domingo, 28 de setembro de 2014

Serra de Santa Catarina


Sábado, dia 20 de Setembro de 2014.
O ponto de encontro foi, como sempre fizemos, o posto de gasolina da rua Edu Chaves. Saímos de Porto Alegre às 9:45 h, em  duas  motos com garupas, em direção à cidade de Caxias do Sul, onde encontramos mais amigos do grupo NA ESTRADA 100, com o objetivo de chegarmos à Serra Catarinense. Eu e Renata, na Honda NC 700 X e o Gaston e a Adriana na Honda CBR 600. Fomos pela BR 116 até a RS 240 por, aproximadamente, 31 Km. Seguimos pelas RS 240 e RS 122 até Caxias do Sul.
Chegando em Caxias do Sul encontramos os amigos Magno e Lia, da cidade de Osório, em uma BMW 1100 Touring, o Cavion e a Janice, em uma BMW 1200 GS e o D’Ávila, também em uma BMW 1200 GS. Seguimos até a BR 116. Até aqui foram 133 Km. Passamos pelo município de São Marcos onde paramos no paradouro Sinuelo (fica à nossa direita, na estrada) para um café, já com 166 Km rodados. Aproveitamos para abastecermos as motos,  em posto de combustíveis imediatamente à frente, a nossa esquerda da estrada. Seguimos viagem, pela  BR 116, passando pelo município de Vacaria, até chegarmos à BR 282, já em Santa Catarina. A BR 116 até aqui é boa, de duas vias e pista simples, com muitas curvas e um visual surpreendente da região chamada de Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul.
Continuamos pela BR 116 até o Km 275 onde, após 318 Km rodados desde Porto Alegre, paramos para almoçar no restaurante Queijo e Cia, à nossa direita na estrada, no município de Capão Alto, próximo à Lages, já em Santa Catarina. O local é simples mas bem interessante. Pode-se optar por almoço ou um buffet de café (que foi nossa opção), bastante farto e por apenas R$ 10,00 por pessoa.
Saímos do restaurante e seguimos até Lages, onde reabastecemos as motos. De Lages, seguimos, pela BR 282 até a SC 110, à direita,  até o município de Urubici, por onde passamos direto e entramos na SC 370 para conhecermos a PEDRA FURADA.
A Pedra Furada é uma formação rochosa com uma abertura central de  cerca de 30 metros de circunferência, visível do alto do Morro da Igreja, o qual está dentro de uma área militar da Aeronáutica e é considerado o ponto habitado mais alto do Sul do Brasil, com 1822 m. Fica cerca de 29 Km do centro da cidade. Os últimos 13 Km do percurso são de estrada de chão. Existe uma lenda que diz que os jesuítas enterraram, sob a Pedra Furada, um tesouro imenso de ouro e prata, antes de serem expulsos pelos índios.
Chegamos lá em torno das 15:30 horas. É necessário permissão para a entrada, que é retirada no centro da cidade, porém esta informação não está muito clara aos turistas. Foi o que ocorreu conosco que apenas tomamos conhecimento desta exigência ao chegarmos no local de acesso ao Morro da Igreja. A solução foi um de nós retornar ao centro de Urubici para buscar as autorizações. Sobrou para o Cavion. Após o tempo de espera, subimos o Morro da Igreja. Valeu cada minuto de espera e cada pedra da estrada de chão. O visual lá em cima é fantástico, com a Pedra Furada fazendo parte de uma paisagem belíssima. Após algum tempo contemplando e fotografando a paisagem, fomos surpreendidos com uma chuva forte. Colocamos as roupas de chuva e começamos a descida, sob muita água, para retornarmos a Urubici, onde chegamos em torno das 17 horas.

Pedra Furada 
As estradas percorridas na serra catarinense são muito boas, com várias curvas, muitas bastante fechadas, requerendo bastante atenção e muita adrenalina. São estradas típicas das regiões de serra, onde se faz necessário que sejam construídas de forma muito sinuosas.
Tínhamos planos de descer a Serra do Rio do Rastro ainda no sábado para dormirmos em Criciúma porém, devido à chuva e à hora já um pouco avançada, optamos por pernoitarmos em Urubici. Não foi nada difícil conseguir lugar para ficarmos.
Após avaliarmos três opções, resolvemos ficar na pousada Café no Bule. O lugar é bastante simples e bem limpo, com um bom café da manhã, dentro dos padrões da casa. O atendimento é feito pelos donos do local, um casal extremamente simpático e muito solícitos. Já de saída passaram um café quente para nos aquecermos um pouco. A diária para casal sai por R$ 120,00.
À noite, deixamos as motos no hotel e fomos a um restaurante chamado Zeca’s, indicado pelo proprietário da pousada que, por R$ 10,00 nos levou e nos buscou com seu carro. A comida do local é boa, com opção de rodízio de pizza (R$ 20,00 por pessoa) ou pratos a la carte, ambas acompanhadas por um buffet de saladas e alguns pratos quentes. Detalhe: Cerveja bem gelada e atendimento muito simpático.
Urubici é uma cidade da serra catarinense, com uma população de 10.700 habitantes em um bioma de mata atlântica. O local inicialmente era habitado por índios tupis guaranis que teriam sido catequisados pelos jesuítas. Em 1835 já havia civilização no local e, em 1915, foi instalada a primeira vila de Urubici, pertencente ao município de São Joaquim. Em 1957 a cidade foi emancipada de São Joaquim. O nome tem origem indígena onde URU significa pássaro e BICI significa liso ou lustroso. A economia do município se baseia em agricultura, principalmente hortaliças, e pecuária. A temperatura média anual é de 16° C, com geada e neve no inverno.
Neste primeiro dia rodamos exatos 524,7 Km desde a saída de Porto Alegre até pararmos na pousada. Ainda não tinha subido esta distância em uma serra com a NC. A moto se comportou muito bem, apesar de ter pouco mais de 7000 Km rodados, acompanhando tranquilamente as BMW 1200 e 1100 e a esportiva CBR 600, em muitos trechos com velocidade mais elevada.
No dia seguinte, domingo, saímos de Urubici em torno das 9 horas da manhã.  Retornamos à SC 370, agora em direção à Serra do Corvo Branco, também um local turístico bastante conhecido na região. Após poucos quilômetros de excelente asfalto, chegamos a uma estrada de terra onde, após a intensa chuva do dia anterior, estava em um estado muito ruim, com muito barro e escorregadia. Encontramos outros dois motociclistas que retornavam após tentativa frustrada de passar, os quais nos informaram que seria impossível a CBR passar. Optamos, então, por desistirmos todos.
Saímos dali e retornamos ao centro de Urubici, de onde entramos na SC 430 (SC 110), subindo a serra. A 6 Km da cidade paramos em um mirante, de onde se pode contemplar a cidade de Urubici e os campos ao seu redor. Uma vista também muito bonita. Continuamos pela SC 430 (SC 110), até chegarmos à SC 438 (SC 390), onde entramos à direita em direção a Bom Jardim da Serra. Este entroncamento fica cerca de 50 Km do centro de Urubici. Após mais 40 Km pela SC 438 (SC 390), chegamos ao mirante da Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller.

Urubici vista do mirante da SC 430 (SC 110)
A Serra do Rio do Rastro é uma das serras catarinenses, cortada pela SC 438 (SC 390). No ponto mais alto, a 1421 m de altitude, existe um mirante com restaurante, loja de souvenirs e sanitários. Tem uma boa infraestrutura. O percursso da Serra do Rio do Rastro, até a sede do município de Lauro Müller é feito por uma estrada bastante sinuosa, com descidas íngremes e curvas bastante fechadas, algumas com angulação de 180°.  Os 7 Km  da descida são de estrada de concreto. A serra é coberta por mata atlântica e com uma fauna muito variada.  A emoção de descer de moto é algo indescritível. Apenas estando lá é que se pode ter a real dimensão desta maravilha da natureza e de poder estar integrado neste cenário, sobre as duas rodas.
Após descermos a Serra do Rio do Rastro, passamos pelos municípios de Lauro Müller e Orleans, duas pequenas cidades no pé da serra, e rumamos para a cidade de Urussanga, onde já nos esparavam para o almoço meu tio Itamar e minha tia Cândida, que moram ali há 41 anos.

Vista da Serra do Rio do Rastro a partir do mirante

Descida da Serra do Rio do Rastro

Almoçamos no restaurante Piatto D’Oro, na SC 108 (antes SC 446). Comida caseira excelente, com um preço honesto (buffet livre a R$ 25,00 por pessoa). Também chegaram para nos encontrar os primos Rodrigo e a filha Lia e  Fabrício, com a esposa Lívia e a filha Mila, uma “gatinha” de 6 meses de idade. Após algum tempo matando a saudade dos meus familiares e botando a conversa em dia, reabastecemos as motos e seguimos viagem. O pessoal de Caxias do Sul se despede de nós neste momento e seguem direto para sua cidade, pela Rota do Sol. Em seguida saímos de Urussanga com destino a Osório, já no Rio Grande do Sul, juntamente com o Magno e a Lia, onde residem. Seguimos pela SC 444 até a BR 101, por cerca de 25 Km. A partir daí seguimos em direção ao sul.
Chama a atenção no estado de Santa Catarina, que as estradas estaduais não apresentam a mesma denominação no Google Maps. Parece que houve uma modificação destas designações recentemente.
Após 98 Km de Urussanga paramos na localidade de Sombrio, ainda em Santa Catarina, para um cafezinho. Ali tem uma gruta, muito interessante e com um apelo religioso bastante intenso. A BR 101 é uma rodovia duplicada, com velocidade maxima de 110 Km/hora, porém com inúmeros radares, sendo a maioria não sinalizados. Por ser uma estrada em excelentes condições, é muito fácil excedermos a velocidade máxima e, consequentemente, sermos surpreendidos por uma multa por excesso de velocidade. Toda atenção é pouca neste trecho. Ainda existem trechos onde a velocidade maxima permitida cai para 80 Km/h.
De Sombrio fomos direto até Osório, distante cerca de 210 Km de Urussanga e 112 Km de Sombrio. No caminho mais uma chuva forte, nos obrigando a pararmos no acostamento e colocar as roupas de chuva. Chegamos em Osório em torno das 19 horas. Nos despedimos do Magno e da Lia e fomos tomar um outro café. Ali tem uma pastelaria muito boa, localizada ao lado do Paradouro Maquiné (local muito bom, também), chamada Pastelaria Litoral, na RS 030. Até aqui foram 945 Km rodados.
Saímos de Osório em torno das 20 horas, após termos reabastecido novamente as motos. Retornamos para Porto Alegre pela BR 290 (Free Way), estrada duplicada e bem pavimentada, com apenas um pedágio no sentido Osório-Porto Alegre,  altura do município de Gravataí (R$ 2,40, para motos).
No caminho, o Ricardo e a Adriana encontraram um casal que seguia de moto em nossa mesma direção sendo, então, confundidos com amigos. Passamos a acompanhá-los até que, chegando no pedágio, foi percebido o equívoco. Para piorar a situação, a jovem que estava na garupa desta moto estava em pânico, pois pensava que fôssemos assaltantes a seguí-los.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 21:15 horas, com total de 1053,7 Km rodados nestes dois dias. Mais uma viagem onde aprendemos um pouco mais sobre motociclismo, estreitamos ainda mais os laços de amizade com os amigos do Na Estrada 100, visitamos novos lugares, conhecemos novas pessoas e enriquecemos nossa cultura. 
Rota

Na Estrada 100



terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tapes e Sentinela do Sul



Saída de Porto Alegre no domingo, dia 14 de setembro de 2014, em torno das 9:30 horas da manhã. O ponto de encontro, sempre o mesmo, é no posto Shell da Rua Edu Chaves. Saímos em duas motos sendo eu na minha NC 700 X e o Gaston e a Adriana na CBR 600, em direção ao município de Tapes, ao sul de Porto Alegre.
A BR 116 passa por dentro de Porto Alegre, em um trecho das Avenidas Farrapos e Sertório.
Optamos por seguir ao norte pela BR 116, por cerca de 4,3 Km até a BR 290 pois, embora a volta seja maior, não passamos por dentro da cidade, evitando semáforos e trânsito. Após passarmos a ponte do Lago Guaíba em direção sul, a BR 290 é ladeada pela BR 116 até o município de Eldorado do Sul, sendo de mão única no sentido sul, assim como a BR 116 também fica de mão única, porém no sentido norte, dando a falsa impressão de uma estrada duplicada. São 20,6 Km ao sul pela BR 290 por até retomarmos a BR 116, no município de Eldorado do Sul, em direção ao sul do estado do Rio Grande do Sul. Em Eldorado do Sul existe uma praça de pedágio com um custo de R$ 4,65 para motocicletas.
Andamos cerca de 74 Km desde nossa saída, até chegarmos no paradouro Casa das Cucas, no Km 337 da BR 116, onde paramos para um cafezinho. O local é referência para uma parada aos viajantes que trafegam por ali. Um restaurante e lanchonete com diversas opções. Ao lado tem um posto de combustíveis. Dali seguimos para a cidade de Tapes por aproximadamente 22,5 Km até a RS 717, onde acessamos à esquerda por mais 14 Km até chegarmos em Tapes. A BR 290 e a BR 116 apresentam boas condições de pavimentação. Já a RS 717 é muito ruim, com vários buracos, tornando a estrada mais perigosa e exigindo maior atenção.
Tapes é um pequeno município às margens da Lagoa dos Patos, com uma população de cerca de 17.000 habitantes. Tem uma beleza natural magnífica, proporcionada pela Lagoa dos Patos, com praias bastante arborizadas, porém sem uma infra-estrutura adequada ao turismo. Não encontramos nenhum local que se possa dizer bem planejado e agradável ao turismo. A região foi  inicialmente habitada por índios tupi-guaranis, com posterior colonização açoriana e mesclando culturas indígena, açoriana e negra.  A economia local é a agropecuária.
Almoçamos em um restaurante à beira da lagoa chamado Bambu. O local muito simples e com uma comida não é o que se possa dizer como algo muito saboroso. Apenas um alimento sem maiores atrativos de sabor. O atendimento também deixa muito a desejar. O restaurante tem um grande potencial desde que haja uma drástica mudança no atendimento e na gastronomia. Infelizmente, no momento, não é um local que eu recomendaria.
Após almoçarmos demos uma volta pela cidade e, sem encontrarmos maiores atrativos, seguimos rumo à cidade de Sentinela do Sul, retornando pela RS 717, cruzando a BR 116 e seguindo pela RS 715 (também bastante ruim) por mais 6 Km.
Sentinela do Sul é um pequeno município, emancipado de Camaquã em 1992 (antes chamado de Vila Vasconcelos), com uma população de um pouco mais que 5.000 habitantes. A economia se baseia na agricultura, principalmente no cultivo de arroz. Localizada em uma parte alta, com uma vista muito bonita no alto da cidade. Ali visitamos o amigo e colega Jorge Crespo, médico da cidade.
Saímos de Sentinela do Sul e retornamos para Porto Alegre, com mais uma parada no Restaurante das Cucas para outro cafezinho.
Foi um passeio de cerca de 245 Km, bastante tranquilo. Fica a impressão que Tapes tem um grande potencial turístico a ser explorado, porém ainda está muito aquém do que se possa dizer uma cidade com esta referência.

Tapes

Tapes

Lagoa dos Patos - Tapes

Roteiro

Serra Gaúcha - Ivoti e Presidente Lucena



Sábado, 13 de setembro de 2014. Ponto de encontro no posto Shell da rua Edu Chaves.
Saída de Porto Alegre pela manhã, pela BR 116, em direção à cidade de Ivoti, na serra gaúcha. Fomos, inicialmente em duas motos: Eu, com minha NC 700 X e os amigos Gaston e Adriana com a CBR 600. No município de São Leopoldo encontramos o Mauro (Suzuki V Strom 650 DL). Foram 44 Km pela BR 116 até o trevo de acesso à cidade. A rodovia é duplicada até a o município de Novo Hamburgo, cerca de 36 Km de nosso ponto de partida. A partir daí, a estrada passa a ser de duas vias com pista simples e com boa pavimentação.
Ao entrar na cidade de Ivoti seguimos pela avenida Bom Jardim por cerca de 2,5 Km onde entramos à direita na Av. Castro Alves seguindo em direção ao município de Presidente Lucena através da Avenida Presidente Lucena, por cerca de 12 Km. A estrada serrana tem curvas bastante interessantes e uma paisagem típica da região.
A cidade de Ivoti, chamada Cidade das Flores, com uma população de pouco mais de 20 mil habitantes, é uma mescla de colonização alemã e japonesa. Faz parte da Rota Romântica, que se trata de um roteiro que contempla 14 municípios a partir do Vale dos Sinos até a serra gaúcha, com uma paisagem serrana e um clima mais ameno. Tem uma altitude de 127 m.  No município fica o maior núcleo de casas enxaimel do país (casas comuns na Alemanha, construídas com caibros de madeira encaixados entre si, em sentido vertical, horizontal e inclinados, com pedras ou tijolos ocupando os espaços) e a maior colônia japonesa do Rio Grande do Sul.
Presidente Lucena é uma pequena cidade, também de colonização germânica, ao lado de Ivoti, cuja economia se baseia na agricultura, pecuária e indústrias de pequeno porte. A população é um pouco mais de 2500 habitantes.
Em Presidente Lucena almoçamos no restaurante Dheinhaus, local de comida típica alemã, de excelente qualidade e farta, além de uma boa variedade de sobremesas, com preço bastante acessível. Localizado em uma construção enxaimel, na principal avenida da cidade (Av. Presidente Lucena, 4077), o lugar é muito agradável, com estacionamento nos fundos, sob sombras de árvores em um local que parece o quintal de uma casa da zona rural, onde paramos por bons minutos para aquela conversa amiga após o almoço.
Saímos de Presidente Lucena e retornamos à Ivoti, onde visitamos a destilaria de cachaça Weber Haus. A cachaça começou a ser produzida pela família de colonos alemães para consumo próprio, em 1848. Após 100 anos, em 1948, se iniciou a produção para ser comercializada. A cachaçaria cresceu ao ponto de hoje ser a cachaça mais premiada do Brasil. Nos foi apresentado toda a destilaria através de visita guiada, onde se pode observar as diversas fases da produção, além de uma excelente aula sobre a bebida.
Após a visita à cachaçaria, seguimos em direção à Cascata São Miguel, uma queda d’água de 50 metros, localizada no município de Dois Irmãos, divisa com Ivoti. Para se chegar lá é necessário passar por uma estrada de terra de cerca de 3700 m que, para a minha NC e para a V Strom do Mauro não foi problema. Já a CBR do Gaston necessitou de um pouco mais de cuidado, porém também passou bem pelo trajeto. Neste local foi construída a primeira usina hidroelétrica do estado, em 1912. O local, em meio à natureza, é muito bonito e sem infra-estrutura, exceto por um pequeno bar que estava fechado.
O caminho que leva tanto à cachaçaria Weber Haus como à Cascata São Miguel passa sobre a Ponte do Imperador (ponte construída na metade do século XIX sobre o Arroio Feitosa, para escoamento da produção, cujo nome foi dado em homenagem a D. Pedro II por ter enviado os recursos a sua construção) e pelo núcleo de casas enxaimel da Feitoria Nova onde, após retornarmos da cascata, paramos para um café na Casa Amarela (prédio em estilo eclético, construído em 1927, patrimônio da cultura e da história de Ivoti, restaurado e entregue à população em 2008). Esta região, no município de Ivoti, é conhecida como Buraco do Diabo, “Teufelsloch” em alemão. Assim chamado devido aos primeiros alemães se assustarem com a fauna local, desconhecida a eles, achando que o tamanduá seria o diabo.
Retornamos à Porto Alegre pela BR 116 e BR 448 (Rodovia do Parque). Um passeio curto de aproximadamente 150 Km, porém muito agradável.

Restaurante Dheinhaus - Presidente Lucena

Cachaçaria Weber Haus - Ivoti

Cascata São Miguel 

Núcleo enxaimel da Feitoria Nova - Buraco do Diabo.
Roteiro

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Vale do Taquari – Anta Gorda e Ilópolis




Sábado, dia 30 de Agosto de 2014.
Saímos de Porto Alegre em torno das 9:45 horas da manhã pela BR 116 em direção novamente ao Vale do Taquari. Desta vez nosso destino são as cidades de Anta Gorda e Ilópolis. O grupo inicial estava composto pelos amigos Adão (Triumph Tiger 800), Gaston e Adriana (Honda CBR 600) e eu (Honda NC 700 X). Pela BR 116 fomos até a BR 386 (cerca de 13 Km). Uma breve parada em um posto de gasolina para encontrarmos os amigos Felipe (Harley Davidson Road King)  e Mauro (Suzuki DL 650 V Strom). Seguimos pela BR 386 até a RS 130, a 115 Km de nossa partida (Km 244 da BR 386). A BR 386 é quase toda duplicada neste trajeto porém, além de mal sinalizada (principalmente à noite), existem diversos pontos sem canteiro central dividindo as duas pistas. Após o município de Tabaí, a estrada melhora bastante. Ao acessarmos a RS 130 andamos por cerca de 9 Km, onde paramos em posto de gasolina para um café. Ali tem, alem de um café muito bem passado, um pastel excelente.
Mais 22 Km na RS 130 e RS 129, entramos na RS 332. Nesta via andamos mais 28 Km até a RS 334. Uma estrada de boa pavimentação, também com pista simples e duas vias, assim como a RS 130 e 129, porém bem mais estreita e com diversas curvas, subidas e descidas. Passamos pelo município de Dr. Ricardo e, logo adiante, acessamos a RS 334, em direção ao município de Anta Gorda.
Chegamos em Anta Gorda em torno de 12:10 h. Paramos para abastecermos as motos e almoçarmos, em um restaurante junto a um posto de gasolina logo na entrada da cidade.  Um local simples porém com boa comida, além de bastante farta e com preço barato, cerca de R$ 32,00 por pessoa.
Anta Gorda é uma cidade do Vale do Alto Taquari, com uma população aproximada de 6.000 habitantes. O nome se origina no início do século XX, quando havia ali uma grande quantidade de animais selvagens, dentre eles as antas. Certa vez uma anta muito gorda foi abatida na região, sendo este fato, na época, referenciado para designar o local. Daí vem o nome “Anta Gorda”.  O município pertencia a Encantado tendo se emancipado em 1963. A agricultura responde por mais de 90% da economia local.
Na região de Anta Gorda e Ilópolis existem diversos moinhos que datam do início do século XX, contruídos de madeira, produto da colonização italiana. Hoje fazem parte de um roteiro turístico da região, o Caminho dos Moinhos. Aos poucos estão sendo restaurados.
Após nosso almoço, fomos conhecer um dos moinhos da região, ainda em Anta Gorda. O moinho chamado Dallé fica muito próximo à cidade. Lá fomos recebidos pelo Sr. Bruno que nos relatou a história do moinho e da região. Trata-se de uma construção antiga, em madeira, às margens de um arroio e ainda em funcionamento. Ali permanecemos algum tempo aprendendo sobre a história e cultura local. Após sairmos do moinho, o Sr. Bruno nos levou até o centro da cidade onde, na praça central, existe uma estátua de uma anta, em alusão ao nome do município. A cidade é bastante limpa e muito agradável. Um local que traz muita tranqüilidade.
Saímos de Anta Gorda em pela RS 432, passando depois pela RS 332, em direção à Ilópolis. São aproximadamente 16 Km entre as duas cidades.
Ilópolis é uma cidade pequena do Alto do Vale do Taquari, com uma população de pouco mais de 4.000 habitantes. O nome se refere a união das palavras ILO (do grego, que significa Erva Mate) e POLIS (do latim, que significa cidade), significando Cidade da Erva Mate.  Inicialmente pertencente ao município de Encantado, foi emancipada em 1963.  A economia do município se baseia no cultivo, extração e industrialização da erva mate.
Em Ilópolis visitamos o Museu do Pão. Trata-se de um conjunto arquitetônico constituído do Museu do Pão, que conta a história de 14.000 anos do pão nas diversas civilizações, além de expor objetos antigos utilizados pelos colonos italianos da região. Junto ao museu, há a Oficina de Panificação, destinada a ministrar cursos na área de panificação e o Moinho Colgnese, um moinho já restaurando e em funcionamento, onde se pode ver o processo de transformação do grão em farinha. Este moinho é o ponto de partida para o Caminho dos Moinhos. A visita foi guiada por uma jovem de nome Luana, muito atenciosa e simpática, discorrendo com muita propriedade a cerca do complexo e da história e cultura local.
Seguindo pela RS 332 por mais 12 Km, chegando ao município de Arvorezinha, onde fizemos uma breve passada, sem visitarmos algum local específico.  É outra pequena cidade com pouco mais de 10.000 habitantes e bastante agradável.
Saímos de Arvorezinha e começamos nosso retorno à Porto Alegre pela RS 332 até chegarmos à BR 386, no Km 250. A distância desde Arvorezinha até este ponto é de 35 Km, no município de Soledade. Continuamos pela BR 386, passando novamente por Lajeado, onde fizemos uma breve parada para um café.
Prosseguimos pela BR 386 até a BR 448 (Rodovia do Parque), por uma distância de 189 Km, já tendo anoitecido. Infelizmente passamos por um acidente bastante grave, no município de Triunfo.
Pela BR 448 fomos até a BR 290 (13 Km) e, de lá entramos em Porto Alegre (6 Km) pela Av. Castelo Branco.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 20 horas.

Moinho Dallé - Anta Gorda - RS
Moinho Colognese - Ilópoils - RS


Museu do Pão - Ilópolis - RS
Roteiro



Vale do Taquari – Lagoa da Harmonia e Lajeado



Sábado, dia 23 de Agosto de 2014.
Saímos de Porto Alegre pela BR 116 às 8:55 horas, em direção norte. Fomos em três motos, sendo uma Triumph Tiger 800 (Adão e Maria), Yamaha Super Teneré (Kuze e Dagui) e minha Honda NC 7000 X (eu e meu filho Fabrício).
Rumamos por 13 Km até a BR 386 por onde seguimos por mais 80 Km, onde acessamos a RS 128, uma rodovia estadual de pista simples de duas vias com boa pavimentação. Seguimos por mais cerca de 17 Km até o entroncamento com a RS 453. Neste ponto acessamos a estrada à nossa direita onde andamos por cerca de 1 Km onde, à esquerda, se encontra uma estrada secundária que leva à Lagoa da Harmonia. Neste momento encontramos os amigos da cidade de Caxias do Sul que ali nos aguardavam para seguirmos viagem. Foram mais quatro motos, sendo três BMW 1200 GS e uma Trimph Tiger 800. É uma estrada muito simples, asfaltada, com curvas, subidas e descidas muito legais e de paisagem espetacular. Por aí seguimos por mais 9 Km até chegarmos à Lagoa da Harmonia, em torno das 10 horas da manhã.
A Lagoa da Harmonia é um local turístico localizado no interior do município de Teutônia, no Vale do Taquari, composto por um hotel com chalés e apartamentos, trilhas ecológicas, passeio de pedalinho, cavalgadas, rampa para saltos de paraglider e asa delta e um visual incrível. O ingresso custa R$ 5,00 por pessoa, com direito a desconto no almoço no restaurante local. A lagoa foi criada antes dos anos 50 com a finalidade de represar água para a construção de uma usina hidroelétrica para suprir a energia da cidade de Teutônia. Foi escavada, literalmente, à mão pelos agricultores locais. Com o passar do tempo, crescendo a necessidade de maior produção de energia eleétrica, a usina ficou obsoleta, cessando suas atividades em 1972. Ali ficamos por cerca de uma hora, conversando e contemplando o local.
Saímos da Lagoa da Harmonia e rumamos para a cidade de Lajeado, também no Vale do Taquari, para almoçarmos. Retornamos para a RS 453 a oeste. Seguimos por mais cerca de 118 Km, até reencontrarmos a BR 386, já no município de Lajeado, onde acessamos à direita por mais 1 Km até a entrada da cidade.
Lajeado é uma cidade à beira do rio Taquari criada no século XIX, como pertencente ao município de Estrela e emancipada no início do século XX. A população é de cerca de 71.400 pessoas. A principal atividade econômica é a indústria alimentícia.
Ali almoçamos em um restaurante às margens do rio Taquari. Um local muito agradável porém a comida não se pode dizer que é algo inesquecível. Diria razoável. Também presentes outro grupo de motociclistas e duas senhoras em seu velho Toyta Corolla estacionado à frente das motos deste grupo. Presenciamos uma cena triste, quando a “vovó” que dirgia o Corolla engatou a marcha à ré, por engano, e acabou por derrubar três motos (a primeira foi uma NC 700 X idêntica a minha).
Após o almoço e algum tempo de conversa, os amigos de Caxias do Sul retornaram para sua cidade e nós seguimos viagem. Saímos de Lajeado em torno das 2 horas da tarde entrando na RS 130 até o município de Roca Sales, continuando pela RS 129, passando pelos municípios de Arroio do Meio e Encantado. Após 66 Km nestas vias, entramos na RS 431, em direção ao município de São Valentin do Sul. Foram mais 11 Km até a entrada de São Valentin do Sul, onde paramos à beira da estrada em um restaurante e lancheria. Vale à pena os biscoitos de amendoim que vendem ali.
Continuamos pela RS 431. A estrada é estreita, com duas vias e pista simples. A paisagem rural é muito característica.  Para se ter uma idéia do que é este trecho, passamos por um local onde estavam assando um churrasco à beira da estrada, em fogo no chão. Chamava ainda mais à atenção uma costela de gado inteira sendo assada em espetos cravados na terra.  Esta estrada apresenta alguns trechos sem asfalto, o que se deve ter um maior cuidado, pois o asfalto termina abruptamente nestes locais. São cerca de 45 Km pela RS 431. Após seguimos pela BR 470, passando pelos municípios de Bento Gonçalves e Carlos Barbosa até a RS 446 (20 Km), onde seguimos por mais 20 Km em direção ao município de São Vendelino, onde inicia a RS 122. As estradas BR 470 e RS 446 são estradas de duas vias e pista simples, bem pavimentadas e bem sinalizadas. A RS 122 é uma estrada duplicada, em excelentes condições porém com diversos radares fixos, a maioria sem aviso prévio.
Paramos para abastecermos as motos na estrada, no município de São Vendelino. Seguimos em direção a Porto Alegre pela RS 122 por mais 52 Km até a BR 116 (sendo os últimos 13 Km percorridos pela RS 240), entre os municípios de Novo Hamburgo e São Leoplodo. A partir da entrada na BR 116 rodamos 27 Km até a BR 290 (Free Way) e mais 19 Km até a entrada de Porto Alegre.
Foram cerca de 400 Km de estrada estreitando laços que nos unem como verdadeiros irmãos, preenchendo nossa mente com imagens e sensações que só sobre duas rodas se consegue.
Lagoa da Harmonia - Teutônia - RS

Almoço em Lajeado - RS

RS 431


Rota
São Valentin do Sul - RS