domingo, 28 de setembro de 2014

Serra de Santa Catarina


Sábado, dia 20 de Setembro de 2014.
O ponto de encontro foi, como sempre fizemos, o posto de gasolina da rua Edu Chaves. Saímos de Porto Alegre às 9:45 h, em  duas  motos com garupas, em direção à cidade de Caxias do Sul, onde encontramos mais amigos do grupo NA ESTRADA 100, com o objetivo de chegarmos à Serra Catarinense. Eu e Renata, na Honda NC 700 X e o Gaston e a Adriana na Honda CBR 600. Fomos pela BR 116 até a RS 240 por, aproximadamente, 31 Km. Seguimos pelas RS 240 e RS 122 até Caxias do Sul.
Chegando em Caxias do Sul encontramos os amigos Magno e Lia, da cidade de Osório, em uma BMW 1100 Touring, o Cavion e a Janice, em uma BMW 1200 GS e o D’Ávila, também em uma BMW 1200 GS. Seguimos até a BR 116. Até aqui foram 133 Km. Passamos pelo município de São Marcos onde paramos no paradouro Sinuelo (fica à nossa direita, na estrada) para um café, já com 166 Km rodados. Aproveitamos para abastecermos as motos,  em posto de combustíveis imediatamente à frente, a nossa esquerda da estrada. Seguimos viagem, pela  BR 116, passando pelo município de Vacaria, até chegarmos à BR 282, já em Santa Catarina. A BR 116 até aqui é boa, de duas vias e pista simples, com muitas curvas e um visual surpreendente da região chamada de Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul.
Continuamos pela BR 116 até o Km 275 onde, após 318 Km rodados desde Porto Alegre, paramos para almoçar no restaurante Queijo e Cia, à nossa direita na estrada, no município de Capão Alto, próximo à Lages, já em Santa Catarina. O local é simples mas bem interessante. Pode-se optar por almoço ou um buffet de café (que foi nossa opção), bastante farto e por apenas R$ 10,00 por pessoa.
Saímos do restaurante e seguimos até Lages, onde reabastecemos as motos. De Lages, seguimos, pela BR 282 até a SC 110, à direita,  até o município de Urubici, por onde passamos direto e entramos na SC 370 para conhecermos a PEDRA FURADA.
A Pedra Furada é uma formação rochosa com uma abertura central de  cerca de 30 metros de circunferência, visível do alto do Morro da Igreja, o qual está dentro de uma área militar da Aeronáutica e é considerado o ponto habitado mais alto do Sul do Brasil, com 1822 m. Fica cerca de 29 Km do centro da cidade. Os últimos 13 Km do percurso são de estrada de chão. Existe uma lenda que diz que os jesuítas enterraram, sob a Pedra Furada, um tesouro imenso de ouro e prata, antes de serem expulsos pelos índios.
Chegamos lá em torno das 15:30 horas. É necessário permissão para a entrada, que é retirada no centro da cidade, porém esta informação não está muito clara aos turistas. Foi o que ocorreu conosco que apenas tomamos conhecimento desta exigência ao chegarmos no local de acesso ao Morro da Igreja. A solução foi um de nós retornar ao centro de Urubici para buscar as autorizações. Sobrou para o Cavion. Após o tempo de espera, subimos o Morro da Igreja. Valeu cada minuto de espera e cada pedra da estrada de chão. O visual lá em cima é fantástico, com a Pedra Furada fazendo parte de uma paisagem belíssima. Após algum tempo contemplando e fotografando a paisagem, fomos surpreendidos com uma chuva forte. Colocamos as roupas de chuva e começamos a descida, sob muita água, para retornarmos a Urubici, onde chegamos em torno das 17 horas.

Pedra Furada 
As estradas percorridas na serra catarinense são muito boas, com várias curvas, muitas bastante fechadas, requerendo bastante atenção e muita adrenalina. São estradas típicas das regiões de serra, onde se faz necessário que sejam construídas de forma muito sinuosas.
Tínhamos planos de descer a Serra do Rio do Rastro ainda no sábado para dormirmos em Criciúma porém, devido à chuva e à hora já um pouco avançada, optamos por pernoitarmos em Urubici. Não foi nada difícil conseguir lugar para ficarmos.
Após avaliarmos três opções, resolvemos ficar na pousada Café no Bule. O lugar é bastante simples e bem limpo, com um bom café da manhã, dentro dos padrões da casa. O atendimento é feito pelos donos do local, um casal extremamente simpático e muito solícitos. Já de saída passaram um café quente para nos aquecermos um pouco. A diária para casal sai por R$ 120,00.
À noite, deixamos as motos no hotel e fomos a um restaurante chamado Zeca’s, indicado pelo proprietário da pousada que, por R$ 10,00 nos levou e nos buscou com seu carro. A comida do local é boa, com opção de rodízio de pizza (R$ 20,00 por pessoa) ou pratos a la carte, ambas acompanhadas por um buffet de saladas e alguns pratos quentes. Detalhe: Cerveja bem gelada e atendimento muito simpático.
Urubici é uma cidade da serra catarinense, com uma população de 10.700 habitantes em um bioma de mata atlântica. O local inicialmente era habitado por índios tupis guaranis que teriam sido catequisados pelos jesuítas. Em 1835 já havia civilização no local e, em 1915, foi instalada a primeira vila de Urubici, pertencente ao município de São Joaquim. Em 1957 a cidade foi emancipada de São Joaquim. O nome tem origem indígena onde URU significa pássaro e BICI significa liso ou lustroso. A economia do município se baseia em agricultura, principalmente hortaliças, e pecuária. A temperatura média anual é de 16° C, com geada e neve no inverno.
Neste primeiro dia rodamos exatos 524,7 Km desde a saída de Porto Alegre até pararmos na pousada. Ainda não tinha subido esta distância em uma serra com a NC. A moto se comportou muito bem, apesar de ter pouco mais de 7000 Km rodados, acompanhando tranquilamente as BMW 1200 e 1100 e a esportiva CBR 600, em muitos trechos com velocidade mais elevada.
No dia seguinte, domingo, saímos de Urubici em torno das 9 horas da manhã.  Retornamos à SC 370, agora em direção à Serra do Corvo Branco, também um local turístico bastante conhecido na região. Após poucos quilômetros de excelente asfalto, chegamos a uma estrada de terra onde, após a intensa chuva do dia anterior, estava em um estado muito ruim, com muito barro e escorregadia. Encontramos outros dois motociclistas que retornavam após tentativa frustrada de passar, os quais nos informaram que seria impossível a CBR passar. Optamos, então, por desistirmos todos.
Saímos dali e retornamos ao centro de Urubici, de onde entramos na SC 430 (SC 110), subindo a serra. A 6 Km da cidade paramos em um mirante, de onde se pode contemplar a cidade de Urubici e os campos ao seu redor. Uma vista também muito bonita. Continuamos pela SC 430 (SC 110), até chegarmos à SC 438 (SC 390), onde entramos à direita em direção a Bom Jardim da Serra. Este entroncamento fica cerca de 50 Km do centro de Urubici. Após mais 40 Km pela SC 438 (SC 390), chegamos ao mirante da Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller.

Urubici vista do mirante da SC 430 (SC 110)
A Serra do Rio do Rastro é uma das serras catarinenses, cortada pela SC 438 (SC 390). No ponto mais alto, a 1421 m de altitude, existe um mirante com restaurante, loja de souvenirs e sanitários. Tem uma boa infraestrutura. O percursso da Serra do Rio do Rastro, até a sede do município de Lauro Müller é feito por uma estrada bastante sinuosa, com descidas íngremes e curvas bastante fechadas, algumas com angulação de 180°.  Os 7 Km  da descida são de estrada de concreto. A serra é coberta por mata atlântica e com uma fauna muito variada.  A emoção de descer de moto é algo indescritível. Apenas estando lá é que se pode ter a real dimensão desta maravilha da natureza e de poder estar integrado neste cenário, sobre as duas rodas.
Após descermos a Serra do Rio do Rastro, passamos pelos municípios de Lauro Müller e Orleans, duas pequenas cidades no pé da serra, e rumamos para a cidade de Urussanga, onde já nos esparavam para o almoço meu tio Itamar e minha tia Cândida, que moram ali há 41 anos.

Vista da Serra do Rio do Rastro a partir do mirante

Descida da Serra do Rio do Rastro

Almoçamos no restaurante Piatto D’Oro, na SC 108 (antes SC 446). Comida caseira excelente, com um preço honesto (buffet livre a R$ 25,00 por pessoa). Também chegaram para nos encontrar os primos Rodrigo e a filha Lia e  Fabrício, com a esposa Lívia e a filha Mila, uma “gatinha” de 6 meses de idade. Após algum tempo matando a saudade dos meus familiares e botando a conversa em dia, reabastecemos as motos e seguimos viagem. O pessoal de Caxias do Sul se despede de nós neste momento e seguem direto para sua cidade, pela Rota do Sol. Em seguida saímos de Urussanga com destino a Osório, já no Rio Grande do Sul, juntamente com o Magno e a Lia, onde residem. Seguimos pela SC 444 até a BR 101, por cerca de 25 Km. A partir daí seguimos em direção ao sul.
Chama a atenção no estado de Santa Catarina, que as estradas estaduais não apresentam a mesma denominação no Google Maps. Parece que houve uma modificação destas designações recentemente.
Após 98 Km de Urussanga paramos na localidade de Sombrio, ainda em Santa Catarina, para um cafezinho. Ali tem uma gruta, muito interessante e com um apelo religioso bastante intenso. A BR 101 é uma rodovia duplicada, com velocidade maxima de 110 Km/hora, porém com inúmeros radares, sendo a maioria não sinalizados. Por ser uma estrada em excelentes condições, é muito fácil excedermos a velocidade máxima e, consequentemente, sermos surpreendidos por uma multa por excesso de velocidade. Toda atenção é pouca neste trecho. Ainda existem trechos onde a velocidade maxima permitida cai para 80 Km/h.
De Sombrio fomos direto até Osório, distante cerca de 210 Km de Urussanga e 112 Km de Sombrio. No caminho mais uma chuva forte, nos obrigando a pararmos no acostamento e colocar as roupas de chuva. Chegamos em Osório em torno das 19 horas. Nos despedimos do Magno e da Lia e fomos tomar um outro café. Ali tem uma pastelaria muito boa, localizada ao lado do Paradouro Maquiné (local muito bom, também), chamada Pastelaria Litoral, na RS 030. Até aqui foram 945 Km rodados.
Saímos de Osório em torno das 20 horas, após termos reabastecido novamente as motos. Retornamos para Porto Alegre pela BR 290 (Free Way), estrada duplicada e bem pavimentada, com apenas um pedágio no sentido Osório-Porto Alegre,  altura do município de Gravataí (R$ 2,40, para motos).
No caminho, o Ricardo e a Adriana encontraram um casal que seguia de moto em nossa mesma direção sendo, então, confundidos com amigos. Passamos a acompanhá-los até que, chegando no pedágio, foi percebido o equívoco. Para piorar a situação, a jovem que estava na garupa desta moto estava em pânico, pois pensava que fôssemos assaltantes a seguí-los.
Chegamos em Porto Alegre em torno das 21:15 horas, com total de 1053,7 Km rodados nestes dois dias. Mais uma viagem onde aprendemos um pouco mais sobre motociclismo, estreitamos ainda mais os laços de amizade com os amigos do Na Estrada 100, visitamos novos lugares, conhecemos novas pessoas e enriquecemos nossa cultura. 
Rota

Na Estrada 100



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