terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cambará do Sul



Mais um passeio do Na Estrada 100.
Dia 08 de Novembro de 2014. Nosso ponto de encontro, como sempre, foi no posto Shell da Edu Chaves. Lá estavam, além de mim e da Renata (Honda NC 700 X), os manos Antônio (Kawasaki Vulcan 750) e seu filho Willian (Honda CB 450 customizada), Mika e Denise (HD FX Standart), Gilberto e Eiko, de Canoas (Yamaha Super Ténéré 1200) e o Gaston e a Adriana (Honda CBR 600).
Saída de Porto Alegre pontualmente às 9:08 horas da manhã, pela BR 116 até o município de Novo Hamburgo, por 39 Km, até chegarmos ao trevo de acesso à RS 239, onde entramos à direita em direção à cidade de Taquara. No caminho entre Porto Alegre e o trevo da RS 239, na altura do município de São Leopoldo, se juntou a nós o Mário, em uma Camionete Mitsubishi L 200, personalizada.
A RS 239 é uma estrada também duplicada e com pavimentação excelente, com pedágio porém isento para motos. É necessário muito cuidado, pois no trajeto até Taquara existem vários controladores de velocidade (pardais), sendo a maioria 80 Km/hora, que é a velocidade máxima da via, porém em um pequeno trecho, no município de Sapiranga, existem duas lombadas eletrônicas com velocidade de 50 Km/h. Chegamos em Taquara às 10:10 horas, 38 Km rodados após termos deixado a BR 116 (cerca de 77 Km do nosso ponto de partida, em Porto Alegre), onde paramos em um posto de combustível na RS 020, para um cafezinho.

Grupo em Taquara
Seguimos pela RS 020 por mais 79 Km, passando pela cidade de São Francisco de Paula, distante 118 Km de Porto Alegre. Uma cidade pequena, com uma avenida principal que a atravessa em toda extensão, se continuando na mesma rodovia RS 020. De lá continuamos até a localidade de Tainhas, ainda no município de São Francisco de Paula, onde paramos no Café Tainhas, um paradouro de referência local. Lugar muito agradável, a cerca de 39 Km da sede do município. A RS 020 é uma estrada de duas vias com pista simples, com um asfalto em muito boas condições e algumas curvas. O visual que se tem, subindo a serra, é fantástico onde se pode observar uma paisagem belíssima. A combinação estrada e paisagem neste trecho é sensacional.
No café Tainhas encontramos o restante do  grupo que se juntou a nós: Kuze e Dagui (Super Tenéré 1200), Adão e Maria (Triumph Tiger 800), Cavion e Janice (BMW 1200 GS), Lobinho (BMW 1200 GS) e Lobinha (Triumph Tiger 800), Paulo (V Strom 650 DL), D’Ávila (BMW 1200 GS) e Sílvia (BMW 800 GS) e a Fátima Rossi (Yamaha XT 660). Foi formado um comboio de 15 motos, além da camionete L 200 do “Super” Mário, seguindo na direção de Cambará do Sul, por cerca de mais 32 Km, ainda pela RS 020. A estrada continua com as mesmas características de pavimentação, ou seja, muito boa. Apos cerca de 2 Km do Café Tainhas, a RS 020 chega à RS 453 onde se pega à direita por mais cerca de 1 Km até um trevo onde se retoma a RS 020, à esquerda, em direção à Cambará do Sul.

Na Estrada 100

Chegamos em Cambará do Sul em torno das 12:10 horas, com aproximadamente 189 Km de viagem. Ali se juntou a nós o Magno e a Lia que, desta vez, deixou em casa a BMW 1200 Touring e foi com sua camionete Ford puxando a sua “coisinha”, como carinhosamente é chamado o pequeno trailer que serve de quarto para o casal.
Fomos direto almoçar no restaurante Galpão Costaneira, um lugar muito rústico e com cozinha típica do Rio Grande do Sul, chamado de “comida campeira”, de boa qualidade e com diversos pratos e sobremesas, além de música tradicionalista gaúcha ao vivo. O valor por pessoa é R$ 27,00, sem bebidas, com comida e sobremesa à vontade. Por um pouco mais, se pode optar por carnes grelhadas servidas à mesa, o que me pareceu desnecessário visto à fartura que apenas o buffet oferece. O grupo aqui contava com 24 pessoas.

Chegada em Cambará do Sul

Cambará do Sul está localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, em uma região chamada de Campos de Cima da Serra onde existem diversos cânions, o que faz com que esta região também seja conhecida como Aparados da Serra. A população, segundo dados do IBGE, é de 6.542 habitantes. O clima da região tem as quatro estações do ano bem marcadas, sendo o inverno bastante frio e com geada podendo, até mesmo, nevar. A região era habitada, inicialmente, por tribos indígenas nômades. No século XVIII os jesuítas enviaram gado para a região, quando se iniciou a abertura de estradas para o comércio do gado surgindo, então, as primeiras propriedades. O início da cidade se deu em meados do século XIX, através de uma doação de terras para a igreja por uma moradora da região como pagamento de uma promessa a São José, de quem era devota, criando a Vila de São José de Campo Bom pertencente ao município de Santo Antônio da Patrulha. Com a emancipação de São Francisco de Paula, a vila passou a ser distrito do novo município e, no final dos anos de 1930, passou a se chamar Vila Cambará em alusão à vegetação da região, composta por muitas árvores com esta denominação. Em 1963 acontece a emancipação, surgindo o município de Cambará do Sul.
Após almoçarmos fomos para a pousada Bela Cambará, onde nos hospedamos. O local é simples, muito agradável e acolhedor. Composto por pequenas cabanas de madeira, é de propriedade da Dona Hilda, que comanda tudo com muito carinho e cuidado, trabalhando praticamente sozinha, sempre com um sorriso amável. A diária custa R$ 100,00 por casal, com café da manhã. Na pousada existe um quiosque com churraqueira que pode ser utilizado pagando apenas uma pequena taxa para limpeza, algo em torno de R$ 30,00.
Depois de nos instalarmos, fomos ao cânion do Itaimbezinho,, distante cerca de 18 Km da cidade onde 16 Km se dá por estrada de terra (RS 429). A minha NC passou muito bem, sem qualquer comprometimento, acompanhando as big trails com tranquilidade. A Vulcan do Antônio e a CB do Willian também foram bem, exceto por uma pequena intercorrência com a CB, que caiu a correia sendo prontamente consertada, na estrada, pelo Mário na sua L 200 de apoio.
O Itaimbezinho é um dos maiores cânions do Brasil, com uma extensão de 5.800 m, largura entre 200 e 600 m e profundidade de 720 m. Existem três trilhas que se pode percorrer, porém é necessário chegar cedo ao parque, pois o horário máximo para iniciar o percurso é às 15 horas. O horário para ingresso no parque é das 8 às 17 horas e valor é de R$ 7,00 por pessoa e R$ 3,00 o estacionamento para motos. Apesar de termos chegado tarde, ainda conseguimos fazer uma pequena trilha que proporciona uma vista geral do cânion. Passamos por um pequeno rio de águas muito limpas que convida a um banho.  O parque tem um local de informações, com jovens que ficam no atendimento ao turista que me passaram a impressão de serem um pouco tímidos para a função que exercem, o que compromete um pouco. Como nosso contato com eles foi breve, não posso afirmar que seja sempre assim. Ali nos despedimos do Lobinho e Lobinha, do Paulo e da Fátima, que retornaram no mesmo dia para sua cidade, Caxias do Sul.
Cânion do Itaimbezinho

Parte do Grupo no Itaimbezinho

Voltando do Itaimbezinho, paramos em uma lanchonete à beira da estrada, chamada Café do Rincão, que oferece pastéis, cachorro quente e outros lanches, além de produtos coloniais e, é claro, café. O atendimento é feito pelo proprietário e uma cozinheira. O cara é extremamente simpático, entrando no clima de brincadeira que o grupo institui onde chega.

Café do Rincão

Retomando o caminho de volta para a cidade, logo em seguida existe uma pousada de cabanas chamado Parador Casa da Montanha Ecovillage. Lugar fantástico, à beira de um rio lidíssimo. O local vale à pena ser conhecido e imagino que ficar hospedado ali deve ser uma experiência ímpar.
À noite, na pousada, nos reunimos para um churrasco quando se juntou a nós o Rolf e a Miriam, de Estância Velha que, embora atualmente esteja sem moto, também faz parte deste grupo de eternos aprendizes da estrada. Éramos 22 amigos, neste momento.
Domingo, dia 09 de novembro, levantamos cedo e, após o café da manhã organizado pela dona Hilda, fomos ao Cânion Fortaleza, distante 23 Km da cidade, pela rodovia CS 423, com 12 destes de estrada terrível, sem pavimentação, com muitas pedras, não sendo recomendado transitar de moto, até mesmo para as big trails, pois o risco de queda é bastante grande. Optamos pelo aluguel de taxis que, por R$ 80,00 levam até quatro pessoas cada um (R$ 20,00 por pessoa), aguardam fazermos o passeio e nos trazem de volta para a pousada. Existem também veículos com tração 4 X 4 que fazem este serviço.
Cânion Fortaleza
O cânion Fortaleza também é um local lindíssimo em meio à natureza. O nome foi dado por lembrar uma fortaleza. O cânion tem uma extensão de 5.800 m, 2.000 m de largura e profundidade que pode chegar a 900 m. Pode-se percorrer uma trilha de cerca de 1.700 m, de onde se pode ter uma vista de quase todo o cânion assim como, à leste, se pode observar o litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ali não existe qualquer infra-estrutura. Deve-se ter muito cuidado com as encostas, pois não existe proteção.

Cânion Fortaleza

Retornamos à pousada para almoçarmos, vindo nos encontrar o Sokabe e a Marlene (BMW 1200 GS Premium). Às 14:40 horas partimos de volta, porém optamos regressar pela Rota do Sol.
Fomos em um grupo formado agora por seis motos e as duas camionetes. Rumamos pela RS 020 por 28 Km até chegarmos à RS 453, onde se entra à esquerda e, após cerca de 14 Km, passa a ser a RS 486 sendo chamada Rota do Sol. Esta estrada é magnífica. São cerca de 20 Km de descida, com curvas muito fechadas e paisagem fantástica. O local é indescritível. Passa-se por viadutos em curvas dois túneis. A estrada é de duas vias de pista simples e de muito boa pavimentação. Após 21 Km na RS 486 paramos em uma das diversas tendas que existem à beira da estrada para um breve descanso. Seguimos por mais 19 Km, quando chegamos à BR 101.
Entramos na BR 101 em direção à Porto Alegre. É uma estrada excelente, duplicada, porém com vários controladores de velocidade. A velocidade máxima da rodovia é de 110 Km/h, porém existem trechos onde a velocidade máxima passa para 80 Km/h e, em alguns destes, também existem controladores de velocidade. Andamos por cerca de mais 37 Km e paramos para o último cafezinho com os amigos, em torno das 17 horas, desta vez no paradouro Maquiné, às margens da rodovia. Local muito bom, porém com atendimento um tanto atrapalhado.
Continuamos a viagem de regresso pela BR 101 até chegarmos na BR 290 (Free Way), no município de Osório, seguindo em direção sul até Porto Alegre. A BR 290 também é uma excelente estrada duplicada, com pedágio para motos (R$ 2,75). Neste ponto da viagem estávamos em apenas em quatro motos.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 19:30 horas, tendo percorrido uma distância de cerca de 476 Km desde a nossa partida na manhã de sábado. Um final de semana perfeito, entre amigos em meio à natureza do Rio Grande do Sul.


Rota

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