sábado, 11 de maio de 2019

Antônio Prado


Marcos: Triumph Tiger Explorer 1200 XCX
Humberto: Triumph Tiger Explorer 1200 XCA

Saída de Porto Alegre no dia 16 de novembro de 2018, em torno das 13h15min, pela BR 116 rodando cerca de 31 Km até a localidade de Scharlau, no município de São Leopoldo, onde acessamos a RS 240. Paramos para almoçar em um restaurante chamado Feijoada Grill, no Km 11 desta rodovia já no município de Portão. Após mais cerca de 2 Km entramos na RS 122. Continuamos por essa rodovia até o Km 69, onde a se faz uma conversão à esquerda, entrando na BR 453 já no município de Caxias do Sul, desviando do centro da cidade. Caso se opte por seguir a RS 122, esta passará por dentro da cidade de Caxias do Sul, o que fará com que o tempo de deslocamento seja maior.
Seguimos pela BR 453 por mais cerca de 12 Km, onde se entra à direita da via acessando novamente a RS 122, circundando uma rotatória e passando sob a BR 453 seguindo em direção norte. Continuando por mais cerca de 11 Km, no Km 93 da rodovia se entra à esquerda em  uma rotatória, seguindo por mais aproximadamente 38 Km até o final da RS 122 quando se entra em outra rotatória à esquerda seguindo pela RS 437 até a cidade de Antônio Prado, passando pelo pórtico da cidade cerca de 300 metros à frente. Todo o trajeto é feito por rodovias asfaltadas, em boas condições e com alguns trechos com curvas sensacionais. A dificuldade maior, em se tratando de uma rodovia serrana é que, em determinados locais, as ultrapassagens se tornam difíceis principalmente quando temos veículos pesados à frente, em baixa velocidade. Nesses casos é ter paciência e esperar o momento da ultrapassagem em local permitido e seguro. Também existem trechos com fiscalização eletrônica de velocidade.
Já no caminho, cerca de 21 Km antes de chegarmos em Antônio Prado, se passa sobre a Ponte Waldomiro Bocchese ou Ponte do Suspiro, sobre o Rio das Antas. Uma construção com 55 metros de altura e 300 metros de extensão, unindo os municípios de Flores da Cunha e Antônio Prado e com um visual fantástico do Vale do Rio das Antas.
Chegamos em Antônio Prado em torno das 16h35min, com 175 Km rodados. Após um breve passeio pela pequena cidade, paramos junto à praça central para as fotografias. Em frente à praça, na rua Laurindo Zanotto 158, em uma construção centenária, está o Centro Cultural Padre Schio ou Museu Municipal, conhecido como Casa da Neni. O lugar conta muito da história do município, com um acervo bastante diversificado. A casa de madeira, construída em 1910, era residência da família de Antôni Bocchese e, no andar inferior, abrigava uma ourivesaria. Após a morte de Antônio Bocchese, sua filha conhecida como Neni, passou a utilizar o local como uma loja que vendia artigos variados. A entrada é franca e vale muito à pena conhecê-lo.
Antônio Prado é conhecida como a cidade mais italiana do Brasil. Sua fundação data do ano de 1886, sendo a última das seis chamadas antigas colônias de imigração italiana. Seu nome é uma homenagem ao ministro da agricultura da época, Antônio da Silva Prado, responsável pela vinda dos imigrantes italianos para o Brasil e instalação das colônias no Estado do Rio Grande do Sul. Antônio Prado tem como irmãs as cidades de Rotzo, na Província di Vicenza, e Cavaion Veronese, na Província di Verona, ambas na Itália. O tratado de irmandade foi assinado no ano de 2013, mesma época em que ocorreu a inauguração do monumento Leão de São Marcos – Projeto Leone Nelle Piazze (Leões Nas Praças), projeto esse que estabelece relações de intercâmbio entre o Rio Grande do Sul e o Vêneto. Além de Antônio Prado, as cidades de Ilópolis, Sobradinho, Flores da Cunha e Santa Tereza também receberam a escultura do Leão de São Marcos. Este simboliza mais de cem anos de história das cidades brasileiras de colonização italiana que tem cidades irmãs naquele país. Os cinco leões foram esculpidos em pedra de Vicenza pelo escultor Enrico Pasquale e tem as dimensões muito semelhantes ao que está na Praça São Marcos, em Veneza. A populacão do município gira em torno de 12.800 habitantes, com a cultura italiana bastante acentuada.
A cidade possui o maior acervo arquitetônico da imigração italiana no Brasil, com 48 construções tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. É uma volta no tempo, passeando pela história de Antônio Prado.
A igreja matriz, com sua construção iniciada em 1891, tem em seu teto pinturas do Italiano Emílio Benvenutto Zanon, datadas da década de 50 do século XX.
Após visitarmos o Museu Municipal entramos em uma lanchonete quase ao lado onde fomos atendidos somente após o proprietário terminar a conversa que estava em curso com alguns outros clientes habituais do local. Para nós, em um primeiro momento, pareceu um tanto estranho e antipático. Porém, ao nos atender, o comerciante passou a conversar conosco com uma simpatia e simplicidade bastante naturais, atitude pecuiliar de quem vive em um local tranquilo, longe da vida agitada das grandes cidades.
Saímos dali em direção ao distrito de Linha 21 de Abril para conhecer o Moinho Francescatto. São cerca de quatro quilômetros em uma estrada sem pavimentação, porém bastante boa. Lá fomos recebidos pela Senhora Catarina, que é a atual proprietária. O moinho foi construído todo em madeira, na década de 30 do século XX, às margens do Arroio Colombo. Seu funcionamento se dá através de uma roda d’água que movimenta um conjunto de engrenagens, fazendo a moagem do milho e transformando-o em farinha. Durante a visita a Senhora Catarina, com extrema simpatia e simplicidade,  nos conta a história do moinho que era de propriedade de seu sogro e herdado por seu esposo, já falecido, agora estando aos cuidados dela. Lá é possível comprarmos a farinha produzida no local, além de geléia de figo produzida pela Senhora Catarina. A visita ao moinho custa R$ 5,00 por pessoa.
Saindo do Moinho Francescatto, andamos mais cerca de 2 Km pela mesma estrada chegado ao centro da Comunidade Linha 21 de Abril, onde fomos visitar a antiga Ferraria Marsílio. Lá fomos recebidos também com extrema simpatia pelo Senhor Luiz Marcílio, proprietário do lugar. A ferraria, hoje desativada, está nos fundos da casa do Senhor Luiz. Foi fundada em torno de 1900 pelo italiano Ângelo Marcílio e se manteve em atividade até o ano de 1989, através de seus filhos e netos. Em seu interior se pode observar o que restou de uma época em que sua atividade era intensa, ainda com a presença de carroças e outros tantos objetos que ali eram confeccionados, além dos materiais necessários ao trabalho da ferraria. A conversa com o Senhor Luiz Marcílio chega a ser emocionante quando dos relatos da história da ferraria e de sua própria história. O custo da visitação é de R$ 5,00 por pessoa.
A Linha 21 de Abril foi, até a década de 80, considerada como extensão do centro de Antônio Prado. A principal estrada que unia o município às cidades de Flores da Cunha e Caxias do Sul passava por ali, fazendo da Linha 21 de Abril um lugar importante na economia local. Hoje a localidade de Linha 21 de Abril está isolada e um passeio por lá nos faz voltar ao passado, com suas construções antigas e conservadas. Além das antigas construções italianas e da Ferraria Marcílio, o centro da Linha 21 de Abril conta com a vinícola Cave do Imperador e a Igreja Santuário de Madona de Monte Bérico, essa inaugurada em 1896.
Também se pode observar o Vale do Rio das Antas, uma paisagem de extrema beleza onde o rio foi a grande barreira a ser vencida pelos primeiros desbravadores e imigrantes que ali chegaram.
Iniciamos nosso retorno para Porto Alegre em torno das 19h15min, pelo mesmo caminho que utilizamos para irmos a Antônio Prado. Chegamos em Porto Alegre às 21h30min, com 371,6 Km rodados. Conhecer Antônio Prado, assim como as pessoas que lá encontramos, nos faz ter a sensação de uma viagem no tempo, retornando ao passado ali vivo com seus costumes, simplicidade e tranquilidade característicos de quem vive em um lugar como aquele.





Pórtico de entrada de Antônio Prado

Praça da cidade

Praça da cidade

Praça da cidade

Igreja Matriz de Antônio Prado

Rua Laurindo Zanotto - Centro Cultural Padre Schio / Museu Municipal ( Casa da Neni).

Igreja Matriz

Propriedade onde está o Moinho Francescatto    

Interior do Moinho Francescatto

Roda d'água do Moinho Francescatto

Moinho Francescatto

Interior do Moinho Francescatto

Interior do Moinho Francescatto -  a Sra. Catarina explicando o funcionamento do moinho ao Humberto

Moinho Francescatto

Interior do Moinho Francescatto

Arroio Colombo - Moinho Francescatto

Ferraria Marcílio

Ferraria Marcílio

Ferraria Marcílio - Humberto e o Sr. Ângelo Marcílio
Igreja Santuário de Madona de Monte Bérico - Distrito de Linha 21.

Construção antiga - Distrito de Linha 21




 







Nenhum comentário:

Postar um comentário