma época em que
ocorreu a inauguração do monumento Leão de São Marcos – Projeto Leone Nelle
Piazze (Leões Nas Praças), projeto esse que estabelece relações de intercâmbio
entre o Rio Grande do Sul e o Vêneto. Além de Antônio Prado, as cidades de
Ilópolis, Sobradinho, Flores da Cunha e Santa Tereza também receberam a
escultura do Leão de São Marcos. Este simboliza mais de cem anos de história
das cidades brasileiras de colonização italiana que tem cidades irmãs naquele
país. Os cinco leões foram esculpidos em pedra de Vicenza pelo escultor Enrico
Pasquale e tem as dimensões muito semelhantes ao que está na Praça São Marcos,
em Veneza. A populacão do município gira em torno de 12.800 habitantes, com a
cultura italiana bastante acentuada.
A cidade possui o maior acervo
arquitetônico da imigração italiana no Brasil, com 48 construções tombadas pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. É uma volta no
tempo, passeando pela história de Antônio Prado.
A igreja matriz, com sua construção
iniciada em 1891, tem em seu teto pinturas do Italiano Emílio Benvenutto Zanon,
datadas da década de 50 do século XX.
Após visitarmos o Museu Municipal
entramos em uma lanchonete quase ao lado onde fomos atendidos somente após o
proprietário terminar a conversa que estava em curso com alguns outros clientes
habituais do local. Para nós, em um primeiro momento, pareceu um tanto estranho
e antipático. Porém, ao nos atender, o comerciante passou a conversar conosco
com uma simpatia e simplicidade bastante naturais, atitude pecuiliar de quem
vive em um local tranquilo, longe da vida agitada das grandes cidades.
Saímos dali em direção ao distrito
de Linha 21 de Abril para conhecer o Moinho Francescatto. São cerca de quatro
quilômetros em uma estrada sem pavimentação, porém bastante boa. Lá fomos
recebidos pela Senhora Catarina, que é a atual proprietária. O moinho foi
construído todo em madeira, na década de 30 do século XX, às margens do Arroio
Colombo. Seu funcionamento se dá através de uma roda d’água que movimenta um
conjunto de engrenagens, fazendo a moagem do milho e transformando-o em
farinha. Durante a visita a Senhora Catarina, com extrema simpatia e simplicidade,
nos conta a história do moinho que era
de propriedade de seu sogro e herdado por seu esposo, já falecido, agora
estando aos cuidados dela. Lá é possível comprarmos a farinha produzida no
local, além de geléia de figo produzida pela Senhora Catarina. A visita ao
moinho custa R$ 5,00 por pessoa.
Saindo do Moinho Francescatto,
andamos mais cerca de 2 Km pela mesma estrada chegado ao centro da Comunidade
Linha 21 de Abril, onde fomos visitar a antiga Ferraria Marsílio. Lá fomos
recebidos também com extrema simpatia pelo Senhor Luiz Marcílio, proprietário do
lugar. A ferraria, hoje desativada, está nos fundos da casa do Senhor Luiz. Foi
fundada em torno de 1900 pelo italiano Ângelo Marcílio e se manteve em
atividade até o ano de 1989, através de seus filhos e netos. Em seu interior se
pode observar o que restou de uma época em que sua atividade era intensa, ainda
com a presença de carroças e outros tantos objetos que ali eram confeccionados,
além dos materiais necessários ao trabalho da ferraria. A conversa com o Senhor
Luiz Marcílio chega a ser emocionante quando dos relatos da história da
ferraria e de sua própria história. O custo da visitação é de R$ 5,00 por
pessoa.
A Linha 21 de Abril foi, até a
década de 80, considerada como extensão do centro de Antônio Prado. A principal
estrada que unia o município às cidades de Flores da Cunha e Caxias do Sul
passava por ali, fazendo da Linha 21 de Abril um lugar importante na economia
local. Hoje a localidade de Linha 21 de Abril está isolada e um passeio por lá
nos faz voltar ao passado, com suas construções antigas e conservadas. Além das
antigas construções italianas e da Ferraria Marcílio, o centro da Linha 21 de
Abril conta com a vinícola Cave do Imperador e a Igreja Santuário de Madona de
Monte Bérico, essa inaugurada em 1896.
Também se pode observar o Vale do
Rio das Antas, uma paisagem de extrema beleza onde o rio foi a grande barreira
a ser vencida pelos primeiros desbravadores e imigrantes que ali chegaram.
Iniciamos nosso retorno para Porto
Alegre em torno das 19h15min, pelo mesmo caminho que utilizamos para irmos a
Antônio Prado. Chegamos em Porto Alegre às 21h30min, com 371,6 Km rodados.
Conhecer Antônio Prado, assim como as pessoas que lá encontramos, nos faz ter a
sensação de uma viagem no tempo, retornando ao passado ali vivo com seus
costumes, simplicidade e tranquilidade característicos de quem vive em um lugar
como aquele.
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Pórtico de entrada de Antônio Prado |
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Praça da cidade |
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Praça da cidade |
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Praça da cidade |
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Igreja Matriz de Antônio Prado |
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Rua Laurindo
Zanotto - Centro Cultural Padre Schio / Museu Municipal ( Casa da Neni).
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Igreja Matriz |
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Propriedade onde está o Moinho Francescatto |
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Interior do Moinho Francescatto |
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Roda d'água do Moinho Francescatto |
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Moinho Francescatto |
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Interior do Moinho Francescatto |
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Interior do Moinho Francescatto - a Sra. Catarina explicando o funcionamento do moinho ao Humberto |
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Moinho Francescatto |
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Interior do Moinho Francescatto |
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Arroio Colombo - Moinho Francescatto |
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Ferraria Marcílio |
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Ferraria Marcílio |
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Ferraria Marcílio - Humberto e o Sr. Ângelo Marcílio |
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Igreja Santuário de Madona de Monte Bérico - Distrito de Linha 21. |
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Construção antiga - Distrito de Linha 21
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